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sexta-feira, 18 de julho de 2025

CULTURA E DEMOGRAFIA

Gramsci, no século passado, chamou a atenção para a importância da cultura. Maomé, in illo tempore, definiu o papel decisivo da demografia. Ambos, hábeis políticos que eram, tinham razão; e, na realidade, a combinação dos dois factores revelou-se sempre determinante, ao longo dos tempos, para o sucesso de qualquer projecto geopolítico. Nações e impérios expandiram-se enquanto dominaram estes vectores e caíram quando deixaram de o fazer. Atendendo a que «o fim da História» afinal ainda não aconteceu, nem tampouco se deu ainda «o choque das Civilizações», as lições deles voltam a estar na ordem do dia.
E a conclusão é, portanto, simples: a civilização que tiver mais crianças e que conseguir educá-las nos seus valores acabará, mais tarde ou mais cedo, inevitavelmente, por triunfar; e, desta, vez, talvez seja para todo o presente milénio. É uma óbvia constatação de realpolitik.
Para mal dos nossos pecados, a Europa cristã definha, dia após dia, a olhos vistos, em ambas as coordenadas.