terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

PENSANDO NA TARDE BEM PASSADA NO LARGO DO BARÃO DE QUINTELA COM UMA GRANDE AMIGA QUEIROZIANA

À memória de Eça de Queiroz

(DIANTE DO SEU MONUMENTO)

Nessa estátua se lê, em clara linguagem,
Na perfeita expressão da sua formosura,
Do grande Artista morto a longínqua viagem,
A esplêndida aventura.

Nessa estátua encontrais, em mármore revivida
Por outro Artista igual, a sua heróica empresa...
A peregrinação de toda a sua vida
Em busca da Verdade e em busca da Beleza.

Olhos cheios de luz, para a ousada conquista,
Um dia, ei-lo que parte:
Nesse busto de crente, ei-lo o amoroso Artista!
Nessa estátua de Deusa, ei-la a divina Arte!

ALBERTO DE OLIVEIRA
(1873 — 1940)
[Nota: Transcrevo aqui as três primeiras quadras de um poema em dezoito quadras. Estes versos foram escritos para a inauguração do monumento a Eça de Queiroz — em Lisboa, no Largo do Barão de Quintela, em 9 de Novembro de 1903. Foram recitados no local pelo actor Ferreira da Siva, por impedimento do autor.]