sábado, 10 de fevereiro de 2007

SERÃO PERFEITO

Vi L'Amore — 1.º episódio: Una Voce Umana; 2.º episódio: Il Miracolo (Itália, 1947-1948), de Roberto Rossellini, na Cinemateca Portuguesa. De seguida, a minha tertúlia preferida — 3.º grau do Clube dos Amigos da Sétima Arte — CASA — reuniu-se no bar 39 Degraus, da referida Instituição, onde debatemos as presenças do Sagrado e do Profano neste filme em duas partes. Como convém, as interpretações ficaram em aberto, pois é de Cinema Moderno que se trata. Moderno, mas bafejado pela graça da espiritualidade; e, no entanto, a explodir de sensualidade. Cá por coisas, vou reler o texto de Jean Cocteau — A Voz Humana, radical monólogo para uma mulher subitamente sozinha — que está na origem do primeiro episódio. Estranha forma de adormecer. Depois, vou sonhar com o rosto de Anna Magnani, banhado pela meridional luz solar que queima, ao mesmo tempo que emana (d)o Divino, em Il Miracolo. Finalmente, não digo mais nada, que isto não é uma «crítica», nem tão pouco análise fílmica, mas — apenas e só — notas soltas de visionamento, pela noite dentro, ao correr das teclas.