ESCULPIR O TEMPO
A arte nasce e afirma-se onde quer que exista uma ânsia eterna e insaciável pelo espiritual, pelo ideal: ânsia que leva as pessoas à arte. A arte contemporânea tomou um caminho errado ao renunciar à busca do significado da existência em favor de uma afirmação do valor autónomo do indivíduo. (...) O artista é sempre um servidor, e está eternamente a tentar pagar pelo dom que, como que por milagre, lhe foi concedido. O homem moderno, porém, não quer fazer nenhum sacrifício, muito embora a verdadeira afirmação do eu só possa expressar-se no sacrifício. Aos poucos, vamo-nos esquecendo disso, e, inevitavelmente, perdemos ao mesmo tempo todo o sentido da nossa vocação humana...
ANDREI TARKOVSKY
(1932 — 1986)
(1932 — 1986)
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