OS TÚMULOS
Até ao fim do mundo. A grande amada
Escuta o adeus da grande voz sentida.
Santa e rainha, aguarda aquela vida
Que só depois do fim é começada.
Pedra de sonho e dor, foste lavrada
Pela Saudade imensa aqui vivida;
Guarda a Saudade, pois, da despedida,
E a esperança da hora desejada.
Guarda a Saudade que jamais acaba,
Que o dia há-de vir, de amor contente,
Os que dormem aqui vão esperando.
E no fragor do mundo que desaba,
Hão-de acordar, sorrindo eternamente,
Os olhos um no outro enfim pousando!
Escuta o adeus da grande voz sentida.
Santa e rainha, aguarda aquela vida
Que só depois do fim é começada.
Pedra de sonho e dor, foste lavrada
Pela Saudade imensa aqui vivida;
Guarda a Saudade, pois, da despedida,
E a esperança da hora desejada.
Guarda a Saudade que jamais acaba,
Que o dia há-de vir, de amor contente,
Os que dormem aqui vão esperando.
E no fragor do mundo que desaba,
Hão-de acordar, sorrindo eternamente,
Os olhos um no outro enfim pousando!
AFONSO LOPES VIEIRA
(1878 — 1946)
(1878 — 1946)
[Nota: Este poema faz parte de um conjunto de três sonetos
dedicados a D. Inês de Castro e D. Pedro.]
dedicados a D. Inês de Castro e D. Pedro.]
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