terça-feira, 3 de abril de 2007

MAIS UM LIVRO DE CONTOS, MAS AGORA DE UM CINEASTA

Porquê filmar uma história, quando se pode escrevê-la? Porquê escrevê-la, quando se vai filmá-la? Esta dupla questão só é aparentemente inútil. Colocou-se-me com muita precisão. A ideia destes Contos surgiu-me numa idade em que ainda não sabia que viria a ser cineasta. Se os utilizei para fazer filmes, foi porque não fui capaz de os escrever. E se, de certa forma, é verdade que os escrevi — e com a forma em que as pessoas os vão ler — foi apenas para poder filmá-los.
Eric Rohmer, do prefácio de Seis Contos Morais, tradução de Maria Jorge Vilar de Figueiredo, Edições Cotovia , Lisboa, 1999 [Six Contes Moraux, Editions de L'Erne, 1974].