quinta-feira, 24 de maio de 2007

ARTES E OUTRAS PARTES

Gosto de Aquilino. É, até, um dos meus escritores preferidos; e, tenho em A Casa Grande de Romarigães uma das minhas obras predilectas, de leitura recorrente. Este meu gosto, aliás, sempre despertou desconfiança entre certos amigos monárquicos. No entanto, nunca deixei que as minhas preferências artísticas fossem ditadas por preconceitos ideológicos: nem pela positiva, nem pela negativa; isto é — aprecio a obra, ignoro a obra, ou detesto a obra —, independentemente das convicções políticas do autor. Outra coisa, bem diferente, é querer elevar-se à categoria de Símbolo da Pátria — colocando o seu corpo no Panteão Nacional — um comprovado terrorista envolvido na conspiração que levou à morte do Chefe de Estado de Portugal, em 1 de Fevereiro de 1908, S. M. El-Rei D. Carlos I. Isto é que não pode ser. Resta-nos, pois, assinar esta petição, para evitar o pior. Recomenda-se, assim, pela parte que me toca, ter Aquilino Ribeiro na biblioteca, mas longe do Panteão Nacional. Só não percebe quem não quer.