sábado, 21 de julho de 2007

DA REDENÇÃO (ADENDA AO POSTAL ANTERIOR)

Ao sair do secreto lugar — mas, bem no coração da cidade, como só Lisboa sabe ocultar —, o sol já matizava de variados tons as fachadas dos edifícios, e as pedras da calçada refulgiam. O céu estava azul, daquele azul da cor do rio e do mar. Meti-me num táxi e rasguei Lisboa, de baixo a cima, com um vigoroso e vagaroso travelling, em plano-sequência, com câmara-subjectiva mental. Homenagem matinal perfeita a esta capital digna de veneração, e que, como tal, deve ser adorada e fruída — dos pés à cabeça — como uma mulher-deusa.