LARGO DO SÉCULO, 1986
Não faz muito o meu estilo botar aqui fotografias minhas (é a segunda vez que o faço). Mas, tendo uma jovem geração querido muito saber como era eu nos tais mui apregoados anos 80 do século passado em Lisboa, cá vai. Aproveito para dizer que esta fotografia é tirada na sequência de tardes de pesquisa criativa e deambulações poéticas ao longo do Príncipe Real e suas cercanias, onde se conversava muito e se registava mais ainda — quer escrevendo e desenhando, em antigos cadernos de folhas brancas e capas pretas, quer fotografando. Neste caso, caso não topem, saibam que se trata do Largo do Século, que, por estes anos, servia de palco às saudosas Manobras de Maio, bem como a concertos vários, e ainda albergava um simpático arraial nos Santos Populares; este arraial fazia parte, com os de São Pedro de Alcântara e de Santa Catarina, do trio dos meus lugares preferidos para celebrações nocturnas, pagãs e profanas dos nossos queridíssimos S. António, S. João e S. Pedro. E, que saudades tenho de tudo isto, meu Deus! Diga-se que o grupo que está ligado a esta fotografia era constituído, nesta soalheira incursão pós-prandial, pelas manas A. e C., pela I., pelo R., e por eu mesmo. A câmara fotográfica rodava habitualmente entre todos, e, por isso, não sei dizer ao certo quem terá disparado e registado este momento para a posteridade, e para postar — passadas duas décadas! — num blogue (quem sonharia tal coisa, à época?).
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