terça-feira, 7 de agosto de 2007

O POETA E A ALMA DA NAÇÃO

Os entes psíquicos chamados nações têm cada um, no mistério espiritual da sua constituição, um segredo de virtualidade que se furta tanto à análise teórica do sociólogo como à síntese prática do político.
(...)
Assim uma nação tem uma alma, um corpo espiritual invisível à razão, que é suprema apenas no mundo da experiênia, um destino indeterminável pela lógica, incriável pela vontade serva e pelo pensamento pseudo-nosso.
Nada nos diz que essa alma não exista; antes nos segreda a experiência intuitiva da vida que, deveras, uma nação tem um espírito, uma pessoa, um seu destino, como um homem.
FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)