Se alguém quiser
compreender-me
(mas julgo bem
que ninguém quer)
beba o meu rio
desde a nascente
da minha dor
de cada dia;
repouse à sombra
da minha vinha
já tão vizinha
da alegria,
onde estarei,
continuamente,
compondo a minha
poesia.
FERNANDO DE PAÇOS
(1924 — 2003)
<< Home