O PERFUME
O que sou eu? — O Perfume,
Dizem os homens. — Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
Sou uma sombra de lume!
Rasgo a aragem como um gume
De espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
A essência que me resume.
Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
Vida de Sonho e Verdade!
Passam os dias, e em vão!
— Eu sou a Recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.
Dizem os homens. — Serei.
Mas o que sou nem eu sei...
Sou uma sombra de lume!
Rasgo a aragem como um gume
De espada: Subi. Voei.
Onde passava, deixei
A essência que me resume.
Liberdade, eu me cativo:
Numa renda, um nada, eu vivo
Vida de Sonho e Verdade!
Passam os dias, e em vão!
— Eu sou a Recordação;
Sou mais, ainda: a Saudade.
ANTÓNIO CORRÊA D'OLIVEIRA
(1879 — 1960)
(1879 — 1960)
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