segunda-feira, 14 de abril de 2008

DE ESPERA

De espera se constrói a nossa vida
um silêncio de outono anunciado

o desflorar da primavera perto

Mas como cansa tristemente cansa
naufragar no tremor do mesmo sonho
e amanhecer anoitecendo assim

Não silencio para sempre o canto
porque respiro nos teus olhos a
fluência do encontro desejado

E do teu corpo nasce o meu poema
o fruto a ser pousado sobre a mesa
a cadência dos dias de amanhã


António Salvado