COLECCIONANDO DATAS
Até aos vinte anos, ou por aí assim, não deixava passar em claro os anos de quem quer que fosse — meu amigo, claro está. Depois, passei a ignorar olimpicamente tais factos. Varreram-se-me da memória, pura e simplesmente. Pareciam-me coisas de meninas, ou de adolescente, tais preocupações de bom burguês. A idade, com a sua sabedoria, vai-nos fazendo recuperar velhos e bons hábitos. Cabe-me agora, pois, a hercúlea tarefa de rememorar datas olvidadas. E, acrescentar novas, correspondentes a pessoas entretanto conhecidas. Coisa curiosa é constatar que novos conhecimentos encaixam perfeitamente em meses de antigos cúmplices de outras eras. Afirmo isto sem fixações em signos ou sabedoria astrológicas que tais. É pura intuição. Cheira-me. Dito isto, sempre tive um especial faro para detectar mulheres de Maio. O que vale é que há testemunhas para o confirmar (estás aí, Tomaz?), como neste episódio (fiquei sem conhecer o dia exacto, nem quis saber; mas, deste mês terias de ser, Joana!).
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