segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

VIAGEM AO FIM DA NOITE

Vi mais um episódio de Um Mundo Catita. Esta série faz-me viajar directamente para a Lisboa do início dos anos 90. Nessa época, passei momentos inesquecíveis no Cinearte, durante os míticos concertos dos Irmãos Catita. Havia ali um ambiente a fazer lembrar as tertúlias, os cafés, os clubes e os cabarés da Capital nos anos 20. Lisboa reviveu, assim, naquele tempo e naquele lugar, um espírito de boémia artística, à boa maneira dos anos loucos, onde se misturava todo o tipo de gente, superando as diferenças, num delirante culto humorístico comum. Autênticas viagens ao fim da noite. Fosse eu um bom contador de histórias e narraria aqui acontecimentos indeléveis que lá vivi. Tenho testemunhas; pois, alguns, contados, ninguém acreditaria! Estes serões televisivos são ainda um pretexto para rever o meu amigo Duarte Barrilaro Ruas, com quem, aliás, partilhei, por esses saudosos finais de 80 e inícios de 90, bastantes «histórias insólitas». E, a título de remate, confesso que esta série tem tido ainda o mérito de me conseguir arrancar umas valentes gargalhadas, o que, para o meu sentido de humor — excessivamente exigente, bem sei —, não é nada fácil.