sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

DISFUNÇÃO ESTÉRIL LUSITANA

Esse fenómeno explosivo designado por «música moderna portuguesa», que atingiu o clímax nos anos 80 e 90 do século passado, esgotava quase toda a sua criatividade nos nomes das bandas — geniais, muitos deles (não vale a pena dar exemplos, pois os meus leitores sabem bem do que estou a falar); escusado será, igualmente, referir as excepções, que, aliando ousadas inovações estético-musicais a essa curiosa característica, perduraram, portanto, no tempo. O contentor tem de estar de acordo com o conteúdo e nunca se pense que pode ser — per si — um «pequeno nada que é tudo»; verdade seja dita, também, que um bom conteúdo sem uma bela forma não vale nada.
Por conseguinte, o que me preocupa é o facto de os portugueses terem deixado, há muito, de conseguir colar a sua pele à sua alma e de fazer daquela um lugar de respiração desta.
Estamos a assistir à mesmíssima cena na esfera dos blogues, não fosse esta, hoje, o maior espelho da nação.
Aguarda-se algo que faça o país saír deste comatoso estado.