A NOITE
Céu tenebroso: um côncavo profundo
Onde as vozes se juntam e concertam
Para que em sons de sombra se convertam,
Revelando silêncios de Além-Mundo...
Onde as vozes se juntam e concertam
Para que em sons de sombra se convertam,
Revelando silêncios de Além-Mundo...
Anjos descem à Terra; um luar jucundo
Desponta pelas trevas que desertam;
Os mortos em seus túmulos despertam;
Os meus olhos cristãos de luz inundo!
Desponta pelas trevas que desertam;
Os mortos em seus túmulos despertam;
Os meus olhos cristãos de luz inundo!
Perdem-se em vago e sonho os horizontes;
Há um choro místico a evolar-se em prece
No outono de água múrmuro das fontes...
Há um choro místico a evolar-se em prece
No outono de água múrmuro das fontes...
E, dentro de nós, (magnífico mistério!)
Deus — o adorado Espírito — esplendece...
A Noite é a anunciação do Reino Etéreo!
Deus — o adorado Espírito — esplendece...
A Noite é a anunciação do Reino Etéreo!
MÁRIO BEIRÃO
(1890 — 1965)
(1890 — 1965)
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