quinta-feira, 5 de março de 2009

OS NOMES DAS COISAS

Fez-me espécie, no passado fim-de-semana, ouvir uma querida amiga referir-se a Constantinopla pelo nome turco. A situação é especialmente irónica se pensarmos que ela pertence a uma ilustre e antiga linhagem — «que vinha de reis e os reis dela vinham» —, e que, como tal, a sua família esteve representada, desde a Reconquista, em todas as batalhas pelo Ocidente. Nestas coisas, tenho para mim que não podemos abrir brechas na guerra das palavras, porque, também aqui, resistir é vencer; e, até pode dar-se o caso do futuro vir premiar a nossa teimosia. Nunca deixei de chamar São Petersburgo a São Petersburgo.