segunda-feira, 15 de junho de 2009

À C. E AO A., COM GRATIDÃO

A vida é a arte do encontro,
Embora haja tantos desencontros pela vida.
VINICIUS DE MORAES
(1913 — 1980)
Rapaz contra a corrente que sou, já se sabe, gosto de navegar à bolina usando a vela latina e indo na direcção oposta da que toma habitualmente a carneirada feita encarreirada turba. Serve esta minha frase introdutória para dizer que, não alinhando este ano nas festas de Lisboa (que muito aprecio, aliás, especialmente na sua faceta de arraiais populares bairristas, para não falar das tradicionais marchas, em boa hora criadas por Leitão de Barros), e contrariando a rumagem burguesa e burgessa ao Reino do Algarve, decidi passar o dia do meu muito querido Santo António (e, já agora, do nascimento de Fernando Pessoa, diga-se) no Douro.
Nessas místicas paragens, plenas de uma força telúrica profana e de uma sagrada presença do rio de ouro, fui recebido, como um príncipe, três dias a fio, por uma queridíssima amiga, representante da mais alta fidalguia da Região, e por um caríssimo — rijo e franco — alto-duriense. E — caramba! —, comi, bebi e vivi, à antiga portuguesa!
Bem-hajam.