sexta-feira, 7 de outubro de 2011

DA LITERATURA CONTEMPORÂNEA

A literatura contemporânea tende para o caos: tende para a poesia de verso livre, sem rima, sem métrica e, muitas vezes, sem sentido, que só eufemisticamente se pode denominar poesia; na prosa, tende-se para a supressão das personagens e das intrigas, tornando todo o tema vago. Na nossa época de esterilidade de ideias, só a literatura policial clássica guardou as verdadeiras virtudes, já que não se entende uma história de detecção criminal sem princípio, meio e fim.
JORGE LUIS BORGES
(1899 — 1986)