INICIAÇÃO À GUERRA DAS PALAVRAS
Perguntam-me, volta e meia, qual a minha opinião sobre esta ou aquela obra (livro, filme, etc.). Respondo: «não me cheira», e com isto quero dizer que não me cheira bem. Se calha, mais tarde, vir a passar os olhos pelas ditas peças, a visão costuma confirmar-me o que o olfacto me indicou previamente. Há autores e projectos que tresandam, à distância, e eu tenho um faro danado. Por uma questão higiénico, nem sequer os nomeio. Guardássemos o nosso latim para apenas falar e escrever sobre aquilo que apreciamos, não o desperdiçando com lixo, teríamos uma atitude justa e eficaz, e este mundo seria muito melhor. Há que ter em mente que a mediocridade alimenta-se de falatório. Se for ignorada, definha. Mais uma razão para não perdermos tempo com dejectos estéticos e nos concentrarmos somente nas verdadeiras obras de arte.
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