quinta-feira, 26 de julho de 2012

LISBOA, CRÓNICA POÉTICA (2)

     Rasgando a noite cerrada
sem lua nem estrelas nem nada
uma bela mulher felina
de negro cabedal colante vestida
move-se
silenciosamente
nos terraços dos mais altos arranha-céus da cidade
à espreita
e à espera
daquela janela aberta
para observar o bom burguês português
  anestesiado em frente à TV.