sábado, 29 de dezembro de 2012

GUIA DE MARCHA PARA UMA REVOLUÇÃO CULTURAL

O Castelo, 1912
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO (1887 — 1918)
Óleo sobre Tela, 50 x 61 cm
 
Criadores do meu País:

Todos a postos e aos seus postos. Agora é que é. É a hora.

Precisa-se urgentemente de uma revolução cultural. Nacional. Integral.

O salto em frente será dado a partir da espiritualidade ─ e visceralidade ─ que atravessa o corpo da Pátria.

Hoje e sempre.

Foi assim com o Integralismo Lusitano. Do passado para o futuro, através da História.

E foi assim com o Futurismo Português. Do passado para o futuro, através da Estética.

Olhar e saber ver mais além. Criar novas formas para ideias renovadas e com essas mesmas formas novas recriar mais uma vez as ideias de sempre.

Tradição e vanguarda encontram-se. Tradição é renovação.

Imparável dinâmica.

Com alegria e ironia; mas, com realismo e esperança. Com força atlética; mas, com serenidade.

Beber no passado para voar no futuro. Sem medo.

O seguro de vida da Pátria tem mil anos.

Novas imagens serão criadas para exaltar os eternos valores. As palavras bailarão ao som das novas músicas. As belas raparigas redescobrirão o fascínio pelos heróis do passado e do futuro.

A torre, lá em cima, vigia. E o castelo lembra-nos que a Nação se forjou na Reconquista e que os tempos são ─ de novo ─ de refundação: doutinária, estética, política, cultural, e etc. e tal.

Cada um tem a sua tarefa. Cada soldado na sua trincheira.

Onde estão os autores?

Escritores: Enchei as canetas de tinta permanente ─ de sangue ─ e escrei, escrevei, escrevei. A Língua Portuguesa precisa de novas narrativas como de pão para a boca.

Pintores: Alerta! Criai novas imagens e novos símbolos para o agora triste Portugal. Tendes a vista toldada, bem sei. Lavai os olhos, olhai de novo e pintai, pintai, pintai.

A Cultura Lusíada está nas vossas mãos.

Mãos à obra! E às obras de arte. E letras. Sem elas Portugal desaparece.

As criações artísticas e literárias são os primeiros e últimos sinais da identidade cultural de um Povo.

E serão o impulso para uma nova arrancada nacional em direcção ao futuro.

Em frente!