CADERNOS INTERATLÂNTICOS (2)
Na sua última “Carteira de Senhora” a Leonor Martins de Carvalho recordou,
com grande justiça, o vil atentado que há cento e cinco anos vitimava o Rei D.
Carlos e o Príncipe D. Luís Filipe. Sem
dúvida, um regicídio é um parricídio, com todas as implicações que daí advêm,
reconhecidas ou não. Recordo que a propósito do aborto, o Santo Padre Pio de
Pietrelcina dizia que não se tratava apenas de um homicídio, mas igualmente de
um suicídio. Pois o assassínio de um
Rei, seja ele a figura decorativa tão ao gosto do demo-liberalismo, ou monarca
efectivo, é sempre – no mínimo – uma terrível mutilação ao corpo nacional. Daí
que um regime político gerado no ódio e no crime jamais pode ser boa coisa. É
que já nasce com a chancela do Iníquo, sendo instrumento fundamental no seu
plano de abolição do homem. Nas versões light ou hard, ajustado à idiossincrasia de cada povo, consoante tempo e
lugar, a guerra movida contra o Altar e o Trono tem esse claro objectivo.
E por falar em Reis… Esta semana a Rainha Beatriz da Holanda anunciou que
irá abdicar a favor do filho, o Príncipe Guilherme, casado, desde 2002, com a
argentina Máxima Zorreguieta. Filha de um antigo Secretário e depois Ministro
da Agricultura do regime militar, a futura Rainha aceitou, alegremente, que o
papá fosse proibido de pisar solo holandês para levar a filhota ao altar. É que a Batávia, terra de piratas e especuladores
e hereges, paraíso da droga e da contranatura à medida, não poderia admitir que
um funcionário da “ditadura militar” argentina – que combateu a guerrilha
marxista – ali aparecesse a conspurcar ambiente tão honrado. Especialmente em
vista das ligações entre a Casa de Orange,
a Maçonaria e o Grupo de Bilderberg. Mas passo por cima desses “pormenores”
para referir apenas dois: o facto de Sua
Alteza renegar a Verdadeira Fé para abraçar a seita protestante e a aceitação
pacífica do enxovalho ao progenitor.
Bastam-me essas duas razões para alterar o nome da muchacha de Máxima para Mínima.
Há anos que não passava pelo Largo do Carmo numa noite de Sábado. “Passar” é dizer muito: na verdade quase não
“passava”, tal a quantidade de carros. É
caso para afirmar, sem medo de errar, que os portugueses não têm pernas, têm mas
é carros. Será que somos o país com mais automóveis per capita? Por quilómetro quadrado? Talvez o mais certo seja por metro
quadrado… Li outro dia algures que as
sociedades avançadas não eram aquelas onde cada pobre tem um carro, mas onde o
rico utiliza o transporte público. Falta
muito pouco para o português passar a maior parte da vida sentado num
automóvel… imóvel! Sorte tiveram os
abrileiros do “25/74”. Hoje, a coluna fandanga não chegaria facilmente ao antigo
Convento construído por São Nuno. E
Portugal, talvez, ainda teria uma chance!
Até para a semana.
Marcos Pinho de Escobar
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