segunda-feira, 22 de abril de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (13)

Filho de emigrantes italianos – e pai anarquista –, Jordán Bruno Genta cresceu em ambiente ateu, formou-se no marxismo e morreu autêntico mártir católico.  Conta-se que certo dia, ainda rapaz, ao entrar em uma Igreja com a intenção de a vandalizar, ficou paralisado, e tal como Saulo na Estrada de Damasco, converteu-se instantaneamente, quiçá por algum raio celeste a envolvê-lo com a sua claridade. Catedrático de filosofia e grande teórico do nacionalismo católico argentino, Genta foi assassinado a 27 de Outubro de 1974 pelo bando castro-trotskista Ejército Revolucionario del Pueblo. Era Domingo e dirigia-se à missa com a família, quando é alvejado com onze tiros à queima-roupa.

Enquanto a linda juventude "idealista" seguia os conselhos do Che e matava a torto e a direito para instalar um paraíso terrestre versão cubana, Genta, combatente das ideias, buscava a superação da "confusão ideológica" e das "tendências desagregadoras", tanto do capitalismo liberal como do comunismo ateu, ambos essencialmente anti-cristãos e apátridas. O seu "nacionalismo hierárquico", baseado na verdade e no sacrifício, buscava a restauração do princípio da autoridade, a ordem hierárquica e a liberdade possível, em todos os corpos sociais e no Estado Nacional, promovendo a justiça e a caridade cristã.

Na obra fundamental Guerra Contrarrevolucionaria Genta elabora um autêntico manual para o combate contra-revolucionário global - uma dupla disciplina formativa: a doutrina positiva (princípios, valores e instituições fundamentais que devem ser afirmados, servidos e defendidos em todos os campos, teóricos e práticos) a enfrentar a doutrina negativa (desencadeada pela guerra revolucionária total - o comunismo -, assim como seus antecedentes e aliados ideológicos; a sua estratégia, táctica e armas dialécticas). Tem plena consciência de que esta guerra é total: religiosa, mental, moral, política, física; e combatida todos os dias e em todos os ambientes. Seu pensamento fica plasmado em volumes de leitura obrigatória tais como Las ideas y las ideologías, Libre examen y comunismo, Edición crítica del “Manifiesto Comunista” ou a síntese – que veio a ser uma despedida – Testamento politico.

Doutrinador de um nacionalismo hierárquico, em cuja base estão os valores da Cristandade, do Ocidente Católico e Romano, o autor, reconhecendo que tudo depende da vontade de Deus, recorda que os homens têm a obrigação de empenhar-se como se tudo dependera exclusivamente deles. "É o que Deus quer e espera dos Seus."

Todos aqueles que não discutem Deus e a Pátria, e que assumem a vida como serviço, têm muito a aprender com a obra e o exemplo deste grande argentino e católico modelar que foi Jordan Bruno Genta.

Até para a semana.

Marcos Pinho de Escobar