PORTUGAL A CAMINHO DO FIM
Noutros tempos, nascia-se e morria-se na mesma casa. De lá, saía-se para dar-se a volta ao mundo; mas, lá se regressava sempre. Depois, voltava-se a saír, para casar, mas retornava-se, com netos — muitos! —, para as festas de família; e, a casa ia renascendo, geração após geração.
Agora, passa-se a vida de casa em casa, quais salta-pocinhas, sem rei nem roque, nem filhos à vista. As casas de família deixaram de ser referências para as terras e para os bairros — o povo ficou órfão dos senhores das terras e os bairros perderam as suas mais dinâmicas e ilustres personagens.
Isto não é fantasia. É — desgraçadamente! — a realidade, nua e crua, e acontece do Minho ao Algarve, em aldeias, vilas e cidades. Após trinta gerações de portugueses, contam-se hoje pelos dedos as casas que atravessaram o século XX nas mesmas famílias; e, sem estas âncoras, as comunidades abriram portas à desorganização e ao caos, substituindo o alto exemplo que antigamente davam as famílias tradicionais pelas novas referências egoístas, exóticas, sub-urbanas e pequeno-burguesas da televisão.
É o fim.
Agora, passa-se a vida de casa em casa, quais salta-pocinhas, sem rei nem roque, nem filhos à vista. As casas de família deixaram de ser referências para as terras e para os bairros — o povo ficou órfão dos senhores das terras e os bairros perderam as suas mais dinâmicas e ilustres personagens.
Isto não é fantasia. É — desgraçadamente! — a realidade, nua e crua, e acontece do Minho ao Algarve, em aldeias, vilas e cidades. Após trinta gerações de portugueses, contam-se hoje pelos dedos as casas que atravessaram o século XX nas mesmas famílias; e, sem estas âncoras, as comunidades abriram portas à desorganização e ao caos, substituindo o alto exemplo que antigamente davam as famílias tradicionais pelas novas referências egoístas, exóticas, sub-urbanas e pequeno-burguesas da televisão.
É o fim.
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