segunda-feira, 1 de julho de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (23)

Dia 27 cumpriram-se os quarenta anos do Golpe de Estado que Juan María Bordaberry, com respaldo das então Forças Armadas – sim, porque há muito que não passam de “Debilidades Desarmadas” –, levou a cabo no Uruguai, antiga terra portuguesa. O ilustre cavaleiro católico foi perseguido, preso e em tal condição expirou; a canalha marxista é quem hoje manda e desmanda; o país foi vendido a retalho, e os uruguaios transformados em inquilinos na própria casa – qualquer semelhança com o Portugalinho versão d´abril não é mera coincidência.
Não resisto a reproduzir umas linhas que escrevi por ocasião da morte de Bordaberry, em 2011:

Entre bombas e tiros não tardou em comprovar a incompatibilidade entre o exercício da liberdade "liberal" e a manutenção da ordem e da paz no interior da sociedade. É que para impor a ordem e assegurar a paz era necessário restaurar a autoridade... Apoiado nas Forças Armadas Bordaberry atacou em cheio os três mitos do sistema: a soberania do povo, o sufrágio universal e a partidocracia. Fechou o Parlamento e enviou os profissionais do palratório descansar à casa, suspendeu os partidos políticos, introduziu princípios orgânicos e corporativos, garantiu - à moda de García Moreno - a liberdade para o bem e para os praticantes do bem, e combateu o resto. Restaurou a autoridade, e com ela a ordem e a paz, condições indispensáveis para uma sociedade empreender o caminho do autêntico bem comum. Purgando-se do liberalismo da juventude Juan María Bordaberry percorreu um caminho longo mas firme que o levou à Tradição Católica e Monárquica - esta na sua vertente Carlista. Suas três Verdades foram: Deus - Pátria - Rei. "Deus, porque não podem existir instituições que não se fundamentem no direito natural, o que supõe rechaçar as soberbas construções do homem que a contradigam; Pátria, porque a sociedade dos homens tem que professar um amor profundo e permanente ao lar, de onde extrai a força para resistir aos embates do mal; e Rei, porque quem é que pode imaginar uma autoridade que não tenha de prestar contas a Deus?"

Não tenho dúvidas: Bordaberry, à imagem de García Moreno, morreu como mártir cristão.

Até para a semana.

Marcos Pinho de Escobar