segunda-feira, 26 de agosto de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (31)

Ontem estive no Santuário de Fátima. Contrário ao costume, já que lá não vou nos fins de semana e, muito menos, no auge do Verão. Imensa gente, das mais variadas extracções, a pagar promessa, a reconciliar-se com Nosso Senhor, a rezar o Terço com fervor – e graças a Deus! Fiquei impressionado com a quantidade de espanhóis, possivelmente uns bons 2/3 de quem lá estava. Surpreenderam-me duas coisitas mais... infelizmente más.  Pelo menos a metade dos visitantes do Santuário estavam “vestidos” como se tivessem vindo directamente das praias:  t- shirts, calções e as pavorosas chinelas brasileiras “havaianas”, com direito à maçónica bandeirinha verd'amarela. Assim se passeavam, estavam na Igreja, assistiam missa. Mas não é tudo. Topei não com um mas com dois indivíduos que traziam a imagem do Che ao peito. A última vez que verifiquei, o argentino, além de ateu e marxista, havia sido um psicopata e assassino serial sumamente sanguinário. Já sei... I´m too old, too fat & too old-fashioned e não me dou com os novos tempos, sou um lefebvriano empedernido e provavelmente “fascista”, etc., mas em chão tantas vezes pisado por Maria Santíssima o devido decoro deveria ser imposto, mesmo à custa de pequena mossa nas credenciais modernistas das autoridades do Santuário. Mas em tempos de apostasia generalizada fechemos este caderno em beleza recordando hoje, dia 25 de Agosto, a São Luís Rei de França (1214-1270), modelo de monarca católico. Dotado de uma Fé absoluta, sentida e vivida, concebia a sua passagem pela vida terrena – ser humano e Rei – como serviço, entrega, abnegação, penitência e sacrifício. Exemplo de piedade e devoção, São Luís tinha na moral cristã a sua norma de conduta, e orientou a sua acção na busca da paz e da justiça. Pai amoroso de seu povo, ocupava-se tanto das suas pequenas questões como dos assuntos mais transcendentes. Nutria um amor especial pelos pobres e desamparados:  tinha o hábito de os convidar à sua mesa, lavava-lhes os pés, visitava e colaborava em hospitais, repartia esmolas. Guerreiro e Cruzado, possuía a clara noção do combate justo e na vitória tratava os vencidos com grande caridade e misericórdia. Soube, igualmente, conciliar as suas obrigações de fiel cristão com os deveres de Rei para com o seu povo. São Luís Rei de França era filho de Luís VIII e da Princesa Branca de Castela – cuja irmã, D.  Berenguela, foi mãe de São Fernando Rei de Castela.  Duas irmãs, cada qual a gerar um Santo e um modelo de governante dedicado ao bem comum. Nada mal para uma época qualificada de “idade das trevas” pela historiografia revolucionária. Felizes as gentes que viveram naquela escuridão governadas por Santos! Nós, iluminadíssimos, cá vamos andando de mal a pior, desgovernados por uma canalha de delinquentes.  

Até para a semana.

Marcos Pinho de Escobar