segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (39)

A 28 de Dezembro de 1978 um grupo de cidadãos portugueses apresentou queixa contra os “descolonizadores exemplares”. Na obra Os “descolonizadores” e o crime de traição à Pátria (por S. Silvério Marques, L. Aguiar, G. Santos e Castro; Ed. Ulisseia; 2ª ed; 1983) encontra-se o relato completo (383 páginas), com grande riqueza de detalhes, do referido processo e da forma vergonhosa como os poderes executivo e legislativo intervieram na alçada judiciária. A não perder o comentário e o parecer, simplesmente brilhantes, do Prof. Doutor Manuel Cavaleiro de Ferreira, um dos maiores juristas portugueses de sempre.

Deste trabalho retira-se a seguinte lista, não exaustiva, com os nomes dos acusados.

Mário Soares, que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros

António de Almeida Santos, que foi Ministro de Coordenação Interterritorial

Ernesto Augusto de Melo Antunes, membro do Conselho de Estado

Francisco da Costa Gomes, que foi Presidente da República

António Alva Rosa Coutinho, que foi Presidente da Junta Governativa de Angola

Victor Manuel Trigueiro Crespo, que foi Alto-Comissário em Moçambique

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho, que foi Comandante-Adjunto do Copcon

Mário Lemos Pires, que foi Governador de Timor

António Pires Veloso, que foi Alto-Comissário em S. Tomé e Príncipe

Vicente de Almeida Eça, que foi Alto-Comissário em Cabo Verde

António da Silva Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Leonel Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Os membros da Junta de Salvação Nacional que deram pareceres favoráveis aos Acordos de “descolonização”

Os membros do Conselho de Estado que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros dos governos provisórios que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros do Conselho da Revolução que foram autores da Lei Constitucional 7/74

Baseada nas assinaturas apostas nos documentos relativos ao infâme processo, a lista não inclui os nomes das criaturas que, embora não tenham assinado nada, tiveram papel fundamental na entrega do Ultramar aos bandos terroristas de obediência soviética e no subsequente martírio das suas populações. Especificamente, penso em Álvaro Cunhal e na sua troupe.

Feito este reparo, digo eu: se estas criaturas conseguiram escapar à “justiça” dos homens, fundadores que foram de um regime que é o seu próprio reflexo, da Justiça de Deus não escaparão – estão intimados a comparecer perante o Seu Tribunal. Imagino que alguns já estarão a arder no Inferno. Os demais podem ir aviando as malas.

JAMAIS ESQUECEREMOS

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar