sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 97

A carteira já montou o presépio e aguarda O Dia. Até lá, tem de certeza temas em carteira, ou não fosse ela uma, mas faz deles sigilo determinado.

Desafiou-me, então, um dos meus irmãos, a propósito de uma anterior crónica, para que escrevesse um pouco mais sobre como, no meu entender, devia afinal ser um patriota, quais os valores que seriam inerentes a alguém que ama a sua Pátria.

Antes de mais, é essencial exactamente isso: amá-la. No seu todo, grei, património, língua, cultura, história, defeitos e virtudes, forças e fraquezas embrulhados a trouxe-mouxe no mesmo território. Sem amor dos seus não há Nação que resista.

Depois, estar ao serviço. Sempre. Quando se servem em vez de servir, o resultado final é o vazio, com passagem directa para venda do país em leilão a preço base de saldo.

Devo acrescentar valores que deveriam ser intrínsecos a todos os que se dizem Homens. Se pensarem bem, a tábua entregue a Moisés contém tudo o que é necessário. 

E se não cultivar a honra, a verdade, a palavra, a honestidade e a responsabilidade um patriota serve de algo? 

Tanto me podem achar redutora ou, ao invés, exaustiva demais. Noutros tempos ou com outras mentes pareceria isto ser simples, natural e lógico. Agora deve ser pedir muito…

Leonor Martins de Carvalho