CADERNOS INTERATLÂNTICOS (50)
Este vem a ser o 50.º texto que alinhavo nas Eternas Saudades do Futuro. Infelizmente não conto com o fôlego da Leonor Martins de Carvalho, que acaba de completar a sua 100.ª crónica semanal. É, pois, com o número redondo e não desprezível de meia centena que despeço-me desta Ilustre Casa de Marchante, agradecendo ao querido Amigo João a amabilidade do seu convite para aqui escrever o que me passasse pela alma – fosse o que fosse, fosse como fosse –, e aos estimados leitores a atenção que dispensaram a este escrevinhador semanal. A tónica destes Cadernos foi sempre o entranhado amor a Portugal e o carinho especial à terra argentina de adopção. E neles foi feita a defesa – directa ou indirecta – de um conjunto de princípios e valores que estão na base da nossa formação e que o mundo moderno tem como missão abater. Muitas vezes custa-nos escrever não porque faltem temas ou esmorece a criatividade, mas – justamente – porque ficamos perplexos perante a sua diversidade e esmagados sob o seu peso, a sua gravidade. Dizer que Portugal vive uma hora sombria não é ser apóstolo do pessimismo mas observador capaz de enxergar pelo menos um palmo à frente do nariz. A hora é grave para a nacionalidade, pois quatro décadas de traição, de metódica demolição do corpo físico e moral da Pátria, pagam-se muito caro. Dizia o Mestre Maurras que o desespero em política é uma estupidez. E, de facto, assim é. Na vida dos povos não existe sempre nem nunca; não há nada definitivo, não há nada inevitável. Portugal pode e deve ser restaurado, e para isso basta querer e obrar com uma força de vontade inquebrantável.
Até sempre!
Marcos Pinho de Escobar
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