segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

O BELO SEXO NO CINEMA

Todos os países têm o seu cineasta das mulheres. Encontrá-lo, e beber-lhe da filmografia pessoal, é meio caminho andado em direcção aos mistérios do eterno feminino. Curiosamente, ou talvez não, esses autores são sempre simultaneamente os maiores trágicos das respectivas cinematografias nacionais. Caracterizam-se ainda por superarem, nos seus filmes, as limitações mortais do erótico amor físico e do inocente amor platónico, através da redenção propiciada pelo amor louco, o qual é todo ele síntese — de corpo e alma —, porque fruto da força transgressora e libertadora — logo, criadora — da paixão, no seu profundo significado etimológico (passio), que nos convoca para a sacrificial dimensão do sofrimento pelo outro.