CONTEMPLAR EM PAZ
Ó crua
luz vegetal
da minha rua
natal...
Contemplo os jacarandás,
que me olham com apego...
(Que negro
carrego
traz,
às costas, esse mancebo...!
A flor dos jacarandás
cobre-o de paz
e sossego...)
Tudo o que fui, de rapaz
sem ter cura nem conserto,
de boémio, ferrabrás
e estoira-vergas faceto:
tudo o que fui, de rapaz,
aqui jaz,
quando aqui chego...
No meio deste lilás,
o Sol dá comigo em cego.
Que sossego
tu me dás,
túnel de jacarandás...!
Que véu de paz
e sossego!...
luz vegetal
da minha rua
natal...
Contemplo os jacarandás,
que me olham com apego...
(Que negro
carrego
traz,
às costas, esse mancebo...!
A flor dos jacarandás
cobre-o de paz
e sossego...)
Tudo o que fui, de rapaz
sem ter cura nem conserto,
de boémio, ferrabrás
e estoira-vergas faceto:
tudo o que fui, de rapaz,
aqui jaz,
quando aqui chego...
No meio deste lilás,
o Sol dá comigo em cego.
Que sossego
tu me dás,
túnel de jacarandás...!
Que véu de paz
e sossego!...
RODRIGO EMÍLIO
(1944 — 2004)
(1944 — 2004)
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