quinta-feira, 7 de maio de 2015

DA SÉTIMA ARTE COM MÚSICA AO VIVO E TUDO

Os leigos não costumam saber; mas, é certo e sabido, entre os cinéfilos, que os filmes do Cinema Mudo tinham uma partitura musical que se destinava a ser interpretada, ao vivo, na sala, aquando da sua projecção. Os grandes realizadores dessa Época de Ouro da Sétima Arte tinham por hábito encomendar a um compositor da sua confiança estética esse trabalho criativo. O resultado da conjugação das imagens em movimento com a música dava a essas fitas uma força que as elevava ao nível de grandioso espectáculo, num curioso paralelo com a Ópera (expoente máximo de Arte Total).
Dito isto, após ter assistido a muitas dessas sessões, que, em boa hora, têm vindo a acontecer desde os anos de 1990 para cá, num interessante movimento de redescoberta da saudosa Era cinematográfica de 1895-1930, em instituições como a Cinemateca Portuguesa, Centro Cultural de Belém, etc., acabei de presenciar, pela primeira vez na vida, uma exibição de um filme sonoro em que a música foi interpretada ao vivo, sendo os restantes elementos da Banda Sonora (ambiente e voz) mantidos nas respectivas pistas da película.
Ainda por cima, a fita é um dos filmes da minha vida e da autoria de um dos realizadores do Cinema Moderno que mais admiro. Só posso dizer que valeu a pena viver até aqui para ver e ouvir! Acabadinho de chegar do ensaio-geral, ou ante-estreia, aconselho vivamente o espectáculo aos meus leitores e deixo-lhes aqui o link.