terça-feira, 9 de junho de 2015

DO FUTURO DOS LIVROS

Alertam-me frequentemente, com alguma preocupação, para o facto material de a marca de posse — carimbo com o meu nome completo como consta no CC da RP — que aplico em todos os meus livros poder «desvalorizar» os respectivos volumes. O parecer técnico é certamente bem verdadeiro e bem intencionado. Porém, não tendo eu os livros para vendê-los, mas sim para lê-los, conservá-los e deixá-los aos meus descendentes, não vislumbro razão para ficar inquieto. Antes pelo contrário. Todos ficarão assim, no futuro, a saber a quem pertenceram e de onde vieram os referidos livros, facilitando desta forma a vida aos vindouros. Contudo, tenho a clara noção de que, nestes tempos ferozmente individualistas, isto soa a excentricidade. Pensar nos outros (ainda para mais, em alguns que ainda nem nasceram, como seja o caso dos netos) é uma tolice...!