UNS TÊM UMA VISÃO GEOPOLÍTICA, OUTROS NÃO
Enquanto as nações europeias definham, espartilhadas pela União Europeia, há um Estado soberano que mostra ter uma visão geopolítica e não hesita em passar à acção. Refiro-me à Rússia. Esta percebeu que nos conflitos com o mundo islâmico é necessário definir e procurar estabelecer alianças nesse mesmo universo; e, assim o fez — escolhidos os xiitas, foram reforçados os laços com líderes religiosos, chefes políticos e nações soberanas desse grande (embora minoritário) ramo muçulmano. Consequentemente, como os aliados têm de dar provas no terreno, e não se ficar apenas por palavras e papéis, passou a intervir no teatro de operações da Síria, ao qual se seguirá, muito provavelmente, o Iraque. Países estes que, estando a ficar desertos de população, poderão abrir caminho para os russos porem as botas em terra. E assim, depois do século XX ter sido o do triplo triunfo dos impérios marítimos (na Grande Guerra, na II Guerra Mundial e na Guerra Fria), poderemos assistir a um século XXI dominado por uma super-potência continental.
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