domingo, 26 de agosto de 2018

DO CHIADO DE OUTRAS ERAS

Pois as cidades têm alguma coisa parecida com as nossas salas de visitas, locais que o mundanismo e a elegância consagraram, onde se não tratam negócios e onde apenas existem estabelecimentos de luxo. Se quiséssemos, passaríamos toda a vida sem atravessar tais ruas: não há necessidade que lá nos chame. Ali se reúnem os descuidados da vida, os janotas e as damas de alto tom (...). Para a nossa capital, esse papel é desempenhado pelo Chiado, eterno forum de elegância e distinção lisboetas. Esta simples palavra Chiado, pronunciada perante um provinciano, desperta-lhe todo um mundo de representações galantes, de luxo e de opulência, de movimento e de alegria.
In jornal O Século de 16 de Novembro de 1902.