terça-feira, 5 de março de 2019

EM MEMÓRIA DO CARNAVAL LISBOETA DE OUTRAS ERAS

Hoje, o Entrudo quase não sai à rua, mortos que estão o Corso da Avenida, a Dança da Roda, as cegadas, o salsa, o xé-xé, o costume do capote e lenço. Degenerando aos poucos, o Carnaval acabou por ficar-se pelos bailes de máscaras (cada vez menos frequentes) à porta fechada, as serpentinas, as bisnagas e os martelos de plástico. Morreram por último os assaltos, tradição mais recente mas também incompatível com os actuais serões dos lisboetas: sisudos, iguais, sensaborões, televisivos
In Lisboa Desaparecida, de Marina Tavares Dias, Quimera Editores, Lisboa, 1987.