quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

PARA A (RE)DEFINIÇÃO DAS CLASSES SOCIAIS E DA IDENTIDADE NACIONAL

Portugal tem hoje bem consolidado um grupo social que assumiu finalmente a imposta, de fora para dentro, designação de beto. Cá para mim, dever-se-ia grafar a palavra com maiúsculas, sendo BETO o acrónimo para Bonito, Educado, Talentoso e Organizado. Importa desde já esclarecer que esta nova definição, que legitima uma mui antiga classe tradicional, rompe com o velho significado cunhado por Miguel Esteves Cardoso. E escusado seria acrescentar que o beto também nada tem a ver com o betinho, que para todos os efeitos sempre foi tido e achado como um parvinho. Há porém uma interessante e importante quantidade de sub-grupos ou tipos que se podem identificar dentro desta classe, os quais foram sendo criados com imaginação e humor, na prática sócio-cultural, sócio-profissional e até sócio-política, pelos próprios. Cheira-me que voltarei amiúde a este tema, que tem pernas para andar, mas finalizo agora esta mensagem, que já vai longa para a política da casa, deixando aos meus queridos leitores identificado e apontado o primeiro, porque mais antigo e simultaneamente mais actual, braço desta classe: o agro-beto.