LISBOA, CRÓNICA POÉTICA (6)
Era bela
e flutuava de costas
à superfície da água
com o vestido encarnado
colado ao corpo
sobre a fauna e a flora do lago
situado no centro gravitacional do derradeiro secreto jardim romântico
de Lisboa
incrustado entre colinas
e
ao mesmo tempo que lavava a alma de melancólicas recordações
não conseguia apagar o som da guitarra distorcida
do concerto da noite anterior
que permanecia
ecoando dentro de si
e lhe provocava
um estranho
mas indiscritivelmente agradável
ardor
interior
no estômago.
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