quarta-feira, 30 de março de 2016

DA GENEALOGIA [BISAVÔ MARIANO E SEUS/MEUS ANTEPASSADOS MOREIRAS ALENTEJANOS]

I — SEBASTIÃO CARVALHO (nasce cerca de 1600)
Casa com D. FRANCISCA LUÍS (nasce cerca de 1600).
Tiveram, pelo menos, o seguinte filho:

II — FRANCISCO CARVALHO [que também é referido como FRANCISCO DE CARVALHO, entre outros sítios, na obra Biblioteca Lusitana de Diogo Barbosa Machado e no registo de casamento de seu filho Jerónimo Moreira de Carvalho (tratado a seguir)] (n. Estremoz, Santo André, c. 1635).
Casa, em Estremoz, Santa Maria, aos 27.03.1656, com D. MARIA FERREIRA [que também é referida como D. MARIA RIBEIRA, entre outros sítios, na obra Biblioteca Lusitana de Diogo Barbosa Machado e no registo de casamento de seu filho Jerónimo Moreira de Carvalho (tratado a seguir)] (n. Estremoz, Santa Maria, c. 1635), filha de António Fernandes e de D. Catarina Ferreira.
Tiveram 6 filhos, entre os quais este com quem seguimos:

III — JERÓNIMO MOREIRA DE CARVALHO (Estremoz [Santo André ou Santa Maria], c. 1673 — c. 1748). Médico, Cirurgião e Escritor. Formado em Medicina pela Universidade de Coimbra (1697). Médico do Partido da Universidade de Coimbra, Médico dos Exércitos da Província do Alentejo, Físico-Mór da Gente de Guerra do Reino do Algarve. Médico em Sousel e em Lisboa (nas Cortes de D. Pedro II e D. João V). Compôs uma massa, que intitulou «Pedra de David», com a qual curou várias doenças e a ele se deve o primeiro tratamento para problemas de uretra. Escreveu e traduziu vários livros, de Medicina, Cirurgia, História e Romances de Cavalaria, entre os quais se destacam as seguintes publicações: Método verdadeiro para curar radicalmente as carnosidades (Lisboa, 1721), História do Imperador Carlos Magno e dos doze Pares de França (Lisboa, 1728), História do Grande Roberto, Duque da Normandia e Imperador de Roma, etc. (Lisboa, 1733), História das Guerras Civis de Granada (1735).
Casa, 1.ª vez, no concelho e freguesia de Sousel, aos 22.09.1699, com D. ROSA MARIA DA SILVEIRA (Sousel, Sousel, baptizada aos 11.09.1673 — Sousel, Sousel, 09.02.1715), filha de Manuel Madeira Gil (Sousel, Sousel, c. 1640 — Sousel, Sousel, 28.10.1717), Cirurgião, e de sua mulher D. Brites da Silveira Fidalgo (Sousel, Sousel, c. 1640 — Sousel, Sousel, 19.11.1712).
Casa, 2.ª vez, depois de viúvo, em Lisboa, Santa Engrácia, 04.10.1723, com D. Isabel Teresa Cordeiro (Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição 07.01.1672), filha do Alferes Francisco Fernandes Cordeiro (Borba, Santa Bárbara, c. 1640 — Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição, 16.08.1690), militar que serviu em postos de cavalos e infantaria na Província do Alentejo, entre 1658 e 1690 (até à véspera da sua morte), combatendo nas principais Campanhas e Batalhas da época — Linhas de Elvas, Ameixial, Montes Claros, etc.  —, procedendo em tudo com notável valor e dando sempre grande exemplo, e de D. Maria da Conceição (Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição, c. 1640), e neta pela parte paterna de Manuel Fernandes e de D. Catarina Cordeiro, casados em Borba, Santa Bárbara, em 1638.
Do 2.º casamento não teve filhos.
Do 1.º casamento teve 8 filhos:
Quatro raparigas, de que adiante falarei de uma, e quatro rapazes — destes, o primeiro morreu menor, seguindo-se outro, como era hábito, com o mesmo nome, que se tratará mais adiante; sendo o penúltimo mais novo o Padre António Moreira (Lisboa, Castelo, 28.05.1710 — Almeida, Almeida, 01.05.1760),  Jesuíta, Missionário, Professor, Naturalista, Escritor, ingressou na Companhia de Jesus aos 19.02.1728, membro da 46.ª Missão dos Jesuítas para o Maranhão e Grão-Pará, serviu como Missionário na Missão de Santo Inácio (hoje Vila de Boim), no rio Tapajós, tendo chegado a essa região, para trabalhar com os respectivos índios, em 1750, Professor de Filosofia e de Prima de Teologia no Colégio Jesuíta do Maranhão,  escreveu Declaração das Raridades do Maranhão, de Peixes, Aves, etc., cujo manuscrito se encontra em depósito na Torre do Tombo, foi mandado regressar e encarcerar pelo Marquês de Pombal e morreu prisioneiro no Forte de Almeida; seguiu-se ainda, como 8.º e último filho, o Padre Jerónimo Moreira de Carvalho (homónimo de seu pai), Bacharel, Procurador da Coroa e Fazenda da Cidade do Rio de Janeiro, o qual, depois de escolher e tomar o estado clerical (1749),  foi Pároco, entre outras, da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Santa Luzia, a qual ajudou a edificar, sendo membro da comissão responsável pela sua construção e celebrando a sua missa inaugural (1769), no  Bairro do Rosário, Cidade de Luziânia, Estado de Goiás, Brasil; e, por último, o mais velho, com o qual seguimos:

IV — MANUEL MOREIRA DE CARVALHO (Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição, bp. 31.01.1704 — Estremoz, Santa Maria, 01.10.1741). Engenheiro-Militar e Escritor. Assentou praça como Soldado na Corte e foi Ajudante-Engenheiro na Província do Alentejo. Deixou manuscritos inéditos. Publicou História das Fortunas de Sempriles e Generodano, pelo doutor João Henriques de Zuñiga (Lisboa, 1735). Jaz sepultado na Igreja Matriz de Santa Maria de Estremoz.
Casa, no concelho de Lisboa, na freguesia de Santa Engrácia, aos 04.10.1723, com D. LUÍSA TERESA LEONOR (Lisboa, São Julião, c. 1704 — Sousel, Sousel, 17.07.1782), filha do Coronel Francisco Cordeiro Vinagre (Vila Viçosa, Nossa Senhora da Conceição, bp. Borba, Santa Bárbara, 26.12.1678 — c. 1750), Quartel-Mestre-General, Engenheiro-Militar, filho de Francisco Fernandes Cordeiro, Alferes, e de D. Maria da Conceição [ver III], o qual, viúvo de sua primeira mulher, D. Maria Ana Teresa Furtado de Mendonça [surge em vários documentos também como D. Maria Ana Teresa Furtado, ou D. Mariana Furtado de Mendonça, ou D. Mariana Furtado, ou D. Mariana Teresa Furtado] (Lisboa, São Julião, c. 1680 — Montemor-o-Novo, Nossa Senhora do Bispo, 26.09.1716) [está sepultada no Convento de Nossa Senhora da Conceição, na atrás referida freguesia do óbito], casa também, na mesma freguesia e na mesma data, com D. Leonor Joana da Silveira (Sousel, Sousel, bp. 23.11.1700 — ), filha do Doutor Jerónimo Moreira de Carvalho e de sua mulher D. Rosa Maria da Silveira [ver III].
(Não posso deixar de abrir aqui parêntesis para destacar os três casamentos que ocorrem na mesma Igreja no mesmo dia: Francisco Cordeiro Vinagre cc D. Leonor Joana da Silveira; Jerónimo Moreira de Carvalho cc D. Isabel Teresa Cordeiro; Manuel Moreira de Carvalho cc D. Luísa Teresa Leonor — sendo as duas testemunhas, de todos, João Bressane Leite, Superintendente da Contadoria Geral da Guerra, e o Coronel José da Silva Pais).
Tiveram, pelo menos, que se conheçam, três filhos e duas filhas, sendo o mais velho dos varões o Tenente-Coronel Jerónimo Moreira de Carvalho, o mais novo Joaquim José Moreira de Carvalho (também usa  Joaquim José Moreira de Carvalho e Mendonça), e o do meio o seguinte:

V — FRANCISCO MOREIRA DE CARVALHO (Lisboa, Santa Engrácia, bp. 15.12.1727 — Sousel, Sousel, 04.12.1769). Tabelião do Judicial e Notas de Sousel.
Casa, no concelho e freguesia de Sousel, aos 23.07.1752, com D. MARIA FARINHA BARREIROS GODINHO (Sousel, Sousel, bp. 22.05.1732 — ), filha de José Rodrigues Roque (Estremoz, Santa Vitória do Ameixial, bp. 03.02.1686  — Sousel, Sousel, 20.01.1767) e de sua segunda mulher, D. Inês de Andrade Barreiros Godinho (Sousel, Sousel, bp. 07.05.1695 — Sousel, Sousel, 28.08.1766), e trineta, por via desta, de Clemente Pires Farinha Barreiros (Sousel, Sousel, c. 1590), Fidalgo de Cota de Armas, que teve Carta de Brasão de Armas para Barreiros aos 27.08.1616 .
Tiveram, que se saiba, apenas um filho (que morreu menor) e uma filha, com quem seguimos:

VI — D. JOANA LEONOR MOREIRA (Sousel, Sousel, bp. 29.06.1756 — ).
Casa, 2.ª vez, depois de ficar viúva de Custódio da Silveira Preto (Sousel, Sousel — Sousel, Sousel, 03.06.1782), filho de Diogo da Silveira Preto (Fronteira, Fronteira — ) e de sua mulher D. Joana da Cunha Feio (Sousel, Sousel — ), no concelho e freguesia de Sousel, aos 24.06.1783, com BONIFÁCIO JOSÉ DA COSTA (Sousel, Sousel, bp. 01.11.1758 — ), filho de Domingos José Boino (Gouveia, Arcozelo — ) e de sua mulher D. Maria de Jesus da Costa (Sousel, Sousel, bp. 21.10.1725 — ).
Teve 5 filhos do 1.º casamento.
Teve 8 filhos do 2.º casamento; e, morrendo menor o primogénito, ficou como varão mais velho o segundo deste nome, com o qual seguimos:

VII — JOÃO RODRIGUES MOREIRA (Sousel, Sousel, bp. 13.10.1790 — Sousel, Sousel, 22.03.1872). Lavrador e Proprietário.
Casa, no concelho e freguesia de Sousel, aos 16.10.1808, com D. ANA DA CONCEIÇÃO BELÉM [também usou D. ANA DA CONCEIÇÃO SILVEIRA, como por exemplo é referida no registo de óbito da sua filha D. Maria da Orada Moreira (madrinha de baptismo de Mariano Moreira da Costa Pinto, aqui em baixo no IX)] (Sousel, Sousel, 12.09.1791 — ), filha de José Fernandes (Gouveia, Vila Nova de Tazem — ) e de sua mulher D. Ana de Belém (Sousel, Sousel, bp 28.07.1748 — ), e bisneta pelo lado desta de Manuel Rodrigues (Santarém, Torres Novas — ) e de sua mulher D. Faustina Silveira (Sousel, Sousel, bp. 01.01.1698 — ), os quais são igualmente bisavós do Cantor, Professor de Canto, Compositor e Empresário Teatral António Felizardo Porto (Sousel, Sousel, 27. 06.1793 — Lisboa, Lisboa, 01.10.1863).
Tiveram 11 filhos, dos quais a quarta, Guilhermina do Espírito Santo Moreira (Sousel, Sousel, 01.01.1818 — Sousel, Sousel, 05.06.1892), casada com Joaquim António Beato (morre em Sousel, Sousel, 19.081876), é mãe do Professor Catedrático António Moreira Beato (Sousel, Sousel, 01.06.1860 — Lisboa, Camões, 22.06.1937), sendo a décima a seguinte:

VIII — D. LEONOR DO CARMO MOREIRA (Sousel, Sousel, 26.02.1835 — Sousel, Sousel, 31.08.1892). Jaz sepultada juntamente com seu marido no jazigo de seu filho-segundo no Cemitério de Sousel (tem a seguinte inscrição: «Jazigo de Carlos Moreira Costa Pinto e de sua Esposa D. Joana Chaveiro Costa Pinto»).
Casa, no concelho e freguesia de Sousel, aos 01.06.1863, com JOAQUIM PEREIRA DA COSTA PINTO (Fronteira, Fronteira, 29.11.1835 — Sousel, Sousel, 05.11.1891), Grande Lavrador e Proprietário, Senhor da Herdade da Revenduda, Tronco da Família Costa Pinto, do Alentejo, filho de Carlos da Costa Pinto da Fonseca (Fronteira, Fronteira, 24.11.1794 — Fronteira, Fronteira, 01.04.1857) [e, sempre por varonia: neto do Capitão José da Costa Ramos (Cinfães, Santiago de Piães, bp. 08.07.1759 — Fronteira, Fronteira, 04.09.1811), Capitão agregado a um dos Regimentos de Ordenanças da Corte (01.12.1806); 6.º neto de Gaspar Pinto da Fonseca (Cinfães, Travanca — Cinfães, Tarouquela, 20.08.1638), Rendeiro do Mosteiro de Tarouquela e, por casamento com D. Ana Moreira (Cinfães, Tarouquela — Cinfães, Tarouquela, 17.10.1656) (a qual era bisneta de António Pires Moreira, Capitão e Juiz do Couto de Tarouquela, Procurador das Freiras Beneditinas do Mosteiro de São Bento de Avé-Maria, no Porto, Senhor da Casa e Quinta do Outeiro e da Casa de Paços, em Tarouquela, que usou brasão de armas dos Moreiras, concedido a Diogo Moreira de Campos, Chanceler da cidade do Porto), Senhor da atrás referida Casa e Quinta do Outeiro, em Tarouquela; 17.º neto de Afonso Rodrigues de Magalhães, Fidalgo da Casa Real, Senhor da Quinta e Torre de Magalhães, primeiro a usar o apelido Magalhães], Lavrador e Proprietário, activo militante miguelista — antes, durante, e depois do Reinado de D. Miguel —, e de sua mulher D. Teresa Carolina Pereira (Sousel, Santo Amaro, 02.03.1801 — Fronteira, Fronteira, 01.05.1862), Lavradora e Proprietária, em viúva, a qual é trineta, sempre por linha feminina, de Manuel Dias Serra (Sousel, Casa Branca, bp. 20.09.1670) e de sua mulher Isabel Gião (Sousel, Casa Branca, c. 1670), os quais  têm, pelo menos, dois filhos varões, Manuel Gião (que será o trisavô por varonia de Joaquim José Gião, 1.º Visconde de Gião) e Francisco Dias Serra, que virá a professar com o nome de Padre Francisco Dias Gião, e uma filha, Isabel Gião, de quem a supradita é bisneta [ver linha Gião].
Tiveram 6 filhos (destes, uma rapariga e dois rapazes morreram menores), ficando como varão mais velho o seguinte:

IX — MARIANO MOREIRA DA COSTA PINTO (Sousel, São João Baptista da Ribeira, 31.10.1868 — Monforte, Vaiamonte, 26.04.1930). [Teve como Padrinho de Baptismo o seu tio paterno Francisco da Costa Ramos Pinto da Fonseca, Grande Lavrador e Proprietário em Fronteira, e como Madrinha a sua tia materna D. Maria da Orada Moreira, Proprietária em Sousel, e recebeu o nome do seu falecido tio materno Mariano Rodrigues Moreira, Grande Lavrador e Proprietário em Sousel.] Grande Lavrador e Proprietário Agrícola. Político. Activo militante regionalista e republicano, desde os tempos da Monarquia. Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Monforte, Presidente da Junta de Paróquia de Vaiamonte, Juiz de Paz de Vaiamonte, Presidente do Triângulo N.º 169 da Maçonaria de Rito Francês (iniciado em 14.05.1911, no referido Triângulo de Monforte, com o nome Simbólico de «Alma»). Senhor das Herdades de Samarruda, Nora, Courelas de Vale Verde (as duas últimas anexas à primeira), Palhinha, Gis, Picão (estas três anexas umas às outras), Vale dos Homens, Tapadão de Alter, Esquerdos, Relvacho, Asseca, Pintas, Torradas, Sernila, Matança e Reguengo. Rendeiro da Herdade de Torre de Palma, etc.
Segue...

Fonte bibliográfica:
In 7.º draft do livro Mariano Moreira da Costa Pinto — Vida, Antepassados e Descendentes dum Grande Lavrador Alentejano, de João Miguel Costa Pinto Marchante (Autor do blogue Eternas Saudades do Futuro).