sábado, 20 de maio de 2023

AINDA E SEMPRE OS ANOS 20

O que é que os anos 20 do século XX tiveram?
Esteticamente, foram vanguardistas. Ideologicamente, foram tradicionalistas. E, assim sendo, produziram uma nova e inovadora síntese histórico-cultural.
Cheira-me que os anos 20 do século XXI também trarão uma renovada e renovadora síntese para Portugal e para a Europa. 

DA LITERATURA

A literatura pura e dura (sem ilustrações nem nada) é por excelência a arte da meia-idade e da consequente maturidade porque só nessa fase da vida já vimos e vivemos o suficiente para podermos traduzir em pessoalíssimas imagens mentais as palavras que lemos. 

DA EXPERIÊNCIA DE VIDA

Descobrir que tudo tem o seu tempo leva tempo como tudo.

DA CERTEIRA SABEDORIA POPULAR

Maio pardo e ventoso faz o ano farto e formoso.

DO SAGRADO ALIADO AO PROFANO

Na quinta-feira passada comemorámos duas Festas: Quinta-Feira da Ascensão e Dia da Espiga.

Tenho para mim como certo e sabido que Portugal verdadeiro viverá enquanto cultivar as suas telúricas tradições ancestrais pagãs e simultaneamente se mantiver crente e fiel à solenidade da liturgia cristã.

O QUE É QUE AS TIPUANAS TÊM?

As Tipuanas estão sombrias e parecem mortas, no início duma semana (a última de Maio, normalmente); no fim da semana seguinte, apresentam-se frondosas e refulgentes de amarelo. Por estas e outras, são árvores mágicas.

O QUE É QUE AS CEREJEIRAS TÊM?

As Cerejeiras (nome de árvore que é árvore grafa-se com maiúscula) dão flôr (assim mesmo, como deveria ser, com acento circunflexo e tudo) antes das folhas. São mistérios assim que nos levam à contemplação da Natureza. Saibamos retirar ensinamentos dos simbólicos sinais da Flora. 

quarta-feira, 10 de maio de 2023

CONTEMPLAR EM MAIO E PASSEAR EM JUNHO

Mais do que ver os Jacarandás em flôr no mês de Maio, confesso que tenho um especial prazer em esperar por Junho para poder finalmente caminhar sobre a estrada azul-lilás traçada pelos seus despojos.

DA FRESCURA DAS ALFACINHAS

Basta olhá-las à boa luz de Lisboa, para ver que as mulheres desta cidade estão cada vez mais bonitas. Refiro-me exclusivamente às lisboetas, propriamente ditas, aqui nadas e criadas, e tenho para mim como certo e sabido que o apuramento da sua graça e raça está relacionado com a afirmação que fazem questão de fazer perante as turistas que nos visitam. Coisas do foro da saudável competição, a qual ajuda a elevar o nível, em tudo, até porque, já se sabe, as mulheres não se embelezam para agradar aos homens mas sim para impressionar as outras mulheres.

DO VENTO VIRIL

Em Maio, para que as plantas se eternizem, o vento fecundador sopra com força.

IMPÉRIO DOS SENTIDOS E DO ESPÍRITO

Cativante maravilha sensorial e espiritual esta, a destes dias do pino da Primavera em Lisboa. As ruas, avenidas e praças da Capital do primeiro e último  Império ultramarino e pluricontinental do Mundo estão pintadas de cores saturadas e perfumadas por aromas sensuais. São as históricas e monumentais árvores a lembrar-nos que Brasil, Índia, Guiné, Cabinda, Angola, Moçambique, Malaca, Solor, Timor e Ceilão — e  muito mais além ainda — têm saudades de Portugal.  

LISBOA EM MAIO TEM

Jacarandás apaixonados e mulheres em flôr. Ou vice-versa.

CULTIVAR AS RAÍZES

Asseguram-me que a jardinagem é o hobby com mais praticantes a nível mundial e a genealogia o segundo. Os dois passatempos têm mais em comum do que possa parecer. Consistem ambos em cultivar as raízes.

A CADA GERAÇÃO O SEU SOM

O da beat é o bop, o da minha é o rock.

DO ETERNO RETORNO E SUAS VANTAGENS

Andarmos em círculos propicia podermos descobrir algo importante que nos tenha escapado nas passagens anteriores. E sejam sempre essas voltas em espiral ascendente e nunca em decadente entropia.

HALTERES OU ALTERES?

Diz-me um amigo médico que preciso de fazer exercício físico. Verdade seja dita que também sinto cada vez mais essa necessidade. Há portanto toda uma gama de desportos a analisar. Vão desde o ginásio até ao picadeiro. É pois caso para perguntar: alteres ou halteres?

DASABAFO HISTÓRICO-SOCIOLÓGICO

Detesto o facto mundano de as mulheres adoptarem e usarem os apelidos dos maridos (mais um mau hábito introduzido pelo decadente liberalismo em meados do século XIX e confirmadoo pela triste república), na medida em essa prática corriqueira me troca as voltas nas deduções genealógicas. Isto é: fico sem saber «quem é quem». Além disso, parece-me um hábito muito pouco feminista, sendo que algumas que o fazem afirmam-se como tal...

TRIUNFO DOS ARRIVISTAS E SEUS TROFÉUS

O novo-riquismo é uma ideologia que se caracteriza pelo ódio a tudo quanto seja antigo. As árvores e as casas são os alvos preferidos dos seus seguidores e «abate» e «demolição» as suas palavras-de-ordem. Instalados que estão no poder há décadas em Portugal, basta darmos uma volta pelo nosso pobre País para podermos ver o resultado dos seus ataques terroristas: pauzitos ridículos e caixotes desumanizados substituíram monumentais árvores centenárias e belas casas históricas.

DO MISTÉRIO DOS «TIOS»

Chamo «tios» aos pais dos meus amigos e aos amigos dos meus pais.

Bem sei que esta é uma matéria do foro da educação e da intuição; mas, para quem não percebe — e gosta de aprender —, eu explico a lógica da coisa: ao fazermos assim, estamos a considerar, no primeiro caso, os nossos amigos como nossos primos co-irmãos (vulgarmente designados por primos-direitos); e, no segundo caso, os amigos dos nossos pais como irmãos dos nossos pais — é impossível haver laços (tirando os de sangue e os espirituais) mais fortes do que estes.

PERSONAGEM ROMÂNTICA PARA HOJE

A Dama das Camélias — Marguerite Gautier, de seu nome, também conhecida por Violetta Valéry, e, ainda, por Camille; ou, na verdade, Marie Duplessis, na «vida real».

Todos os homens se cruzam pelo menos uma vez na vida com uma destas fatais e fascinantes cortesãs que atravessam os séculos marcando os salões e as soirées e, modernamente, as festas e as «noites». São a alegre passageira perdição dos dandies — que as reconhecem ao primeiro olhar—, e inspiram o terror no resto da sociedade, que sabe serem todas elas portadoras de uma pessoalíssima e perigosa caixa de Pandora.

NA LINHA DE KIERKEGAARD

Pratiquemos a leitura vagarosa, que propicia o enriquecimento do ser, contra a leitura apressada, que busca apenas o ter.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

DO FIM DO PANDEMÓNIO

Foi hoje oficialmente declarado o fim da pandemia do covid 19. A coisa durou portanto aproximadamente três anos  (11.03.2020-05.05.2023). Cabe agora aos historiadores - em particular aos especializados em ciência e geopolítica, digo eu - estudarem-na. Cheira-me que iremos ter surpreendentes revelações.