quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A ESPUMA DOS DIAS NA BLOGOSFERA PORTUGUESA

Gabo a pachorra aos bloguistas que se dedicam a comentar a espuma dos dias. Não vale a pena. Nestes tempos democráticos (cada vez mais o prefixo dessa palavra me soa a coisa do demo) e mediáticos (que bem que rima com merdiáticos) a verdade de hoje é a mentira de amanhã. Portanto, deixem-se disso.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

DAS NOVAS FORMAS DE LUTA

Quer-me cá parecer que a suspensão do colectivo Jovens do Restelo coincidirá com um ressurgimento dos blogues individuais. Sinal claro desta facto é o regresso à blogosfera, em nova casa própria, do veterano autor Bruno Oliveira Santos. São as novas formas de luta.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (40)

A decadência dos povos é fenómeno que tem tanto de triste como de misterioso. País que apresenta uma dupla excepcionalidad realmente assombrosa - a de ter saltado da riqueza à pobreza no mesmo curto espaço de tempo no qual havia entabulado o caminho inverso -, a Argentina continua a dar provas de uma autêntica sanha auto-destruidora. Chego mesmo a perguntar-me se ela ainda existe ou se já é apenas uma ideia repetida à exaustão, um exercício de prestidigitação, uma ficção. Antigo celeiro planetário, solo e clima naturalmente magníficos para a agro-pecuária, o país nos seus tempos áureos contava com um rebanho bovino de 70 milhões de cabeças. Em meados da década de sessenta o stock vê-se reduzido a 50 milhões; nos trinta anos seguintes apresenta um crescimento ridiculamente anémico, atingindo 57 milhões em 2006. Desde então a redução do stock tem sido uma constante: em 2012 registou 51,7 milhões de bovinos. A agressividade kirchnerista contra o campo, demagógica e estúpida em doses verdadeiramente cavalares, explica boa parte mas não todo o problema - proibição de exportações de carne, tributação confiscatória nas operações cerealíferas, controlos discricionários e draconianos, desinsentivos de toda ordem, até mesmo ameaças de violência ao bom estilo gangster. Terra privilegiada de carne, trigo e leite, a Argentina - pasmem! – encontra-se actualmente a importar carne, trigo e leite. E todos os frigoríficos já estão em mãos estrangeiras. Tudo em nome do povo, dos pobres, contra a exclusão, como agora fica bem dizer. A demagogia e a corrupção do sistema democrático não deixam de surpreender: enchem a boca a falar nos pobres e cada vez há mais deles, enquanto brotam, tal geração espontânea, as fortunas bilionárias dos pulhíticos e respectivas clientelas. Mais uns numeritos esclarecedores: há 35 anos os 10% mais ricos ganhavam 8 vezes mais do que os 10% mais pobres. Hoje, depois de tanta democracia, esta tal democracia com a qual, na expressão do finado presidente Alfonsín, "come-se, educa-se, cura-se", os 10% mais ricos abocanham um pedacito 35 vezes maior do que recebem os 10% mais pobres. Mas há grandes conquistas: vastos bairros de lata, imensas legiões de desocupados, exércitos de esfomeados a vasculhar os contentores de lixo em busca de restos para aguentar um dia a mais. Tudo isto na terra da carne, do trigo, do leite. Uma escandaleira.
 
Marcos Pinho de Escobar

domingo, 27 de outubro de 2013

LOU REED

Morreu um dos principais nomes do Rock. Poeta, músico, guitarrista, vocalista, e tudo. Pesquise-se neste meu pessoalíssimo blogue, a fim de se constatar quão importante ele foi — e é —  para mim. Eu dou uma ajuda: Lou Reed.  

sábado, 26 de outubro de 2013

HOJE NA HISTÓRIA ACONTECEU

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 90

Enquanto trabalho, a carteira está em estado de completo repouso. No entanto, peguei-lhe o vírus da inquietação, por isso me voltou a sugerir um tema como o de hoje.

Vivemos em desesperança. É um estado que nos é recorrentemente familiar. Já lá estivemos várias vezes, diria vezes demais, com anteriores governos. Julgamos impossível a salvação. 

Sem saber o que fazer, prosseguimos a nossa vida, mas roídos interiormente pela inquietação e pela revolta. Diariamente derrubam-nos os pesados pedregulhos dos erros do passado, tropeçamos a torto e a direito nos do presente, antevemos facilmente os do futuro. 

Continuamos a ver que o crime compensa, a ganância é premiada, nunca há solução quando certos interesses estão em causa, as decisões estão em piloto automático para os caminhos fáceis, aqueles cuja seta indica os mais fracos.

Como esperar justiça se as leis penais são feitas pelos políticos à sua imagem e semelhança, na exacta medida dos seus desvalores?

Quando observo as gerações seguintes, nos pequenos indícios do seu dia-a-dia, o desespero aumenta. Alguma vez haverá redenção? 

Quando não se levantam se vêem um velhinho entrar no autocarro, quando não pagam o transporte e nem a consciência lhes morde ao ver um reformado que teve de comprar o passe, quando se ouve de uma aluna (filha de professora!) que tem uma morada falsa para ser considerada deslocada quando afinal vive na zona, quando as suas preocupações principais são as saídas e bebedeiras ao fim-de-semana, o desalento assalta-nos.

Enquanto acharmos que é normal e lícito tirar um rebuçado do escaparate e não o pagar, não iremos longe. Por agora, quem assim pensa, chegará, no mínimo, a secretário de estado. Ora nós queremos que os secretários de estado nunca tenham roubado um rebuçado na vida, ou se o fizeram, tenham tido pais com a reacção apropriada.

Cada um de nós poderá pensar ter a solução perfeita, mas ignoramos como alcançá-la. O que enfrentamos parece-nos escolho intransponível, tarefa de gigante para os nossos frágeis braços.

Já não virão cavaleiros proteger-nos. Se excluirmos a hipótese de mudanças à força, resta-nos o quê? A resistência. A acção como exemplo. Se para os cristãos a sua vida deve ser testemunho, o mesmo se pode aplicar à vida política. É a nossa quota-parte na mudança que esperamos. 

Nunca nos calarmos nem cedermos. Manter a capacidade de nos indignarmos, mesmo quando poucos se indignam. Não deixar que as artes mágicas do pensamento dominante transformem o desonesto em honesto, o mal em bem.

Depois, participar em todos os fóruns ao nosso alcance. Desde o condomínio a associações desportivas e culturais, nas assembleias de freguesia, nas municipais, em todos os buracos que o sistema nos concede, quase que por condescendência, para intervir, por ínfimos que sejam.

Abdicar, desinteressar-se, é render-se, não pode ser opção. Aprendemos que pelas pequenas batalhas se podem vir a ganhar guerras.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

AO CUIDADO DOS ESTADISTAS DO SÉCULO XXI

Quero crer que o Futuro está nas mãos de uma jovem geração de Portugueses que deseja servir desinteresseiramente e apaixonadamente a Pátria. Porque em Política a preparação é fundamental para a conquista e o exercício do Poder, espero que do alto dos seus 20 anos estejam agora a ler o seguinte livro: Ideologia e Razão de Estado, Uma História do Poder, Jaime Nogueira Pinto, Civilização Editora, Porto, 2013.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

DO PRAZER DE LER

Há males que vêm por bem: ando desinspirado; portanto, escrevo menos e leio mais. Começando logo aqui pelo blogue. Semana após semana delicio-me com as tão diferentes quão igualmente brilhantes crónicas dos especialíssimos convidados Leonor Martins de Carvalho e Marcos Pinho de Escobar. 

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (39)

A 28 de Dezembro de 1978 um grupo de cidadãos portugueses apresentou queixa contra os “descolonizadores exemplares”. Na obra Os “descolonizadores” e o crime de traição à Pátria (por S. Silvério Marques, L. Aguiar, G. Santos e Castro; Ed. Ulisseia; 2ª ed; 1983) encontra-se o relato completo (383 páginas), com grande riqueza de detalhes, do referido processo e da forma vergonhosa como os poderes executivo e legislativo intervieram na alçada judiciária. A não perder o comentário e o parecer, simplesmente brilhantes, do Prof. Doutor Manuel Cavaleiro de Ferreira, um dos maiores juristas portugueses de sempre.

Deste trabalho retira-se a seguinte lista, não exaustiva, com os nomes dos acusados.

Mário Soares, que foi Ministro dos Negócios Estrangeiros

António de Almeida Santos, que foi Ministro de Coordenação Interterritorial

Ernesto Augusto de Melo Antunes, membro do Conselho de Estado

Francisco da Costa Gomes, que foi Presidente da República

António Alva Rosa Coutinho, que foi Presidente da Junta Governativa de Angola

Victor Manuel Trigueiro Crespo, que foi Alto-Comissário em Moçambique

Otelo Nuno Romão Saraiva de Carvalho, que foi Comandante-Adjunto do Copcon

Mário Lemos Pires, que foi Governador de Timor

António Pires Veloso, que foi Alto-Comissário em S. Tomé e Príncipe

Vicente de Almeida Eça, que foi Alto-Comissário em Cabo Verde

António da Silva Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Leonel Cardoso, que foi Alto-Comissário em Angola

Os membros da Junta de Salvação Nacional que deram pareceres favoráveis aos Acordos de “descolonização”

Os membros do Conselho de Estado que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros dos governos provisórios que deram pareceres favoráveis aos mesmos Acordos

Os membros do Conselho da Revolução que foram autores da Lei Constitucional 7/74

Baseada nas assinaturas apostas nos documentos relativos ao infâme processo, a lista não inclui os nomes das criaturas que, embora não tenham assinado nada, tiveram papel fundamental na entrega do Ultramar aos bandos terroristas de obediência soviética e no subsequente martírio das suas populações. Especificamente, penso em Álvaro Cunhal e na sua troupe.

Feito este reparo, digo eu: se estas criaturas conseguiram escapar à “justiça” dos homens, fundadores que foram de um regime que é o seu próprio reflexo, da Justiça de Deus não escaparão – estão intimados a comparecer perante o Seu Tribunal. Imagino que alguns já estarão a arder no Inferno. Os demais podem ir aviando as malas.

JAMAIS ESQUECEREMOS

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

sábado, 19 de outubro de 2013

QUANDO O SISTEMA TENTA APAGAR A HISTÓRIA

Um dos actos políticos de maior desonestidade intelectual é mexer na toponímia – alterando nomes de avenidas, ruas, praças, parques e obras de arte – ao sabor das mudanças de regime.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 89

Em estado de choque, a carteira recusa qualquer tema em que fareje um grão de política. Em estado de choque semelhante, faço-lhe a vontade. 

Falemos então de gente. Das pessoas. Das que estão estado de choque. 
- Não podes ir por aí, interrompe a carteira de supetão, sei perfeitamente onde esse tema vai dar…

Vamos discorrer sobre património edificado. Todo aquele que tem vindo a ser destruído.
- Alto! Se começas esse assunto, caímos directas no poço da política!

Chegou a hora de falar de agricultura. Da desertificação e do abandono das terras.
- Ai, ai, ai… Ouviste bem o que te pedi?

Escrevamos sobre ambiente. A natureza, os incêndios e o desordenamento do território. 
- Então??? Estás a querer provocar-me?

Ainda não toquei no tema da educação. A instabilidade nos currículos, a facilitação, as turmas gigantescas…
- Ó menina, ainda te desligo o computador!

Repesquemos o tema da Língua. O Português está a ser assassinado por um suposto acordo e…
- Não! - atalha a carteira - Sobre isso não! Ainda me pões a tomar comprimidos.

Faltava aqui aludir à justiça neste país. Apontar os casos político-económico-financeiros. Denunciar as impunidades que grassam em Portugal.
- Disso então, muito menos! Até me põe maldisposta.

Retomemos o tema das redes sociais. Iremos abarcar algumas especificidades ainda não relatadas.
- Nem sonhes! Ainda desatas a falar nas páginas do presidente da República e do primeiro-ministro.

Afinal posso escrever sobre o quê? 
- É melhor que nesta crónica nos calemos, remata a carteira, na próxima ficas à vontade, mas nesta demos folga à política.

Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

DA CULTURA LUSÍADA

Estou a ler a 1.ª edição (fac-símile) da História do Futuro do Padre António Vieira. Com os caracteres e a ortografia de 1718, portanto. E, contudo, constato que a sua escrita permanece  límpida e luminosa. Deus nos dê de futuro prosadores assim. 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

DA ARTE DE CONVERSAR

As conversas mais interessantes destas pretéritas férias de Verão tive-as com pessoas acima dos setenta anos. Perdoem-me as queridas amigas e os caros amigos da minha geração mas não consigo deixar de confessar aqui esta secreta sensação.

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (38)

Sempre nutri um supremo respeito pelos conceitos de Nação e do seu correlato,  a nacionalidade. No entanto os tempos mais ou menos recentes, as uniões europeias e as não tão – ou não mais – europeias, o mundialismo avassalador, a psicose do multi-culti e demais sandices descaracterizadoras profanaram a outrora sagrada qualidade de pertença natural e histórica a um povo específico. Relativizada e reduzida a uma mera categoria burocrático-classificadora, a nacionalidade, que deveria ser herdada ou, nas devidas e honrosas excepções, comprovadamente merecida, vale agora tanto quanto um ticket-refeição, uma camisola de equipa futebolística ou um acessório de moda. Em tempos de direitos especiais, melhor dito: privilégios, à disposição de qualquer grupo com uma agenda própria, quero aqui propor a criação de mais uma associação de interesse especial: os “anacionais”. Na era dos sem-papéis, dos sem-tecto, dos sem-terra, etc., cumpre fundar o grupo dos sem-nacionalidade, daqueles que recusam o aviltamento de tão nobre conceito e preferem, então, ser classificados em uma nova categoria – com direito a BI e passaporte distintos – talvez transparentes –, subsídios camarários, protecção legal anti-discriminatória, direito a manifs no dia do “orgulho anacional”, etc.  Quem alinha?

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 13 de outubro de 2013

DA VIDA PROFISSIONAL

Estou a desenvolver, simultaneamente, dois novos projectos artísticos. Um será apresentado, daqui a pouco mais de um mês, numa exposição colectiva. Outro será apresentado, daqui a pouco menos de nove meses, numa exposição individual. Tomai nota nas agendas, ó amantes das artes.

DA COMUNICAÇÃO NA INTERNET

Devo uma explicação aos meus amigos que, simpaticamente e repetidamente, me têm convidado para aderir ao LinkedIn e ao Twitter. Até agora, não senti necessidade de aderir a essas duas redes, pelas seguintes razões: em relação ao primeiro caso, o meu site cobre essa área de comunicação profissional; em respeito ao segundo, as mensagens que escrevo neste blogue pessoal são quase todas num estilo que me parece ser também o dessa outra rede, ou seja, «blogo» como «twittaria». Contudo, peço que me convençam do contrário, em ambos os casos. Se assim for, aderirei entusiasticamente – logo que tenha tempo para tal – às referidas redes.
A título de curiosidade, refiro que publiquei esta mensagem, em primeiro lugar, há já mais de um mês, no meu mural do Facebook. Foi a primeira vez que escrevi lá algo antes de o fazer aqui. Registo isto para memória futura destas andanças na Internet.    

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 88
 
Em dia de capicua, a carteira decidiu-se por um desafio. Quer então a excelsa cronista conhecer mais do país onde está emigrada, pedindo breve descrição geográfica e sociológica acompanhada de resenha estatística. Aceito. E quem melhor para lhe proporcionar uma visão perfeita e íntegra senão os nossos governantes? As suas prudentes decisões procedem sem dúvida dos seus vastíssimos conhecimentos do país! Vejamos.
 
Portugal
(aos olhos de um governante)

Área geográfica do território: Lisboa e arredores, com pequenos enclaves no Porto.
 
Área geográfica da paisagem: zona desértica a sul de Almada e a Norte de Sintra, zona de veraneio no extremo sul.
 
Clima: moderado por ar condicionado no Verão e aquecimento central no Inverno.
 
Média etária da população: 25 anos.
 
Nível de escolaridade da população: licenciatura e amplos conhecimentos de informática como utilizador.
 
Moeda: germânica.
 
Salário médio mensal: 10.000 €.
 
Nível de tributação: deficiente, larga margem de manobra.
 
Computadores: um por habitante.
 
Rede de transportes públicos: total cobertura do país por carreiras de autocarro e metropolitano com paragens em todas as ruas.
 
Rede ferroviária: total cobertura do país com todas as estações e apeadeiros aprendidas na 4ª classe.
 
Rede de auto-estradas: insuficiente, a necessitar de mais alternativas às existentes.
 
Rede de saúde: total cobertura do país - centros de saúde a quinhentos metros, hospitais a um quilómetro de cada habitante.
 
Rede escolar: total cobertura do país – a não mais do que dois quilómetros de cada criança.
 
Correios: ao virar de qualquer esquina.
 
Repartições de finanças: ao virar de qualquer esquina.
 
Rede de telemóveis: alcance máximo, sem falhas em local algum.
 
Rede de Internet: alcance máximo, sem falhas em local algum.
 
Património: obstáculo ao progresso; para demolição.
 
Língua: minudência; para destruir.
 
Educação: a progredir, turmas ainda pequenas e currículos difíceis.
 
Justiça: célere e acessível em demasia.
 
Forças Armadas: minudência; para destruir.
 
Amigos de Portugal: os estrangeiros (todos).
 
Os amigos íntimos de Portugal: a Senhora Dona Europa e o trio que não é de Odemira.
 
Inimigos de Portugal (rotação semanal): funcionários públicos (em geral), professores, médicos, juízes, farmácias, empregados, profissionais liberais, pequenas empresas, políticos independentes.
 
Os mais perigosos inimigos de Portugal, a abater: reformados, viúvas, órfãos, aldeias e freguesias.

 
Visto assim, temos sido imensamente ingratos. Quão sábios têm sido os nossos governantes…
 
Leonor Martins de Carvalho

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

OUTROS REGRESSAM

BOS.

UNS PARTEM

6.000

A anterior é a mensagem número 6.000 publicada no blogue.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

AINDA A CAMINHADA PELA VIDA

No passado Sábado participei, pela terceira vez num espaço de seis anos, em mais uma Caminhada pela Vida. Constatei que cada vez somos mais dos mesmos e menos dos outros. Antes assim, porque quero crer que o futuro pertence a uma minoria alegre, forte e determinada. 

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

CADERNOS INTERATLÂNTICOS (37)

Ontem, dia 5 de Outubro, 870.º aniversário do Tratado de Zamora, dei comigo a pensar nos esforços e nos sacrifícios que comportaram a fundação de Portugal, a sua consolidação e genial expansão pelas quatro partidas do mundo, sem esquecer as heróicas Cruzadas na defesa intransigente da sua integridade e existência. Outro dia, numa manhã dominical e lisboeta, passava eu pelo Alto de São João quando deparei com uma inscrição, em boa caligrafia, no muro do cemitério: “Portugal morreu. Paz à sua alma”. Confesso que fiquei a meditar nestas poucas mas graves palavras em tom de terrível e definitiva sentença. De facto, todos os atributos de um agregado nacional nos vêm sido roubados, minados, destruídos sem a menor cerimónia. Segundo mentes muito avançadas a solução para a terrível “crise” que assola Portugal – como se a tal crise da vez não fosse a consequência lógica, quiçá a conclusão, de um processo explosivamente iniciado há quatro décadas – parece ser, justamente, deixar de ser Portugal. Algo como suicidar-se para continuar vivo, ou prostituir-se para guardar a virtude. Recordo que Salazar uma vez vaticinou que aqueles que lhe sucedessem fariam diferente ou ao contrário dele. Nisto como em tanto mais o seu julgamento mostrou-se certeiro. Nos cinco anos e meio de marcellismo fez-se diferente, desde o desgraçado 25/A/74 faz-se o contrário, com os resultados à vista dos que têm olhos, querem ver e percebem o que vêem. Salazar concebia Portugal sobretudo como uma “entidade moral, formada ao longo dos séculos pelo trabalho e solidariedade de sucessivas gerações ligadas por afinidades de sangue e de espírito”. A Nação, realidade natural e histórica, era produto de “sacrifícios sem conta” e da “cooperação de esforços”, era “identidade de origem”, era “comunhão espiritual” – era, em suma, um “património colectivo” sagrado que justificava “o dever de servi-la  e dar a vida por ela.” Ora desde a manhã dos cravos e dos amanhãs que cantam e até hoje, já não há dever de servir a Nação, mas vantagem em servir-se dela. Já não se dá a vida por ela mas é ela que, exangue, dá a sua vida pelos seus parasitas. Tornada mera associação de interesses materiais, e pelo que parece, provisórios, pode ser – e foi – alterada pelos inquilinos de turno, despedaçada no seu corpo, desviada do seu rumo histórico, esvaziada da sua essência. E hoje, desfigurada em mercearia de terceira por moderníssimos gerentes do estrangeiro, pode Portugal, ou melhor, o que dele teimou em ficar, ser vendido ao retalho e ao desbarato ao capital apátrida, a especuladores, a “empresários” de origens obscuras, a terroristas assassinos ou a delinquentes internacionais de variada extracção. Passei outra vez pelo Alto de São João e o “graffiti” que tanto me havia impressionado ainda ali estava, mas com uma alteração:  ao “Paz à sua alma”, um maroto qualquer acrescentara o qualificativo “danada”. Espero que não cheguemos a tanto. Quem sabe se a traição e a ignomínia de tantos  não pode ser redimida pela abnegação e sacrifício de alguns poucos, ou mesmo de um só?  Sebastianamente... morrer, mas devagar.

Até para a semana, se Deus quiser.

Marcos Pinho de Escobar

domingo, 6 de outubro de 2013

DO SISTEMA QUE TEMOS

sábado, 5 de outubro de 2013

AINDA E SEMPRE O 5 DE OUTUBRO

Um belíssimo texto, que me poupa trabalho, pois basta-me subscrevê-lo:

5 de Outubro - o dia em que Portugal nasceu, por José Aníbal Marinho Gomes.

AINDA O 5 DE OUTUBRO

Dia da Fundação do Estado-Nação.

Parabéns a Portugal pelos 870 Anos (1143 2013) de Vida!

DA CAMINHADA PELA VIDA

Estive lá; e, no lugar de vos deixar aqui a minha reportagem e a minha opinião, subscrevo na íntegra este texto:

O regresso da Censura, por José Ribeiro e Castro. 

DA FUNDAÇÃO NACIONAL

Portugal nasceu a 24 de Junho de 1128 (na Batalha de S. Mamede), foi baptizado a 25 de Julho de 1139 (na Batalha de Ourique) e foi registado a 5 de Outubro de 1143 (no Tratado de Zamora).

MARCHEMOS!

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

CARTEIRA DE SENHORA

DIA 87

A carteira atarantou-se. Há semanas em que lhe faltam temas, outras em que são demais, como nesta. Tamanha foi a hesitação que mesmo após uma liça ganhou a incapacidade de decisão. Deu-me a escolher.

Este próximo sábado é 5 de Outubro, tornado dia não feriado, à semelhança de outros, graças à espinha dobrada perante uma espécie moderna do trio de cônsules napoleónicos, no qual Bonaparte é agora toda uma estrutura política e financeira.

Nesse dia, alguns comemoravam a implantação da República e outros, uma das datas fundacionais da nossa Pátria, correspondendo à assinatura do tratado de Zamora.

Nunca entendi a celebração de um episódio sangrento levado a cabo por alguns e da imposição, por muito poucos, de uma situação, para mim, ainda passageira. Diferente é festejar a nossa existência como Nação, um símbolo de perenidade.

Porque já não se comemoram em Portugal as datas realmente importantes, as que simbolizam deveras a História destes oitocentos e setenta anos (870!) que se celebram sábado?

Penso que é de propósito. Assim, mais facilmente se ajuda a apagar a História, para que um dia, já não tão longínquo quanto isso, ela seja contada sorrateiramente de outra forma, esbatida até mal se ver, confundida e diluída na História de outrem.

Falta-nos um dia da Fundação e um dia da Independência, no nosso caso, da sua Restauração. 

Sem ambos, é como se nem existisse Portugal. Como se o seu nome tivesse caído do céu aos trambolhões neste rectângulo. Como se não fosse um País, mas apenas uma zona de interesse turístico. Como se não existisse uma História de oitocentos e setenta anos e tudo tivesse começado em 1986, outra vez por decisão de uns poucos. 

Cabe-nos manter vivo (porque a outros não interessa) o orgulho na nossa Fundação, na nossa História, no nosso papel na História de outros, na heróica Restauração e naqueles que ao longo dos séculos foram forjando a identidade de Portugal, pugnando também por dias feriados que os relembrem condignamente.

Leonor Martins de Carvalho

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

DO FACEBOOK (10)

Uma tripla função deliciosa da brincadeira que a famosa rede social é é fazer-me ver a quantidade e a qualidade de gente diferente que conheço e levar-me a imaginar o que seria se algumas dessas pessoas se conhecessem entre si e mostrar-me também assim que aquele chavão de que neste país somos todos primos  e amigos é afinal um mito pois só é válido quando muito para indivíduos do mesmo meio.

REGENERAÇÃO DE OUTONO

O vento limpa e a chuva lava.

SENTINDO O OUTONO COM TODOS OS SENTIDOS (3)

A chuva vestida de luz e batida pelo vento baila frenética na noite escura.  

SENTINDO O OUTONO COM TODOS OS SENTIDOS (2)

O som da chuva a martelar suave e sincopadamente os vidros é pura música minimalista para os meus sentidos.

SENTINDO O OUTONO COM TODOS OS SENTIDOS

Delicio-me com o cheiro que a terra ainda quente do Sol de Verão liberta depois de molhada pelas primeiras águas da chuva de Outono.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

MAIS UM GRANDE PORTUGUÊS QUE PARTE

Morreu hoje o General Silvino Silvério Marques.
Por mim, como sempre faço em relação aos grandes homens, penso que a melhor forma de homenageá-lo é reler a sua obra. Olhando para a estante, felizmente, encontro vários livros seus. Comecemos pelo último (com dedicatória autografada para mim, e tudo!): Salazar, o Ultramar e o 25 de Abril, Nova Arrancada, 2001. De seguida, recomecemos pelo início: Estratégia Estrutural Portuguesa, Biblioteca do Pensamento Político, 1970. Por fim, leiam-se todos. Só assim alcançaremos a grandiosa dimensão da Vida e Obra deste «Último Governador» do primeiro e derradeiro moderno Império do Mundo.