quinta-feira, 31 de maio de 2007

ANÚNCIO

Em dez anos de produção artística como fotógrafo, fui representado, durante os últimos sete anos, por duas galerias de arte: desde 2000, pela Galeria Monumental; e, a partir de 2004, pela Galeria Baginski.
De hoje em diante, sou, de novo, um freelancer ao Vosso dispor.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

COMPANHIA PARA HOJE

Kristin Scott Thomas.

A BOTA E A PERDIGOTA

O estado do tempo está a condizer com o estado do país.

BLOQUEIO TECNOLÓGICO

O contador de visitas (tem esta designação, mas fornece uma panóplia de serviços) encravou nas passadas 4.ª, 5.ª e 6.ª feiras.

ESPÍRITO DO CONTRA

Em dia de greve, eu trabalho a dobrar.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (VII)

As minhas saudades projectam-se no futuro, pois é lá que a Alma (da Pátria e de cada um) se revelará eternamente sob a forma — intemporal e imaterial — de Memória.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (VI)

Os jogos de palavras só fazem sentido se contribuirem para a solidez do pensamento.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (V)

Descobrir que tudo tem o seu tempo, leva tempo como tudo.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (IV)

Pior do que não viver de acordo com as próprias ideias é não ter ideias próprias.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (III)

Para que não sejam estéreis, todo os nossos conhecimentos devem ser postos ao serviço do nosso pensamento.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (II)

Não basta saber adquirir conhecimentos; é necessário adquirir saber, para aplicá-los.

NOTAS SUGERIDAS PELA LEITURA ATRÁS REFERIDA (I)

Pratiquemos a leitura vagarosa, que propicia o enriquecimento do ser, contra a leitura apressada, que busca apenas o ter.

MY LIFE WAS(N'T) SAVED BY ROCK'N'ROLL

Terminei a leitura de Adquirir a Sua Alma na Paciência, dos Quatro Discursos Edificantes (1843), S. Kierkegaard, tradução do dinamarquês, notas e posfácio de N. Ferro e M. Jorge de Carvalho, edição Assírio & Alvim, colecção Teofanias / 5, Lisboa, 2007.
Quero crer ser este um texto fundamental para consolidar a edificação da Alma de cada um, caso o rock'n'roll não o tenha feito antes...
Aqui fica um obrigado, Sofia, e um beijo.

terça-feira, 29 de maio de 2007

EM ROMA SÊ ROMANO

Que a magnífica série televisiva Rome seja filmada nos estúdios da Cinecittà, parece-me ouro sobre azul.

IMAGEM GRAVADA NA MEMÓRIA

Nastassja Kinski.

AFINAL NÃO SOU SÓ EU...

Nunca foi rapaz para andar alinhado com maiorias e tenho até uma certa fobia às multidões, mas verificar que alguns blogues que gosto de ler estão entre os primeiros 25 do top nacional, fornecido pelo Blogómetro, faz-me sentir acompanhado, em certos gostos, e leva-me a pensar que ainda há esperança... Ei-los: Abrupto, Blasfémias, E Deus Criou A Mulher, O Insurgente, 31 da Armada, Portugal dos Pequeninos.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

SUBINDO À REALIDADE

Enquanto não volto à ilha de S. Miguel, vou ver mas é se arranjo tempo — e sábia companhia — para ir à Feira do Livro.

EM BUSCA DO PARAÍSO PERDIDO

Hoje é dia dos Impérios do Espírito Santo e, como tal, feriado nos Açores. Óptima ocasião para ler as Trovas Para O Menino Imperador de António Quadros, consultar a História dos Açores de Carlos Melo Bento, mergulhar no Percurso Solitário de Augusto de Ataíde e terminar no fantástico Enigma da Atlântida de E. P. Jacobs. Depois, só falta fazer a mala para lá voltar; até porque não há duas sem três.

CASO BICUDO

E agora, que terminou a temporada de circo, sob a forma de pontapé na bola, com o que é que o povão se há-de entreter?...

domingo, 27 de maio de 2007

MOMENTO REVIVAL DO DIA

Linda Evangelista.

MOMENTO PEDAGÓGICO DO DIA

Registo aqui, para memória futura, neste meu público caderno de apontamentos, que tenho de escrever urgentemente um texto sobre a etimologia da palavra câmara, que é só uma, nos seus diversos significados, e se escreve, portanto, sempre desta mesma maneira. É que já não suporto mais vê-la grafada às três pancadas por semi-analfabetos arvorados em tradutores ou por cinéfilos de fim-de-semana.

MOMENTO CHÉCHÉ DO DIA

Vou-me deitar na esperança de acordar com as três meninas do «trim-trim».

sábado, 26 de maio de 2007

O ESTADO DA JUVENTUDE

Numa conversa sobre o Chiado, ao almoço, diz o neto noctívago (que em cada frase metia uma palavra de — mau — inglês) à avó: «— As escadinhas de "Los Angeles", ou lá o que é.» Corrige, pacientemente, a senhora: «— Escadinhas de "São Francisco".»
Nota: Ouvido — é feio, mas não pude evitar — num restaurante chic da Capital.

O ESTADO DO ESTADO

Olho — en passant e de viés — para um televisor, e vem-me logo à cabeça o genial aforismo de Eça de Queiroz: «Este governo não há-de cair, porque não é um edifício, há-de sair com benzina, porque é uma nódoa.» Mas, imediatamente, lembro-me — porque será? — da sábia máxima de Brito Camacho: «As moscas mudam, mas a merda é sempre a mesma.»

NA RESSACA DA MINHA FESTA ANUAL PREFERIDA

«In Between Days» (1985), The Cure.

Mais um tema do tempo em que se dançava ao som de música inteligente com letra a condizer. Andava eu com esta canção no ouvido há três dias. Hoje procurei-a, encontrei-a e publiquei-a. Em três tempos. Há qualquer coisa de positivo neste espírito de partilha da blogosfera. E tem retorno e tudo. Ontem, pessoas que eu não conhecia de parte nenhuma, mas com quem tenho bons amigos em comum, disseram-me que este blogue era importante para elas. São coisas assim que me alimentam de energia para continuar esta solitária actividade diária. Continuem a fazer bom proveito dos meus apetites culturais, que isso será para mim um prazer. Ainda para mais, tratando-se de gente bonita.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

PAÍS DE POETAS E PROFETAS PROCURA-SE

A verdadeira prova do espírito profético nos homens é o sucesso das causas profetizadas. Assim o prova a Igreja nas canonizações dos santos, e os mesmos profetas canónicos, que são parte da Escritura Sagrada, fora dos princípios da Fé não têm outra prova de verdade das suas revelações ou profecias, senão a demonstração de ter sucedido o que eles tantos anos profetizaram.
Padre António Vieira, Esperanças de Portugal, Quinto Império do Mundo.

E ELES AINDA ANDAM AÍ...

«The Game» (1987), Echo & the Bunnymen.

Na sequência de vários pedidos, por parte de alunos de 20 anos, vou passar a inserir, como faço em relação aos filmes — de uma forma pedagógica, lá está! —, os anos das canções (após os títulos), sempre que a minha sabedoria der para tanto. Comecemos então com uma música que poderão — ou deveriam — ter ouvido quando ainda estavam dentro da barriga das vossas mães...

quinta-feira, 24 de maio de 2007

DA BIBLIOFILIA (2)

DA BIBLIOFILIA (1)

Nota: Este site mantém sempre o mesmo endereço; e, assim, estará permanentemente actualizado, de ano para ano, edição após edição.

ARTES E OUTRAS PARTES

Gosto de Aquilino. É, até, um dos meus escritores preferidos; e, tenho em A Casa Grande de Romarigães uma das minhas obras predilectas, de leitura recorrente. Este meu gosto, aliás, sempre despertou desconfiança entre certos amigos monárquicos. No entanto, nunca deixei que as minhas preferências artísticas fossem ditadas por preconceitos ideológicos: nem pela positiva, nem pela negativa; isto é — aprecio a obra, ignoro a obra, ou detesto a obra —, independentemente das convicções políticas do autor. Outra coisa, bem diferente, é querer elevar-se à categoria de Símbolo da Pátria — colocando o seu corpo no Panteão Nacional — um comprovado terrorista envolvido na conspiração que levou à morte do Chefe de Estado de Portugal, em 1 de Fevereiro de 1908, S. M. El-Rei D. Carlos I. Isto é que não pode ser. Resta-nos, pois, assinar esta petição, para evitar o pior. Recomenda-se, assim, pela parte que me toca, ter Aquilino Ribeiro na biblioteca, mas longe do Panteão Nacional. Só não percebe quem não quer.

ASSIM VALE A PENA

Para compensar — largamente — as anormalidades atrás referidas, recebi ontem no meu e-mail um belíssimo texto enviado por uma querida amiga; e ao blogue colectivo chegou-nos uma curiosa carta, que lá se transcreve.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

OS MALUQUINHOS DA NET

O lixo electrónico no meu e-mail é um autêntico freak show!... O spam na «caixa do correio da casa» do nosso blogue colectivo também é um espectáculo, mas noutro estilo...! — Existirão criaturas que não têm mais nada para fazer?

SOM PUXA IMAGEM

Haverá entre os meus leitores alguém a quem esta canção convoque imagens distantes? E esse alguém trauteou esta música durante décadas sem nunca mais a ter ouvido? Pois então já somos dois.

PARECE MAS NÃO É

Recordação e memória, é tudo a mesma história? Não, mas não me apetece agora falar disso.

PALAVRA PUXA IMAGEM

Sempre que escrevo a palavra clique, — não sei porque carga d'água — vem-me logo à cabeça a imagem (não dá para pôr aqui, porque não quero) do Clic do Manara: para escapar a essa clique de ignorantes que para aí pulula, é do melhor que há.

O BLOGUE ENQUANTO EXERCÍCIO DE MEMÓRIA

Porque é que o postal anterior leva o número de ordem «II»? Porque me lembrei que em tempos tinha escrito outro com o mesmo título. E, está aqui, à mão de clicar.

LISBOA DE OUTRAS ERAS II

Numa cidade que já era, cada vez mais procuro conforto no saudoso passado, fazendo as minhas muito pessoais pesquisas no magnífico Arquivo Fotográfico de Lisboa. O que lá se descobre dá vontade de chorar (literalmente) por mais ou de pedir que o tempo volte para trás. Quem estiver contente com estes urbanismo e paisagismo pós-modernos e pré-apocalípticos escusa de perder tempo na visita recomendada.

terça-feira, 22 de maio de 2007

DOS 7 AOS 77

Nasceu exactamente há cem anos Hergé, o criador do herói Tintin. Seríamos todos diferentes — para pior —, se não tivéssemos lido as suas aventuras.

A PROPÓSITO DO TINTIM

O homem era fascista, que mal tem isso? — uma certeiríssima reflexão do Combustões; ou, por outras palavras — um postal que eu gostaria de ter escrito.

DAS CAUSAS DAS COISAS

Para compreender os sinistros tempos que se vivem, actualmente, neste desgraçado País, é necessário conhecer o século XIX, pois reside aí a raiz de todo o mal público, que não do cultural. Vem isto a propósito da reedição de A Revolução Liberal (1834 - 1836) — Os Devoristas, de Vasco Pulido Valente. Está lá tudo explicadinho — tintim-por-tintim. Depois, basta olhar à volta e ver como a história, infelizmente, se repete. Leia-se, pois, enquanto ainda é tempo de arrepiar caminho.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

DO PRIMADO DO PENSAMENTO SOBRE A MATÉRIA

Na televisão estão sempre os mesmos a falar sobre todos os assuntos. Na blogosfera os autores só tratam temas que dominam. Por estas e outras já faltou mais para as pessoas trocarem os primeiros ecrãs pelos segundos.

PARABÉNS DIOGO! (DEDICO-TE UMA CHARADA DE 3.º GRAU NUM DIA ESPECIAL)

Sem Título, 1936
Fotografia
Man Ray (1890 — 1976)

domingo, 20 de maio de 2007

SÓ PARA SENHORES SONHADORES

L'Étoile de Mer (França, 1928), Man Ray.
Um extraordinário filme avant-garde produzido em França, da autoria de um fotógrafo americano a viver e trabalhar na Paris dos criativos anos 20. Nesta obra, o surrealismo torna-se romântico e os efeitos visuais transportam-nos para um ambiente intemporal e onírico. Sem necessidade de procura e compreensão da narrativa poética, viajamos livremente ao som de imagens de um canto de amor. A mais humana e bela obra em registo surrealista do Cinema Mudo.

JUST LIKE HONEY II

Vénus de Urbino, 1538
TICIANO (1490 — 1576)
Óleo sobre Tela, 119 x 165 cm
Galleria degli Uffizi, Florença.

sábado, 19 de maio de 2007

JUST LIKE HONEY I

Scarlett Johansson.
... E pensar que esta rapariga nasceu em Nova Iorque no ano em que lá estive pela primeira vez...

IN HER HONEY DRIPPING BEEHIVE

«Just Like Honey», The Jesus and Mary Chain.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

O BLOGUE DE AUTOR

Único e irrepetível.

O BLOGUE COMERCIAL

Tentando montar banca na blogosfera para vender o seu peixe.

O BLOGUE EXCREMENTO

Repetindo chavões, em lugar de procurar novos aforismos.

O BLOGUE COMPLEMENTO

Acrescentando o que ficou por dizer ou mostrar.

O BLOGUE DIGESTIVO

Reflectindo sobre leituras, pensando sobre conversas.

O BLOGUE APERITIVO

Apontando caminhos e despertando gostos.

O BLOGUE CRIATIVO

Em alternativa à passividade televisiva, a actividade bloguística.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

EFECTIVAMENTE

Cada vez mais sinto partilhar afinidades com o misterioso Réprobo. Uma pena desse calibre deveria mas era escrever na revista, se até este vosso aprendiz de escriba lá alinha umas palavras.

DA BIBLIOTECA (BREVE)

A mentalidade complexa que resulta da combinação de factores diferentes e, às vezes, opostos dá lugar a um estado de alma sui generis que o Português denomina saudade. Esta saudade é um estranho sentimento de ansiedade que parece resultar da combinação de três tipos mentais distintos: o lírico sonhador — mais aparentado com o temperamento céltico —, o fáustico de tipo germânico e o fatalístico de tipo oriental.
Jorge Dias, Os Elementos Fundamentais da Cultura Portuguesa, edição Imprensa Nacional — Casa da Moeda, Colecção Essencial, Lisboa, 1995.

DA BIBLIOFILIA (0)

quarta-feira, 16 de maio de 2007

QUEM VAI A UM VAI LOGO A DOIS OU TRÊS

Se se entusiasmou com a perspectiva de ir ao Museu, tome nota dos referidos neste site. E, ainda há muitos mais, noutros sítios, perto de si.

ARTE ANTIGA & ARTE CONTEMPORÂNEA

O Museu Nacional de Arte Antiga celebra o Dia Internacional dos Museus em grande, com o tema Arte & Paisagem. Do atractivo programa, não posso no entanto deixar de destacar a apresentação do vídeo da minha querida ex-colega (que raio de designação que para aqui arranjei!), de Galeria, Graça Sarsfield.

LISBOA TERÁ FUTURO?

Manuel da Maia riscou a Lisboa do século XVIII, Ressano Garcia traçou a Lisboa do século XIX, Duarte Pacheco fez a Lisboa do século XX. Quem desenhará a Lisboa do século XXI?
Nota: Postal inspirado pela conversa entre Nuno Portas e Paula Moura Pinheiro no programa Câmara Clara, da RTP 2, de 13 de Maio de 2007.

terça-feira, 15 de maio de 2007

I DON'T BELONG HERE

«Creep», Radiohead.

CATALOGAÇÕES

Nos blogues, como nos filmes, interessam-me os autores e não os géneros. Visito o blogue X por pertencer a A e não por lá se escrever sobre alhos, assim como vejo o filme Y por ser de John Ford e não por estar classificado como Western.

segunda-feira, 14 de maio de 2007

ROMA IMPERIAL NA TELEVISÃO

FRANÇA IMPERIAL NO CINEMA MUDO

Napoleon (França, 1927),
um Filme de Abel Gance
.

IMPORTA-SE DE REPETIR?

Alguém (pessoa, aliás, por quem tenho a mais elevada consideração intelectual) me disse ontem que tenho uma «riquíssima experiência de vida»! Quererá isto dizer que estou arrumado?

DO ALENTEJO PARA O MUNDO

Um transtagano ilustre é-nos aqui apresentado na sua plenitude.

À ATENÇÃO DO TARGET TRANSTAGANO

Mote para debate recorrente — em que me costumo ver envolvido — entre primos e amigos com raízes na Província do Alto Alentejo, em geral, e no Distrito de Portalegre, em particular, é a dúvida sobre as datas em que certos antepassados e parentes foram Governadores Civis. Para acabar de vez com as confusões — que não com a conversa, que essa é sempre agradável —, sugiro uma visita à minha mais recente descoberta on-line nestas coisas da genealogia regional. Em boa hora o site do Governo Civil de Portalegre disponibilizou a lista completa (em 6 páginas) dos seus Governadores Civis (1835 — 2007), com os dias exactos de entradas e saídas de funções. Um excelente acto de serviço público.

domingo, 13 de maio de 2007

DO BLOGUE ENQUANTO CÂMARA DE VIGILÂNCIA

Uma aluna minha foi apanhada aqui a preparar a próxima aula.

... QUEM AS NÃO TEM...

«Love Letters», Diana Krall.

DAS CARTAS (1)

Encontrei num recomendável e já recomendado blog um belo post sobre cartas. As verdadeiras. Também eu deixei de as escrever. Nem sei bem há quanto tempo. Pela mesma época em que deixei igualmente de as ler. Às antigas. No entanto, elas estão todas aí, guardadas em caixas depositadas dentro de gavetas da secretária e do armário do meu escritório particular. Todas as cartas que contam são privadas e precisam de encontrar o seu porto de abrigo. Mais do que tudo, merecem voltar a ser lidas apenas quando houver todo o tempo do mundo só para elas e o leitor tiver o espírito limpo e os olhos lavados. Por enquanto, até as velhas canetas de tinta permanente herdadas estão avariadas. Melhores dias virão. Valha-nos este blogue.

sábado, 12 de maio de 2007

MAIS RUSSOS EM FRANÇA

Triple Agent (França, 2004), de Eric Rohmer.

RUSSOS EM FRANÇA

Casanova (França, 1927),
de Alexandre Volkoff, com Ivan Mosjoukine.

ETERNO RETORNO (2)

Quem me dera ter outra vez vinte anos e saber o que sei hoje.

ETERNO RETORNO (1)

Ouço hoje o «Ondas Luisianas» com o mesmo espírito com que ouvia ontem o «Rock em Stock».

POSTAL EM BRANCO

APETECE-ME...

Apetece-me dizer que não tenho nada para escrever. E faço-o. Preto no branco. Pior seria escrever coisas que nada querem dizer. É o que para aí há mais. Em livros, revistas e jornais.
[Nota: Postal reescrito em 25.5.07.]

sexta-feira, 11 de maio de 2007

BOAS NOVAS

A partir de hoje, é obrigatório navegar no site do Tomaz Hipólito — português de velha cêpa e artista de vanguarda, que faz o favor de ser meu amigo.

AINDA A MÚSICA

LIÇÃO PARA HOJE

Já que me meti por altos caminhos musicais, resta-me consultar um especialista, que, nestas matérias como noutras, não há nada como tirar apontamentos junto de quem sabe, para nos ajudar a ver e ouvir mais longe.

PARABÉNS SOFIA! (CHEIRA-ME QUE GOSTAS...)

«All The Things You Are», Keith Jarrett.

O MÁXIMO!

O possidónio é um optimista.

DESLUMBRAMENTOS

O possidónio adora o estrangeiro. Quando interrogado sobre as viagens, fala logo na qualidade dos hotéis. No seu caso, são todos iguais e raramente de lá sai.

A BOTA E A PERDIGOTA

O possidónio gosta muito de citar títulos de livros que nunca leu. Portanto: cada tiro, cada melro!

ARTE E TERAPIA

No mundo ocidental, a cultura está na moda. Afinal, sai mais barata do que comprar os comprimidos.

COMO EU O COMPREENDO

Tenho um amigo profundamente conhecedor de Teatro. Há anos que não assiste a um espectáculo.

LEVAM TODOS PELA MESMA TABELA

Quando desato para aqui a zurzir nos portugueses não é por ter os outros povos em muito mais alta consideração, pois os desgraçados tempos em que vivemos afectam culturalmente todos por igual. Só que, como é aqui que vivo, são estes que tenho de gramar.

CASA ASSOMBRADA

Dizem que a Câmara Municipal de Lisboa anda numa roda viva. Pois, pudera. Tudo é de esperar de um edifício onde foi proclamada a esquizofrénica I República.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

DO CINEMA PORTUGUÊS

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (7)

Escrever esta frase só porque me apetece ficar com o n.º 7 aí em cima no título do postal.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (6)

Vir aqui dizer, em tom de adenda ao postal anterior, que podem estar descansados pois também ainda não encontrei o tema da minha vida, mas as tais variações criam uma força centrípeda na sua direcção.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (5)

Repetir-me à vontade e ao meu ritmo, pois a vida é composta de eternas variações à volta de um só tema.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (4)

Ter sempre qualquer coisa para escrever ou mostrar, mesmo que não interesse a ninguém.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (3)

Falar de alhos num postal e de bugalhos no seguinte.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (2)

Poder escrever sobre o que me apetecer, e quando me passar pela cabeça, desde que tenha um computador com ligação à net por perto.

SUPREMOS GOZOS DO BLOGUE (1)

Um blogue pessoal permite que estejamos sempre com o «eu» na boca, quebrando todas as regras de protocolo da escrita, sem que ninguém tenha nada a ver com isso.

POSTAL N.º 500

Alguém terá tido paciência para passar os olhos — com olhos de ver — por todos eles...? Ou fui só eu — noblesse oblige — antes de primir o publish da praxe?...

quarta-feira, 9 de maio de 2007

PURA MAGIA

Inexplicáveis coordenadas convergentes fazem Lisboa ter em Maio uma luz única de pôr-do-sol e nascimentos de inigualáveis mulheres lunares.

DA LITERATURA PARA O CINEMA

Como bem sabem os meus cinéfilos leitores, os recursos de pontuação utilizados na língua escrita, para a tornar mais clara ou expressiva (de que tivemos um excelente exemplo no postal anterior), têm paralelo na montagem cinematográfica, que usa a pontuação como complemento fundamental na sua missão estética de criar um sentido para as imagens em movimento (que elas, isoladamente e objectivamente, não têm). Isto faz-se no momento da colagem dos planos, quais palavras soltas em busca de se organizarem em frases, e essa junção das pontas de dois cortes é rematada por sinais de pontuação visual (corte-simples, fundido, encadeado). Estamos perante o corte-e-costura — o lado feminimo do Cinema; e por isto mesmo entregue — desde sempre, da Europa a Hollywood e do Mudo ao Moderno — a grandes senhoras, que libertaram verdadeiramente o Cinema das outras Artes, através do uso criativo da Montagem.

DO PODER MANIPULATÓRIO DA PONTUAÇÃO

Acabadinho de dar à costa, via e-mail (obrigado, comandante Pedro):
Vejam o que uma simples vírgula pode fazer:
"Se o homem soubesse o valor que tem a mulher, ficaria de joelhos à sua frente."
"Se o homem soubesse o valor que tem, a mulher ficaria de joelhos à sua frente."

NOS BONS VELHOS TEMPOS EM QUE A RAINHA VITÓRIA ZELAVA PELOS SEUS SÚBDITOS

Charles Burton Barber (1845 — 1894)
Rapariga a Ler com Cão, 1879
Colecção particular.

«COMO A MARIA MADALENA DE CORREGGIO»

Friedrich Heinrich Füger (1751 — 1818)
A Penitente Madalena, 1808
Obra adquirida à época pelo futuro Luís I da Baviera, que comprava assim a sua primeira tela contemporânea, lançando com este gesto as bases da que viria a ser a colecção de arte da «Neue Pinakothek» de Munique.

IN VINO VERITAS

Que pobre não é, de facto, a linguagem no confronto com essa confluência de sons, que decerto nada diz, mas que tão significativa é numa batalha como num banquete, um fenómeno que nem a representação cénica consegue reproduzir e para o qual a língua só dispõe de umas quantas palavras! Porém, quando posta ao serviço do desejo, que rica é a linguagem em comparação com o que consegue quando descreve a realidade.
KIERKEGAARD
(1813 — 1855)

DE PEQUENINO SE TORCE O PEPINO!

"A Nossa História": Ateliers de Expressão Artística orientados por Graça Moncada [para crianças dos 5 aos 12 anos]
08/05/2007
Tendo como inspiração a História de Portugal, estes ateliers são vocacionados para levar crianças e jovens a desenvolverem trabalhos de expressão plástica a partir de personagens, factos ou episódios históricos portugueses, apresentados em sequência cronológica ou não.
Após a recepção dos participantes, os primeiros minutos destinam-se a uma introdução teórica sobre o tema escolhido. De seguida, através da realização de trabalhos criativos, vão interiorizar o tema, fixando-o em imagens. Este processo criativo passa pela experimentação de diversos suportes, materiais e técnicas – desenho, pintura, colagem e objectos tridimensionais –, estimulando nas crianças e jovens a expressão própria e a introdução à compreensão da arte. Dependendo do tema escolhido e do número de inscrições, alguns ateliers vão ser de continuidade, desenvolvendo-se o trabalho por várias sessões. Cada sessão tem a duração de 2 horas.
Aos Sábados, de Maio a Julho, entre as 11h00 e as 13h00; mínimo 10, máximo 20 crianças. Preço por sessão: 7€ para sócios / 8€ para não sócios.
Marcações pelo telefone 21 324 14 70 (Fax 21 346 07 54) ou através de ateliersnaship@ship.pt.

PARABÉNS AOS VETERANOS!

Não tendo este meu diário na rede electrónica completado sequer ainda quatro meses, dou todo o valor do mundo a estes dois blogues, que acabam de alcançar quatro anos de existência. Se os seus autores não foram os primeiros portugueses com blogues nesta teia do tamanho do mundo, devem andar lá perto.

terça-feira, 8 de maio de 2007

AVISO AOS LEITORES POR CAUSA DA ESTÉTICA

As molduras — e respectivos amplos e indesejados «passepartouts» — nestes dois postais são fruto da minha azelhice informática, e não encerram nenhum significado oculto; entretanto, já descobri o erro, mas, vou deixá-los ficar assim mesmo, como estão, para não correr o risco de ir tudo ao ar...! Desculpem qualquer coisinha, e siga a marcha!...

MULHERES DO OUTRO MUNDO (2)

Marilyn Monroe Reading «Ulysses», 1952
Eve Arnold (1913 — )

MULHERES DO OUTRO MUNDO (1)

Alice Liddell, 1870
Julia Margaret Cameron (1815 — 1879)
Já tínhamos visto, neste outro postal ilustrado do meu diário, Alice Liddell (a inspiradora do País das Maravilhas), disfarçada de pobre, com 7 anos; vemo-la agora, leitora, com 18 anos. Aqui, é retratada por uma Senhora que aderiu a esta nobre arte de desenhar e esculpir com a luz, através da mágica câmara fotográfica, aos 49 anos, numa busca incessante de fixar o Belo, depois de já ter tido e educado 6 filhos. O seu trabalho deve ainda ser enquadrado no espírito do tempo, nomeadamente tendo em linha de conta a literatura da época, os simbolistas e os pré-rafaelitas. Se alguém ainda duvida que a Fotografia é Arte, mergulhe — de cabeça! — na obra de Julia Margaret Cameron.

ESTOU AQUI ESTOU ALI

Quando esta choldra se tornar irrespirável, vou ali apanhar ar, acoli ver as vistas e acolá lavar os olhos. Oxalá a minha sobrinha M. me receba.

SOIGNE TA GAUCHE!

Desde que anunciaram que somos todos iguais, ando sempre na rua muito atento a ver se descubro os meus irmãos gémeos.

QUE NÃO SE MENOSPREZE AS MULHERES QUE LÊEM!

Desde Ema Bovary que se gosta de reduzir a mulher à literatura amena e ligeira. Gostaria, porém, de citar aqui, em jeito de aviso, o pequeno texto de Erich Kästner, Marktanalyse:
«O cliente para a hortaliceira: "O que está aí a ler, minha cara? Um livro de Ernst Jünger?" E responde a hortaliceira ao cliente: "Não, é um livro de Gottfried Benn. A lucidez cristalina de Jünger soa-me algo pretenciosa. A magia cerebral de Benn agrada-me mais."»
Do Prefácio de Elke Heidenreich ao Livro Mulheres que lêem são perigosas, Stefan Bollmann, edição Quetzal Editores, Lisboa, 2007.

MULHERES QUE LÊEM SÃO PERIGOSAS

Vittorio Matteo Corcos (1859 — 1933)
Sonhos, 1896
Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma.

segunda-feira, 7 de maio de 2007

... E AINDA ESCREVIA...

CONSTÂNCIA
À constância se associa a fénix, a qual prevendo por instinto a sua renovação, é constante a suportar as ardentes chamas que a consomem, e depois de novo renasce.
INCONSTÂNCIA
O gavião representa a inconstância, o qual anda sempre em movimento para não suportar o mínimo mal-estar.
MAGNANIMIDADE
O falcão só caça aves grandes e prefere morrer a comer carne de mau odor.
MODERAÇÃO
O arminho pela sua moderação apenas come uma vez por dia; e prefere deixar-se apanhar pelos caçadores a fugir para a sua toca se estiver enlameada, a fim de não macular a sua pureza.

LEONARDO DA VINCI
(1452 — 1519)
[Leonardo da Vinci, Bestiários, Fábulas e Outros Escritos, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004.]
{Nota: A propósito deste Bestiário, ver o postal ilustrado aqui publicado.}

domingo, 6 de maio de 2007

LEMBRETE PARA MEMÓRIA FUTURA

Embora o comércio mande que seja hoje, o Dia da Mãe é a 8 de Dezembro — Dia de Nossa Senhora da Conceição.

MAIS VALE TARDE...

Recebo notícias que me permitem fazer finalmente uma adenda àquele meu postal do passado mês. O fascinante e fantástico folhetim policial O Mistério da Estrada de Sintra, de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, chegou ao Cinema Português pela mão de Jorge Paixão da Costa. A coisa começa a compor-se...

CADA UM TEM AS SUAS TELE-NOVELAS

OUTRO MARLOWE

THE SHEPHERD'S SONG TO HIS LOVE

Come live with me, and be my love,
And we will all the pleasures prove
That valleys, groves, and hills, and fields,
Woods and steepy mountains yields.

And we will sit upon the rocks,
Seeing the shepherds feed their flocks,
By shallow rivers, to whose falls
Melodious birds sing madrigals.

And I will make thee beds of roses,
And a thousand fragrant posies;
A cap of flowers, and a kirtle
Embroidered all with leaves of myrtle.

A gown made of the finest wool,
Which from our pretty lambs we pull;
Fair linëd slippers for the cold,
With buckles of the purest gold.

A belt of straw and ivy buds,
With coral clasps and amber studs:
And if these pleasures may thee move,
Come live with me, and by my love.

Te sheperd swains shall dance and sing
For thy delight, each May-morning:
If these delights thy mind may move,
Then live with me, and be my love.


CHRISTOPHER MARLOWE
(1564 — 1593)

O MEU FILM-NOIR (DE HOJE)

Lauren Bacall e Humphrey Bogart no filme The Big Sleep (E. U. A., 1946), de Howard Hawks, com argumento de William Faulkner, a partir de um romance policial noir de Raymond Chandler (escritor oportunamente evocado aqui por Miguel Freitas da Costa).

sábado, 5 de maio de 2007

O LADO INVISÍVEL DO BLOGUE

Se, por um lado, exposto aqui assim desta maneira, me sinto a falar num café com mil ouvidos à escuta, mesmo os mais indesejáveis, por outro lado é bem verdade que, por causa da janela aberta por este meu diário, recebi já inesquecíveis missivas electrónicas e tive até altas conversas virtuais. Só assim foi porque existem desse lado uma (o)culta S. portuguesa e uma (e)terna S. inglesa. Daqui envio saudades a ambas; e, não, não é uma fórmula de cortesia.

PENSAR A SAUDADE

Que a saudade seja um sentimento é afirmação que, decerto, não levantará relevantes objecções. Que possa ser objecto ou tema de reflexão filosófica parece, igualmente, não suscitar dúvidas ou oposições consistentes. Que, no entanto, se possa pretender constituir a saudade algo de originário e radical, dotado de uma densidade ou de uma essencialidade ontológica, a ponto de nela se poder fundar um sistema filosófico ou encontrar respostas às primeiras interrogações metafísicas, por envolver ou implicar, em si, a mais séria e decisiva problemática não só antropológica como também cosmológica e teológica — desde o problema do mal e da liberdade, até ao da realidade do tempo e ao do mesmo e do outro e do uno e do múltiplo — é já tese que a muitos se apresentará desprovida de sentido ou razão filosófica, apesar da importância que o pensamento contemporâneo atribui à reflexão sobre sentimentos como a angústia, o desespero, a esperança ou o sentimento trágico, conferindo-lhes uma dimensão ontológica e deles partindo para uma demanda cujo destino é uma ontologia ou uma metafísica fundamental.
António Braz Teixeira, A Filosofia da Saudade, QuidNovi, 2006.

FILIPANÇO!

Estou sempre a aprender no espaço de convívio onde fiz o baptismo de fogo blogosférico. Desta vez — via Vozone —, chego aqui!

DOCE FRANÇA (QUE JÁ NÃO VOLTA MAIS, PARA MAL DOS NOSSOS PECADOS)

Sinto saudades do século XVII francês, com todo o seu esplendor: Luís XIV, o Rei Sol; D'Artagnan e os três mosqueteiros; e, ainda, seis escritores — Molière, Racine, Boileau, Corneille, Perrault e La Fontaine.

DAS FÁBULAS

Uso os animais para instruir os homens.
JEAN DE LA FONTAINE
(1621 — 1695)

sexta-feira, 4 de maio de 2007

NAVEGAR NAVEGAR

Nestas deambulações electrónicas, ao sabor da aragem, fui dar agora a um blogue que, na sua (des)arrumação, tem o encanto de uma velha casa de bric-à-brac, ou de velharias, que não a erudição de um antiquário. Enfim, foi disso mesmo que gostei e logo mergulhei num mundo de antigos postais ilustrados (fotográficos) portugueses, representando o Portugal dos séculos XIX e XX, de lés a lés. E ainda estabelece ligações — pelo que percebi, na minha rápida passagem — aos quatro cantos do Mundo. Vale bem a visita.

IMAGEM PUXA IMAGEM

Para fazer pendant com este outro vídeo, aqui fica mais um cheirinho de Emmanuelle Béart em Nathalie (2003) de Anne Fontaine, com um abraço para o Eurico de Barros (... e pensar que ele a conheceu pessoalmente...!).

quinta-feira, 3 de maio de 2007

PARA UM MUNDO MELHOR...

O frenesim anti-tabaco que para aí anda só ficará completo quando eliminarem todas as imagens de fumadores, para que não fique memória, nem tentação... Assim, deixei aqui atrás estas sugestivas senhoras fumadoras, para os iconoclastas de serviço poderem treinar a sua alteração. Se a U. R. S. S. conseguiu fazer desaparecer pessoas das fotografias, por processos analógicos, agora, com o digital, tirar uns charutos é uma brincadeira de crianças... Depois, passem aos filmes: comecem pela Lauren Bacall e pelo Humphrey Bogart — esses malandros estão sempre a fumar em locais públicos!

CHAMEM A POLÍCIA VII


CHAMEM A POLÍCIA VI


CHAMEM A POLÍCIA V


CHAMEM A POLÍCIA IV


CHAMEM A POLÍCIA III


CHAMEM A POLÍCIA II


CHAMEM A POLÍCIA I


quarta-feira, 2 de maio de 2007

SIMBOLOGIAS REGIMENTAIS

Parece que a República decidiu comemorar o seu centenário com a implementação (esta palavra cai aqui que nem ginjas) do casamento entre homossexuais. Uma medida social de largo alcance, portanto. Aliás, a nossa Monarquia, em 800 anos, só não se lembrou disso, porque era reaccionária...!
Por estas e outras, contra ventos e marés, os nomes e as obras dos nossos Reis vão perdurando e ninguém conhece os dos Presidentes.

CADA UM TEM O UNDERGROUND QUE MERECE

O nosso povinho adora andar debaixo de terra, qual toupeira. É observá-lo, todo contentinho, a passear e a ver as montras em claustrofóbicos centros comerciais subterrâneos ou a açapar nos túneis rodoviários até meio do mês, que o ordenado não dá para mais, e, depois, a enfiar-se com ar tristonho, mas conformado, na segunda quinzena, no metro.

I SEE ANGELS...

«Sweet Jane», Cowboy Junquies.

Tema original de Lou Reed e dos The Velvet Underground.

A FILOSOFIA PERMANENTE

Costuma-se dizer que São Tomaz de Aquino, ao contrário de São Francisco de Assis, não permitiu na sua obra o elemento indescritível da poesia, uma vez que, por exemplo, nela existem poucas referências a quaisquer prazeres nas flores e frutos reais das coisas naturais, embora ali esteja toda a preocupação com as raízes da natureza. Mesmo assim, confesso que, ao ler a sua filosofia, tive uma impressão muito peculiar e intensa, análoga à produzida pela poesia. É bastante curioso que essa filosofia se assemelhe mais, em alguns aspectos, à pintura, lembrando-me bastante do efeito produzido pelos melhores pintores modernos quando lançam uma estranha e quase crua luz sobre objectos escuros e rectangulares, ou quando parecem estar antes tacteando do que apreendendo as próprias colunas da mente subconsciente. Isso provavelmente ocorre porque há na obra de São Tomaz de Aquino uma qualidade primitiva, no melhor sentido de uma palavra tão desgastada; mas, seja como for, o prazer é claramente não só da razão mas também da imaginação.
In São Tomaz de Aquino, G. K. Chesterton.

terça-feira, 1 de maio de 2007

RESPIRAR FUNDO

Depois disto tudo, vou ali apanhar ar.

AINDA O DESGRAÇADO JARDIM DO MARQUÊS DE MARIALVA

E temos ainda, noutro interessante espaço, uma reportagem completa sobre a fúria assassina dos arrivistas que (des)governam Lisboa (imagens eventualmente chocante para pessoas civilizadas e sensíveis). Vale a pena divulgar, pois isto só visto!

SELVAGENS À SOLTA NO CAMPO PEQUENO

Afinal, há quem esteja atento às barbaridades que se andam fazendo em Lisboa. Bem-hajam!

A PROPÓSITO

Estou à espera de autorização para publicar um texto que me foi enviado através de e-mail por uma atentíssima leitora e que interessará certamente a toda a comunidade de leitores cinéfilos (a maioria silenciosa deste blogue, portanto). Inaugurarei, assim, mal tenha recebido «guia de marcha», a rubrica especial não-diária «postais dos e-leitores» (depois arranjarei um nome melhor...).

MANUAL DE INSTRUÇÕES

Aos que só agora aqui chegaram, faço notar que há um «arquivo» disponível na base da coluna lateral direita, para se porem a par das minhas divagações em linha. Não é que haja um fio condutor para esta minha aventura pública, mas sempre ajuda começar do princípio o que quer que seja. Por outro lado, devo explicar que só insisto nestas chamadas de atenção — desnecessárias para frequentadores habituais da blogosfera — porque já percebi bem que a larga maioria dos visitantes deste lugar não tem o hábito de ler blogues. E se, depois de lerem, verem e ouvirem estas vossas Saudades de fio a pavio, tiverem vontade de dizer de vossa justiça, façam o favor de usar e abusar do e-mail indicado no meu «perfil» (está no topo da atrás referida coluna). Responderei, sempre que possível, a quem vier por bem.

EIS-ME

Eis-me frente a estas brancas páginas — brancas como o negro porvir: terrível brancura! —, procurando reter o tempo que passa, fixar o fugidio hoje, eternizar-me ou imortalizar-me, afinal, se bem que eternidade e imortalidade não sejam uma só e a mesma coisa. Eis-me frente a estas páginas brancas, meu porvir, tratando de derramar a minha vida, de me arrancar à morte de cada instante. Trato, ao mesmo tempo, de consolar-me do meu desterro, do desterro da minha eternidade, deste desterro a que me apetece chamar o meu des-céu.
In Como se faz uma Novela, Miguel de Unamuno.