sexta-feira, 31 de maio de 2019

AINDA A PROPÓSITO DA ABERTURA DA ÉPOCA BALNEAR

Ursula Andress em Dr. No / «Agente Secreto 007» (Reino Unido, 1962) de Terence Young.

Com esta icónica entrada em cena, sob a forma de saída das águas do mar, qual mítica sereia, Ursula Andress lança, logo neste primeiro filme da série James Bond, a moda do biquíni, que dura até hoje, graças a Deus.

PENSANDO NA ABERTURA DA TEMPORADA MARÍTIMA

Le Monde du Silence (França, 1956),
de Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

QUEIMADA VIVA EM ROUEN AOS 30 DE MAIO DE 1431

 
Joana d'Arc na Coroação de Carlos VII na Catedral de Reims, 1851-1854
JEAN-AUGUSTE-DOMINIQUE INGRES (1780 — 1867)
Óleo sobre Tela, 240 x 178 cm
Musée National du Louvre, Paris

DO SAGRADO ALIADO AO PROFANO

Hoje comemoramos duas Festas: Quinta-Feira da Ascensão e Dia da Espiga.
Tenho para mim como certo e sabido que Portugal verdadeiro viverá enquanto cultivar as suas telúricas tradições ancestrais pagãs e simultaneamente se mantiver crente e fiel à solenidade da liturgia cristã.
Coisas de tradicional-vanguardista; ou, se quiserem, de nacional-populista, como se diz agora.

RELEMBRAR A DERROCADA PARA PREPARAR A RECONQUISTA

No dia 29 de Maio de 1453 deu-se a queda de Constantinopla. A conquista da capital bizantina pelos turcos otomanos mata Constantino XI, último imperador, e marca o fim do Império Romano do Oriente.
Em consequência destes tristes factos, o Império Otomano adquire uma determinante preponderância geo-política na Europa de leste, nos Balcãs e no Mediterrâneo oriental.
Foi assim o fim da Idade Média — época de ouro da espiritualidade cristã e da identidade europeia.
Mas, isto foi ontem. Agora, o futuro pertence-nos, de novo.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

O BLOGUE É...

... um livro em branco,
uma prova de vida,
um espelho,
um diário críptico,
uma armadilha para curiosos,
uma tese de filosofia,
um desabafo,
uma casa,
um jogo de xadrez,
um jardim,
um duelo,
uma janela,
uma colagem surrealista,
um largo gesto de bom-gosto,
um voyeur à solta,
uma agenda codificada para um círculo de iniciados,
um espaço de crítica,
uma comédia,
um canal de comunicação,
um manifesto cultural,
uma pedra no sapato do pensamento único,
um caderno de apontamentos,
um labirinto de recordações,
um passe de mágica,
uma arma de sedução,
uma mulher nua,
uma paixão assolapada,
uma tragédia,
um bloco de notas deixado numa mesa de café,
uma atitude política,
uma esperança no futuro,
uma coisa séria,
um hipnótico fascínio estético,
a procura de uma ética,
uma coisa patética,
uma carta de amor,
um secreto local de encontro,
um momento poético,
um ponto-de-vista para contemplação,
um mecanismo de exibicionismo,
um caso sério,
uma biblioteca,
um salão de baile,
um álbum de fotografias,
um sótão com baú,
uma caixa de Pandora,
uma videoteca,
um vício,
uma narrativa fragmentada,
uma montagem rítmica,
uma viagem sem fim,
um fio de Ariadne,
um eterno retorno,
uma fonoteca,
um bar,
uma confissão,
um luar,
uma tertúlia,
uma festa,
um flash na noite,
um grito no espaço,
um salto para a eternidade,
um lugar de redenção,
um gabinete de coleccionador,
uma galeria de arte,
um work in progress,
uma obra em construção,
um sonho,
um pesadelo,
uma dívida,
uma dúvida,
uma dádiva...

DAS MULHERES E DOS LIVROS

As mulheres e os livros não se procuram, encontram-se.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

A CADA NAÇÃO, O SEU CAPITÃO

A política voltou. Em força. E, com ela, regressou a vontade dos povos soberanos, das grandes nações, de terem chefes fortes. Se dúvidas ainda houvesse, estas eleições europeias dissiparam-nas. Para comprovar esta mais do que óbvia tese, suficiente será indicar apenas os nomes de quatro carismáticos líderes nacionais, cujos partidos políticos venceram claramente as referidas eleições, nos respectivos países: Marine Le Pen, em França; Matteo Salvini, em Itália; Viktor Órban, na Hungria; e, Nigel Farage, no Reino Unido.  

sexta-feira, 24 de maio de 2019

MOVIMENTO PELA EUROPA DAS NAÇÕES E DAS LIBERDADES

quinta-feira, 23 de maio de 2019

DO MEU PESSOALÍSSIMO PORTAL PARA CONSUMO DE NOTÍCIAS POLÍTICAS INTERNACIONAIS

Por falta de informação condigna cá no rectângulo (onde os me[r]dia — e, o povo, já agora  — continuam a leste do paraíso), sobre as mui próximas e importantíssimas eleições europeias e não só, decidi abrir conta no Twitter. Não tenciono lá publicar nada. Espero sim que, seguindo pessoas e instituições interessantes e importantes, possa, deste modo, acompanhar a imparável caminhada das Nações da Europa rumo a um futuro que se antevê repleto de bom-senso e bem-comum. Digamos que passará a ser (estando ainda em construção) o meu mais avançado portal para consumo de notícias políticas internacionais.

UMA ALIANÇA QUE NÃO PÁRA DE CRESCER E QUE NO DOMINGO VAI VENCER

quarta-feira, 22 de maio de 2019

DA FRESCURA DAS ALFACINHAS

Basta olhá-las à boa luz de Lisboa, para ver que as mulheres desta cidade estão cada vez mais bonitas. Refiro-me exclusivamente às lisboetas, propriamente ditas, aqui nadas e criadas, e tenho para mim como certo e sabido que o apuramento da sua graça e raça está relacionado com a afirmação que fazem questão de fazer perante as turistas estrangeiras que nos visitam. Coisas do foro da saudável competição, a qual ajuda a elevar o nível, em tudo, até porque, já se sabe, as mulheres não se embelezam para agradar aos homens mas sim para impressionar as outras mulheres.

DA CINEFILIA

Fez ontem dez anos que João Bénard da Costa nos deixou. E, a RTP 2 exibiu ao serão o documentário João Bénard da Costa: Outros Amarão as Coisas Que Eu Amei, de Manuel Mozos. É bom saber que há memória na televisão pública. Rebobine-se (que é como quem diz, puxe-se para trás na box) e veja-se.

terça-feira, 21 de maio de 2019

DO PARADOXAL MISTÉRIO DA RAZÃO

Quanto mais exercito o meu pensamento racional mais ele me reconduz à minha congénita mentalidade mística.

DA LITERATURA

A literatura pura e dura (sem ilustrações nem nada) é por excelência a arte da meia-idade e da consequente maturidade porque só nessa fase da vida já vimos e vivemos o suficiente para podermos traduzir em pessoalíssimas imagens mentais as palavras que lemos. 

QUEM É ANTÓNIO LOPES RIBEIRO?

António Lopes Ribeiro (Lisboa, 1908 — Lisboa, 1995) é cineasta, jornalista e crítico de Cinema. Entenda-se aqui a palavra cineasta na sua acepção total: Lopes Ribeiro foi realizador, argumentista, produtor, director artístico e montador. Temos, assim, um homem que respira Cinema.

Estudou engenharia no Instituto Superior Técnico, mas logo o abandonou, em 1929, para se entregar à Sétima Arte a tempo inteiro.

Nos anos 20, dedica-se ao jornalismo; e, estreia-se na crítica cinematográfica no Diário de Lisboa com uma página própria, «Arte Cinematográfica — O Claro-Escuro Animado», onde usa as iniciais A. R. e o pseudónimo Retardador, a partir de 1927; esta rubrica terá sido a primeira — em todo o Mundo — dedicada exclusivamente ao Cinema num jornal diário. De seguida, funda e dirige as revistas especializadas Imagem (1928), Kino (1930) e Animatógrafo (1933). Colabora ainda, ao longo de toda a sua longa vida, nas seguintes publicações, entre outras: A Bola, Diário Popular, Cine-Jornal, A Revista de Portugal e A Rua.

Inicia-se como realizador, em 1928 — aos 20 anos de idade —, com o documentário artístico Bailando ao Sol. Lança-se, a partir daí, numa carreira que terá mais de 100 títulos e que só será interrompida — à força! — em 1974. Nessa vasta Obra, encontramos documentários, adaptações literárias, dramas, e comédias. O arranque da sua actividade cinematográfica encontra-se fortemente enraizado nos conhecimentos técnicos que adquiriu em visitas aos estúdios alemães e russos (um bom exemplo do amor à arte e à estética quebrando fronteiras políticas e ideológicas).

Foi, enquanto teórico, um apologista do Cinema Sonoro, contrariando muitos dos seus camaradas de ofício da época, que viam no Sonoro um desvirtuar do Cinema como forma de expressão artística, pois passaria a ser — segundo eles — um mero meio de reprodução da realidade. Lopes Ribeiro viu, antes de todos, que o Som — se bem utilizado — poderia ajudar o Cinema a crescer como Arte. Assim foi.

Os seus documentários são, na sua maior parte, encomendas do Estado Novo, através de vários Organismos. Mostrar-se-á, neste domínio, um Autor rigoroso, do ponto-de-vista histórico, e com um fino sentido estético. Destacaria, nesta área, os seguintes documentários: A Exposição do Mundo Português (1941), Inauguração do Estádio Nacional (1944), A Morte e a Vida do Engenheiro Duarte Pacheco (1944), O Cortejo Histórico de Lisboa (1947), Jubileu de Salazar (1953), Rainha Isabel II em Portugal (1957). Se quisermos conhecer a História de Portugal do Século XX, teremos de vê-los a todos — dezenas de títulos, de semelhante nível técnico-artístico e igual valor histórico, repartidos entre curtas-metragens e longas-metragens documentais. Um olissipógrafo que se preze deverá visionar os seus documentários sobre Lisboa, antes de escrever o que quer que seja sobre a antiga Capital do Império.

Quanto ao Cinema de ficção, Lopes Ribeiro saberá integrar muito bem nas suas equipas um conjunto de luxo de técnicos provenientes da Alemanha, e assegurar, desta forma, um sentido visual apurado — na luz, nos enquadramentos, e nos movimentos de câmara — nos seus filmes. A sua primeira longa-metragen de ficção — Gado Bravo (1934) — irá logo deixar bem à vista do público essas marcas. Note-se que a propósito desta fita rodou um documentário («making-of», no vocabulário técnico de hoje; coisa inédita à época).

António Ferro — que sabia, como ninguém, detectar talentos — vai desafiá-lo a rodar uma película sobre a Revolução Nacional de 28 de Maio de 1926, a fim de Comemorar os seus 10 anos. O argumento é escrito por António Lopes Ribeiro e pelo próprio António Ferro (com os pseudónimos de Baltazar Fernandes e Jorge Afonso, respectivamente) e terá a produção assegurada pelo Secretariado de Propaganda Nacional. Sobre esta fita — A Revolução de Maio (1937) —, não resisto a relembrar aqui o sucedido, há uns anos, quando algum «especialista» de programação da RTP decidiu exibir este filme, no 1.º de Maio, julgando tratar-se de uma película panegírica da data...! Ia caindo o Carmo e a Trindade!...

A partir de 1938, na sua nova responsabilidade de director artístico da Missão Cinegráfica às Colónias de África, visita e trabalha — supervisionando e dirigindo produções — nas Províncias Ultramarinas. Resultante desta aproximação a África, surge Feitiço do Império (1940); ainda hoje um filme de grande escala e enredo cativante, e a necessitar de urgente reposição para que as novas gerações digam de sua justiça.

Em 1941, cria as Produções Lopes Ribeiro, com o objectivo de produzir longas-metragens de ficção, ou filmes de fundo, entre os quais temos a nata do Cinematografia Portuguesa do Século XX: O Pátio das Cantigas (1942), de Francisco Ribeiro (seu irmão «Ribeirinho»); Aniki-Bóbó (1942), de Manoel de Oliveira; Camões (1946), de Leitão de Barros; para além de todas as Comédias Portuguesas que iluminaram a Época de Ouro do Cinema Nacional.

Para podermos avaliar convenientemente a genialidade heterodoxa deste Autor, esplanada em géneros cinematográficos tão distintos, basta referir O Pai Tirano (1941), que representa um certo paradigma da Comédia Portuguesa, e Amor de Perdição (1943), exemplo perfeito de como se pode obter êxito comercial com adaptações de qualidade de clássicos da Literatura Portuguesa.

Toda esta Obra Cinematográfica foi construída a par de uma outra carreira como Homem de Teatro. Fundou a Companhia «Os Comediantes de Lisboa», que actuou sucessivamente no Teatro da Trindade, no Teatro Avenida, e no Teatro Apolo; e, em 1952, fundou o «Teatro do Povo», que levou à cena desde Gil Vicente até peças da sua própria autoria.

Numa outra frente, traduziu Tchekov, Maeterlinck, Pagnol, Maugham e Giradoux, entre outros.

Como escritor, publicou O Livro de Aventuras (1939) e O Livro das Histórias (1940) — colectâneas de sonetos e poemas; editou ainda as várias compilações das suas crónicas, destacando-se: Esta Pressa de Agora (1962), Anti-Coisas & Tele-Coisas (1963) e Belas-Artes & Malas-Artes (1964).

Na televisão, ficou na memória de várias gerações de famílias portuguesas com o seu programa semanal Museu do Cinema, fazendo dupla com o famoso pianista «mudo» António Melo, entre 1957 (ano de fundação da RTP) e 1974 (ano do não desejado fim da sua brilhante carreira).

Homens destes já não existem hoje, em 2019. Saibamos merecê-los; e, para isso, comecemos por conhecê-los. 

segunda-feira, 20 de maio de 2019

FESTA DE GUARDA DO CORPO DE CRISTO

Procissão Corpus Christi, 1913
AMADEO DE SOUZA-CARDOSO (1887 — 1918)
Óleo sobre Madeira, 29 x 50,8 cm
Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão —
— Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa

SÉTIMA ARTE À SEGUNDA-FEIRA (2)

A expressão «Sétima Arte» anda na boca de todo mundo. Falemos, então, sobre a origem dessa — feliz — designação para o Cinema.

Foi o escritor, jornalista, crítico e dramaturgo italiano Ricciotto Canudo (Bari, 1879 — Paris, 1923) quem baptizou o Cinema de Sétima Arte. Canudo fundou a revista Montjoie! (1913-1914), sedeada em Paris, e manteve uma tertúlia com — entre outros — Léger, Apollinaire e D’Annunzio. Em 1920, cria o «Clube dos Amigos da 7.ª Arte», que é, assim, precursor do movimento do cine-clubismo. Edita, finalmente, em 1923, a Gazette des sept arts, revista fundamental como suporte teórico das vanguardas estéticas da época.

Se, por esta altura, os meus leitores já perceberam que estamos perante um teórico da Arte, não estranharão saber que Canudo lança, em 1923, o Manifeste des Sept Arts, após uma série de outros textos preparatórios, o primeiro dos quais data de 1908; e, num deles, em 1912, cunhou a nossa expressão. Esta publicação definitiva das suas inovadoras ideias, surge como legitimação estética do Cinema, elevando-o à categoria das restantes Artes.

Em primeiro lugar, chama a atenção, no seu Manifesto, para o facto de o Cinema ser muito mais do que apenas indústria e comércio, resgatando-o à mera tentação material e convocando-o para as fileiras da espiritualidade criadora. De facto, o Cinema é — antes de tudo — Arte.

Depois, Canudo diz-nos, do seu ponto-de-vista, quais são as seis Artes que antecedem cronologicamente o Cinema. Desde a Antiga Grécia que as Artes têm andado numa roda-viva, no que diz respeito à sua catalogação (convém nunca perder de vista as nove musas inspiradoras). Ainda bem que se trata de uma conversa (ou debate, como agora se diz) em aberto, pois isso representa um sinal da vitalidade dos nossos pensadores. Para este escritor italiano do século XX, as Sete Artes são: Arquitectura, Escultura, Pintura, Música, Dança, Poesia e Cinema. Se as três primeiras — artes plásticas, porque do espaço — aparecem, segundo Canudo, por necessidades materiais (abrigo, no caso da Arquitectura, com as suas complementares Pintura e Escultura), para, no entanto, logo depois se afirmarem artisticamente, já a Música é fruto duma vontade espiritual de elevação e vai irmanar-se com os fundamentos rítmicos da Dança e da Poesia. Curiosamente, no pensamento do teórico italiano, a Dança e a Poesia antecedem a Música, que só se autonomizará destas quando se liberta e chega à sinfonia, como forma de música pura.

É óbvio que a génese das Artes aqui descrita tem de ser contextualizada na época em que foi criada — início do século XX, em toda a sua pujança Futurista (Graças a Deus!) — e entendida como visão pessoal do seu autor. No entanto, se aqui a trago, é porque sem ela não poderemos compreender a expressão «Sétima Arte».

Por fim, entramos naquilo que me parece ter resistido ao crivo do tempo (esse destruidor de mitos de vão de escada) e manter, ainda hoje, enorme actualidade.

Canudo apresenta o Cinema como síntese de todas as Artes e como Arte Total — ao que não é alheio o pensamento de Wagner; assim, na plenitude da sua linguagem estética, a Sétima Arte integra elementos plásticos da Arquitectura, da Pintura e da Escultura e elementos rítmicos da Música, da Dança e da Poesia, que se vão todos revelar nos filmes nas seguintes áreas técnicas (podendo nós tentar fazer um jogo de concordâncias): imagem ou fotografia (ainda a preto-e-branco, em vida de Ricciotto Canudo); som ou, mais tarde, banda sonora (note-se que, quando o italiano teorizou, o Cinema era Mudo e os filmes eram acompanhados, apenas, pela interpretação ao vivo de uma partitura musical durante a sua projecção nas salas); montagem, que confere um sentido às imagens; cenografia, que entretanto evolui para direccção artística, alargando o seu campo de intervenção; realização, que tem como missão a planificação do filme, a orquestração dos vários elementos aqui referidos, assegurados por outras tantas equipas técnicas, e a direcção dos actores; e, por último, sendo no entanto o princípio de tudo, argumento.

Mais ainda: como grande síntese criadora — para além de fusão —, o Cinema une Ciência e Arte, num casamento feliz, e produz uma novíssima Linguagem, para a qual as outras Artes tenderam desde sempre, de imagens em movimento e som — formas e ritmos à velocidade da luz!

É, portanto, a última das Artes, fechando o ciclo da Estética. E, acima de tudo, aquela que, incorporando todas as outras, melhor transporta o nosso Património histórico, estético e cultural — projectando-o no futuro —, através da permanente reformulação e actualização das ancestrais e intemporais narrativas da nossa matriz identitária.

Haja sempre cineastas portugueses à altura desta missão universal.

domingo, 19 de maio de 2019

EUROPA DO FUTURO QUE JÁ É PRESENTE!


37. RUMO AO 38!


sexta-feira, 17 de maio de 2019

BLOGUE EM DESTAQUE

Já se sabe que por pessimismo, que nada mais é do que uma forma de realismo radical, costumo dizer que a blogosfera portuguesa está transformada num deserto. Contudo, tenho esperança de um renascimento, com novos e belos blogues, não tivesse eu saudades do futuro. E, volta e meia, porque quem espera sempre alcança, tenho uma surpresa realmente agradável, como a seguinte. Ei-la, à distância de um clique: Jacarandando — por aqui e por ali. Com um beijo à Autora, que faz o favor de ser minha Amiga.

CULTIVAR AS RAÍZES

Asseguram-me que a jardinagem é o hobby com mais praticantes a nível mundial, e que a genealogia é o segundo. Os dois passatempos têm mais em comum do que aparentam, porque ambos tratam de cultivar as raízes.

AINDA A IDENTIDADE ALTO-ALENTEJANA

Estremoz e o seu Termo «Regional», de Marques Crespo, edição do Centro Social Paroquial de Santo André —  Estremoz, Vila Viçosa, 1987 (2.ª edição — fac-similada) [1.ª edição: 1950]. 

DA IDENTIDADE ALTO-ALENTEJANA

Através dos Campos — Usos e costumes agrícolo-alentejanos (concelho de Elvas), de José da Silva Picão, colecção Portugal de Perto — Biblioteca de Etnografia e Antropologia, edição das Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1983 [1.ª edição: 1903; 2.ª edição: 1947 — texto aqui seguido].

NOTA EDITORIAL

Chamo a atenção aos meus queridos leitores para o facto de as mensagens publicadas na série temática «DA GENEALOGIA», contrariamente a todas as outras do blogue Eternas Saudades do Futuro, irem sendo reeditadas (que é como quem diz, revistas e aumentadas) à medida que vão surgindo novos dados nas minhas investigações genealógicas.

quinta-feira, 16 de maio de 2019

AINDA E SEMPRE OS ANOS 20

O que é que os anos 20 do século XX tiveram?

Esteticamente, foram vanguardistas. Ideologicamente, foram tradicionalistas. E, assim sendo, produziram uma nova e inovadora síntese histórico-cultural.

Cedo me cheirou e logo afirmei em 2001 e aqui escrevi desde 2007 que os anos 20 do século XXI também trariam uma renovada e renovadora síntese para Portugal e para a Europa.

E de facto a mudança até já chegou antes de tempo e tudo a quase toda a Europa e aos principais lugares do Ocidente. Agora só falta cumprir-se Portugal. É a Hora?

AINDA A LISBOA DOS LOUCOS ANOS 20

Com o objectivo de celebrar sessenta anos de existência, a «Coleccção Vampiro», da Editora Livros do Brasil, lançou, em Março de 2007, o seu volume n.º 700:
Memórias de um Chauffeur de Táxi, de Reinaldo Ferreira (Repórter X).

Isto é um tiro no escuro, ou uma lança em África, num País sem tradição de literatura policial; e, surge, ainda, como um impulso para as novas gerações conhecerem a obra de um genial escritor — e jornalista, e cineasta, e tudo! — que introduziu por cá a novela policial.

Reunindo as diversas partes de um folhetim publicado na imprensa no início dos anos 30 (Reinaldo Ferreira morreria, como Fernando Pessoa, em 1935), o livro faz-nos viajar na Lisboa dos «loucos anos 20», com todas as suas personagens características — cheias de charme e mistério —, e por lugares para sempre perdidos — cafés, hotéis, cabarets e clubes nocturnos —, que faziam da Capital, nos anos 20 e 30, um centro cosmopolita — ponto de chegada e partida de enigmáticas figuras — e um verdadeiro cenário de filme policial.

Todas as histórias têm como fio-condutor Juca — «o Menju da Estefânia» —, taxista e profundo conhecedor do bas-fond alfacinha (ou do underground, em vocabulário contemporâneo), que nos narra peripécias extraordinárias por ele observadas — qual voyeur, numa fascinante Lisboa que não volta mais.

Para ler de um só fôlego! 

A PROPÓSITO DE FESTAS RIJAS DE OUTRORA

Os Night Clubs de Lisboa nos Anos 20,  de Júlia Leitão de Barros, Lucifer Edições, Lisboa, 1990.

RECORDANDO A MELHOR FESTA DA DÉCADA PASSADA [FAZ HOJE DEZ ANOS]

DA ORTOGRAFIA NO ETERNAS SAUDADES DO FUTURO

Ao longo de muitos e bons séculos, durante a quase oito vezes centenária saudosa Monarquia Lusitana, a Língua Portuguesa cresceu bem e evoluiu ainda melhor, de forma natural e orgânica, tendo sempre a guiá-la, na sua ortografia, como sábios quadrantes orientadores, a etimologia e o bom-gosto.
Depois, veio a República e tentou «reformá-la», logo em 1911. E, de lá para cá, tem sido um desvario de famigerados «acordos»: 1945, 1973, 1975, 1986, 1990; enfim, a famosa pulsão igualitária, unificadora e ditatorial da Revolução, que quer fazer  — à má-fila e à viva força  — tábua-rasa da Tradição.
Contra ventos e marés, desprezando modas passageiras, no Eternas Saudades do Futuro continuar-se-á a escrever do modo que o autor aprendeu, na certeza de que resistir às efémeras injustiças é meio caminho andado para vencê-las. 


quarta-feira, 15 de maio de 2019

INÍCIO DA ÉPOCA SOLAR

Brigitte Bardot
num fotograma do filme
Et Dieu... créa la femme (França, 1956)
de Roger Vadim

terça-feira, 14 de maio de 2019

O QUE É QUE AS TIPUANAS TÊM?

As Tipuanas estão sombrias e parecem mortas, no início duma semana; no fim da semana seguinte, apresentam-se frondosas e refulgentes de amarelo. Por estas e outras, são árvores mágicas. 

O QUE É QUE AS CEREJEIRAS TÊM?

As Cerejeiras (árvore que é árvore grafa-se com maiúscula) dão flôr (assim mesmo, como deveria ser, com acento circunflexo e tudo) antes das folhas. São mistérios assim que nos levam à contemplação da Natureza. Saibamos retirar ensinamentos dos simbólicos sinais da Flora. 

DAS MINHAS PESSOALÍSSIMAS ESTAÇÕES MUSICAIS

Gosto de ouvir música lânguida, na Primavera; enérgica, no Verão; melancólica, no Outono; e, introspectiva, no Inverno. Toda ela profunda e com alma. Celebrando assim a alegria de viver, ao ritmo da Natureza.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

EM QUEM É QUE VOTAM AS PESSOAS DE CIMA?

As pessoas de Cima, apresentadas na mensagem anterior, contrariamente a outros Países, onde já decidiram começar a votar, e, como tal, a vencer, em Portugal ainda insistem em abster-se, continuando assim a perder.

domingo, 12 de maio de 2019

PARA ACABAR DE VEZ COM A DIREITA/ESQUERDA

A classificação política cunhada pela Revolução Francesa, que por necessidade parlamentar decidiu sentar à direita quem (não tendo sido decapitado) estava com o Ancien Régime, e que deu assim origem à artificial dialéctica Direita/Esquerda, não faz hoje qualquer sentido, se é que na época o fazia, mas isso é outra conversa.
Proponho a sua substituição pela dicotomia Cima/Baixo. Nesta nova abordagem, os que tendem para uma cosmovisão espiritual são os de Cima e os que têm uma visão materialista são os de Baixo.
Escusado seria acrescentar  — mas fica já aqui grafado, em tipo Times e tudo, para memória futura —  o seguinte remate: um tradicionalista, apodado simplisticamente de Direita durante 200 anos, passará assim a ser de Cima.
 

sábado, 11 de maio de 2019

DO REENCONTRO DA NAÇÃO COM A TRADIÇÃO

Após sete séculos de serena mas dinâmica comunidade tradicional orgânica, com clero, nobreza e povo, lei, rei e municípios, chegou o demo-liberalismo de supetão e logo passámos a ter como seus supremos símbolos os barões e viscondes do século XIX e os doutores e engenheiros do século XX.
Pergunto-me se o século XXI trará de volta a Nação em toda a sua plenitude.


POR QUE RAZÃO AINDA HOJE NOS ESCANGALHAMOS A RIR COM EÇA?

Porque as caricaturais ridículas figuras da monarquia constitucional par(a)lamentar são em tudo iguais às da actual república constitucional par(a)lamentar.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

DE QUE PARTIDOS ESTAVA EU A FALAR NA MENSAGEM ANTERIOR?

Perguntaram-me, e eu respondo. Na mensagem anterior estava a falar dos partidos políticos coligados na Aliança Europeia dos Povos e das Nações.

TRADIÇÃO ANCESTRAL E FUTURO PRÓXIMO DA EUROPA

A Europa tem uma milenar Identidade própria, assente em três sólidos Pilares: a Filosofia grega, o Direito romano e a Teologia cristã. Saibam hoje as Nações europeias estar de novo à altura desta Tradição identitária comum, para a poderem transmitir no Futuro.

Cheira-me que já nestas próximas eleições europeias vencerão finalmente em diversos Países os partidos políticos fiéis a estes eternos Valores.

Esperemos.


quarta-feira, 8 de maio de 2019

DAR BANDEIRA (III)

Dom João IV, O Restaurador
(Vila Viçosa, 18.03.1604 — Lisboa, 06.11.1656)
Reinado: 1640 — 1656

DAR BANDEIRA (II)

Dom João I, O de Boa Memória
(Lisboa, 11.04.1357 — Lisboa, 14.08.1433)
Reinado: 1385 — 1433

DAR BANDEIRA (I)

Dom Afonso Henriques, O Conquistador
(Viseu, 25.07.1109 — Coimbra, 06.12.1185)
Reinado: 1128 — 1185

segunda-feira, 6 de maio de 2019

DA VANGUARDA TRADICIONALISTA E DA REVOLUÇÃO CONSERVADORA

Releio a produção dos doze anteriores meses de Maio deste blogue e apetece-me subscrever hoje quase tudo o que lá outrora escrevi. É o que dá ser um tradicionalista. Assim se vai transmitindo de ano para ano o essencial, e deixando para trás apenas o acessório. Resta agora acrescentar as boas novas deste Maio de 2019. Entretanto, para que não me acusem de escrever nas entrelinhas, afirmo de caras que assim avança a vanguarda tradicionalista e assim se faz a revolução conservadora.

NASCIMENTO E MORTE DA ACÇÃO REALISTA PORTUGUESA

Em termos de Pensamento, a Acção Realista Portuguesa nasceu em Maio de 1924, com o lançamento da sua revista Acção Realista, e morreu em Outubro de 1950, com o desaparecimento de Alfredo Pimenta.
Em termos de Acção, a Acção Realista Portuguesa nasceu em Dezembro de 1923, em divergência com a Causa Monárquica, e morreu em Maio de 1926, em convergência com o Estado Novo.

MARAVILHOSO MÊS DE MAIO

Maio oferece-nos algumas das mais belas espécies de flores em todo o seu esplendor de aroma e cor. Algumas das mais belas, inteligentes e cultas mulheres que conheci também nasceram neste mês. Simbólica convergência.

CONTEMPLAR EM MAIO E PASSEAR EM JUNHO

Mais do que ver os Jacarandás em flor no mês de Maio, confesso que tenho um especial prazer em esperar por Junho para poder finalmente caminhar sobre a estrada azul-lilás traçada pelos seus despojos.

SÉTIMA ARTE À SEGUNDA-FEIRA (1)

O autor dos filmes é o realizador.
Para que meio-mundo acreditasse nisto, foi necessário os «jovens turcos» dos Cahiers du Cinéma produzirem vasta teoria sobre a matéria, vertida em letra de forma em artigos da sua referida revista.
Cá para mim, no entanto, quem tivesse olhos de pensar já teria percebido, ao ver os grandes filmes da «golden age» de Hollywood, que, embora agrupados em géneros — categorias de produção industrial, mas também estéticas —, as ditas fitas tinham uma assinatura, toda ela marca d’água autoral, por parte do realizador.
Faça-se o teste: entremos numa qualquer sala de cinema, a meio da exibição de um filme, vendados (sem saber ao que vamos, olhos e ouvidos tapados); depois, libertados, recuperados os dois sentidos, e após dois minutos em contacto audiovisual com a película projectada na tela, tentemos adivinhar quem é o seu realizador. Arriscado e divertido jogo voyeur este...
Porém, parece-me que quem for verdadeiramente cinéfilo — amigo do Cinema —, e tiver uma cultura filmográfica à altura, logo acertará na mouche: Antonioni, Fellini, Dreyer, Bergman, Ford, Hawks, Bresson, Truffaut, Kurosawa, Ozu — nomes saídos automaticamente, ao correr da pena —, e muitos outros, que poderíamos acrescentar por aí fora, têm linguagens estéticas de tal forma fortes que ninguém que ame verdadeiramente a Sétima Arte poderá confundi-los entre si.
Esta conversa toda tem por objectivo servir de introdução à defesa de uma abordagem — infelizmente pouco canónica para os padrões académicos culturalmente correctos — da História do Cinema através da Vida e Obra dos Autores.
Bem sei que não podemos ignorar as três grandes épocas: mudo, sonoro e moderno; nem as principais correntes: expressionismo alemão, impressionismo francês, mudo russo, neo-realismo italiano, nouvelle-vague francesa, etc. e tal; nem tão pouco os géneros clássicos, que atingem o paradigma nos EUA, com os seus genres indígenas: western, gangsters, musical, aos quais eu gosto de acrescentar o film-noir.
Contudo, olhando noutra direcção, proponho que revisitemos esta Arte, que já atingiu a bela e matura idade de cem anos, tendo os realizadores — grandes mestres técnicos e criadores estéticos — como fios-condutores da sua História. 

NOTA EDITORIAL

A pedido de várias famílias, passarei a escrever regularmente sobre História do Cinema neste meu eterno blogue. Sendo o Homem um animal de hábitos, há que definir um dia certo para a coisa, a fim de os meus queridos leitores melhor fixarem como lembrete a data, e passarem por cá com o fito de ler a referida prosa, que este vosso servo escrevinhador tentará alinhavar para a ocasião. Sobre Cinema Mudo, Sonoro/Clássico ou Moderno, corrente estética, género ou autor, cinematografia (de um País), e etc. e tal, um curto aforismo ou um texto mais longo virá sempre a lume.  Existindo à partida logicamente sete hipóteses, veio-me contudo logo à cabeça a Segunda-Feira. Esta, faz-me lembrar os saudosos anos 80, do Século passado, quando as salas de cinema de Lisboa decidiram descer os preços dos bilhetes para metade do valor, com o saudável intuito de facilitar a vida à jovem clientela cinéfila da época. Bons tempos, em que se visionavam belas fitas, em animados grupos de amigos. Assim, sob o mote da recordação, mas com os pés assentes no presente e os olhos postos no futuro, passaremos a ter «Sétima Arte à Segunda-Feira» no Eternas Saudades do Futuro.    

sábado, 4 de maio de 2019

DA ARMÉNIA, PRIMEIRO PAÍS CRISTÃO DO MUNDO

Hoje é dia de São Gregório, o Iluminador. Viveu entre 240 e 325. Primo do Rei da Arménia, e seu director espiritual, foi responsável por este ter tornado a Arménia o primeiro País do mundo a adoptar o Cristianismo como Religião de Estado (muitas décadas antes do Império Romano fazer o mesmo). Este Bispo e Santo tirou assim os Arménios das trevas e levou-os à verdadeira luz que é Cristo. 

sexta-feira, 3 de maio de 2019

DO VENTO VIRIL

Na Primavera, para que as plantas se eternizem, o vento fecundador sopra com força.

AINDA LEONARDO

CONSTÂNCIA
À constância se associa a fénix, a qual prevendo por instinto a sua renovação, é constante a suportar as ardentes chamas que a consomem, e depois de novo renasce.
INCONSTÂNCIA
O gavião representa a inconstância, o qual anda sempre em movimento para não suportar o mínimo mal-estar.
MAGNANIMIDADE
O falcão só caça aves grandes e prefere morrer a comer carne de mau odor.
MODERAÇÃO
O arminho pela sua moderação apenas come uma vez por dia; e prefere deixar-se apanhar pelos caçadores a fugir para a sua toca se estiver enlameada, a fim de não macular a sua pureza.
In Bestiários, Fábulas e Outros Escritos, Leonardo da Vinci, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004.

quinta-feira, 2 de maio de 2019

BELEZA E PUREZA

Retrato de uma Dama com um Arminho
(Cecilia Gallerani)
, c. 1490
LEONARDO DA VINCI (1452 — 1519)
Óleo sobre madeira, 54,8 x 40,3 cm
Czartoryskich Muzeum, Cracóvia

ESPERANÇAS DE PORTUGAL, QUINTO IMPÉRIO DO MUNDO

A verdadeira prova do espírito profético nos homens é o sucesso das causas profetizadas. Assim o prova a Igreja nas canonizações dos santos, e os mesmos profetas canónicos, que são parte da Escritura Sagrada, fora dos princípios da Fé não têm outra prova de verdade das suas revelações ou profecias senão a demonstração de ter sucedido o que eles tantos anos profetizaram.
PADRE ANTÓNIO VIEIRA
(1608 — 1697)

quarta-feira, 1 de maio de 2019

NO DIA DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO (PORQUE O 1.º DE MAIO NÃO É VERMELHO)

Quantas vezes Nós manifestámos e explicámos o amor da Igreja para com os operários! Apesar disso, propaga-se muito a atroz calúnia de que «Igreja é aliada do capitalismo contra os trabalhadores». Ela, mãe e mestra de todos, teve sempre particular solicitude pelos filhos que se encontram em condições mais difíceis, e também, na realidade, contribuiu notavelmente para a consecução dos apreciáveis progressos obtidos por várias categorias de trabalhadores. Nós mesmo, na radiomensagem natalícia de 1942, dizíamos: «movida sempre por motivos religiosos, a Igreja condenou os diversos sistemas do socialismo marxista e condena-os também hoje, sendo dever e direito seu, permanente, preservar os homens das correntes e influxo que põem em perigo a salvação eterna deles».
Papa Pio XII, Roma, Praça de S. Pedro, 1.º de Maio de 1955.

DA VERDADEIRA DIREITA E DAS DIREITAS VERDADEIRAS

Não há nada como um bom exemplo prático para explicar a complexidade doutrinária, desconhecida ou propositadamente ignorada, das múltiplas e diversas Direitas. Assim, na toponímia da outrora Capital do Império, hoje, em relação à «Avenida da República», temos o seguinte quadro: um contra-revolucionário chama-lhe «Avenida Ressano Garcia», pois foi esse o nome dado a essa artéria, quando inaugurada, em homenagem a quem a traçou; um reaccionário designa-a por «Avenida da Monarquia», reagindo assim ao atentado toponómico feito pelos ideólogos revisionistas do pós-1910; e, um tradicionalista nomeia-a calmamente como  «Avenida da República», assim mesmo, no pleno conhecimento de que a palavra República sempre designou a coisa pública, e a sua nobre governança em prol do bem comum, no Reino de Portugal.      

IMPÉRIO DOS SENTIDOS

Cativante maravilha sensorial a destes dias do pino da Primavera em Lisboa. As ruas da Capital do primeiro e último  Império ultramarino e pluricontinental do Mundo ficam pintadas de cores exóticas e perfumadas por aromas sensuais. São as árvores a lembrar-nos que Brasil, Índia, Guiné, Cabinda, Angola, Moçambique, Malaca, Solor, Timor e Ceilão — e  muito mais além ainda — também foram, e sempre serão, Portugal.  

REFLEXÃO ETIMOLÓGICA

Compreendo perfeitamente que se diga que a televisão é um escape; de facto, também ela polui a atmosfera.

HÁ LETRAS E LETRAS

Os jornais mostram o efémero e os livros guardam o eterno.

LISBOA EM MAIO TEM

Jacarandás apaixonados e mulheres em flor.

MANUAL DE INSTRUÇÕES DO BLOGUE

Aos leitores que só agora aqui chegaram, faço notar que há um arquivo disponível na base da coluna lateral direita, na versão web, para se porem a par das minhas divagações em linha. Não é que haja um fio condutor para esta minha aventura pública, mas sempre ajuda começar do princípio o que quer que seja. Por outro lado, devo explicar que só insisto nestas chamadas de atenção — desnecessárias para frequentadores habituais da blogosfera e amigos de longa data do Eternas Saudades do Futuro — porque já percebi muito bem que a larga maioria dos visitantes deste lugar não tem o hábito de ler blogues. Se depois de lerem, verem e ouvirem estas vossas Saudades de fio a pavio tiverem vontade de dizer de vossa justiça, façam o favor de usar e abusar do e-mail indicado no meu perfil (está no topo da atrás referida coluna). Responderei, sempre que possível, a quem vier por bem.