quarta-feira, 31 de outubro de 2007

POSTAL A NEGRO

Tudo isto existe,
Tudo isto é triste,
Tudo isto é fado.

DE OLHO NOS QUIOSQUES

Às tantas, se não encontrar por cá o n.º de Novembro da edição francesa da revista, meto-me no Sud-Express (lembras-te de 1985, António?) e vou a Paris comprá-la. E, aproveito para arejar as ideias, porque este cantinho à beira-mar plantado, outrora jardim, de pântano já passou a estrumeira.

terça-feira, 30 de outubro de 2007

BOM DIA (13)

«Are You The One I've Been Waiting For?», Nick Cave And The Bad Seeds.

MÚSICA PARA HOJE (5)

Le Quattro Stagioni: L'Autunno, Antonio Vivaldi.

OUTONO

INTERROGAÇÃO

Estar morto
E ainda verde,
Como as primeiras folhas
Caídas no Outono,
Será esse
O destino
Dos Poetas?

RAÚL DE CARVALHO
(1820 — 1984)

LISBOA

A CIDADE

A luminosidade
desta gente.
Por toda a parte
gente bonita.
Atirando
ramos de flores
nos olhares.

Tão velha a vida.

RAÚL DE CARVALHO
(1920 — 1984)

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

MON COEUR BALANCE... (10)

Não sei se prefiro assim..

... ou assado.

Fotografias de Helmut Newton.

MATAR SAUDADES DE PARIS

SILOGISMOS

Todas as mulheres inteligentes são bonitas. No entanto, nem todas as mulheres bonitas são inteligentes. Se, sendo as duas coisas, forem também cultas, será ouro sobre azul.
Nota: Escrito a partir de frase (a primeira do postal) da R.

domingo, 28 de outubro de 2007

DETALHES

Nestes desvairados tempos modernos, a sobriedade readquire um forte valor como sinal de lucidez. Assim, uma Mulher que não pinta as unhas é uma Mulher que se mantém firme e segura na sua identidade. Conheço, talvez, três. Podia ser pior.

SINAIS

Se dúvidas houvesse sobre ter sido Portugal abençoado por Deus, este solarengo e mágico mês de Outubro está cá para o recordar. Saber-nos-emos comportar à altura, elevando-nos e cumprindo Portugal?

OUVIR E VER LISBOA

LISBOA

«E HAVIA OUTONO?»

Havia o que não esperas: árvores,
altas árvores de coração amargo,
e o vento rodopia e leva
as folhas cegas
sobre a cabeça do homem.
Havia um coto em sangue.


(...)

FERNANDO ASSIS PACHECO
(1937 — 1995)

sábado, 27 de outubro de 2007

PARECE MENTIRA, MAS — FELIZMENTE — É VERDADE

European Film Festival Estoril '07.
(Com um especial agradecimento à minha aluna Rita, que, nestas e noutras matérias, está sempre muito à frente!)

LIVRO PRA HOJE (13)

Teoria Geral do Sentimento, Nuno Júdice, edição Quetzal Editores, colecção Poesia, Lisboa, 1999.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

UM ABRAÇO VALE MAIS DO QUE MIL PALAVRAS

«Into My Arms», Nick Cave And The Bad Seeds.

TIVESSE EU «LINKS PERMANENTES» E ESTE ERA CERTINHO (6)

O Regabofe está confirmadíssimo nesta categoria, após atenta leitura à lupa. Apresenta ainda uma grande vantagem, para os meus amigos: com uma escrita daquele calibre, tem o condão de reduzir este vosso aprendiz de bloguista à simples categoria de leitor; provavelmente, de onde nunca deveria ter saído.

REI D. CARLOS I DE PORTUGAL

[Nota: Não indico aqui a autoria do vídeo, por não a conhecer. Este vídeo encontra-se disponível no You Tube, e já foi publicado em vários blogues. Faça o mesmo no seu, para que ninguém esqueça.]

DO MAU HUMOR

Vou-me deitar com dores nas costas e cãibras nas pernas. E triste.

DO BOM HUMOR

O Luis — o meu primo-direito mais velho — tem uma extraordinária memória para registar anedotas e um invulgar talento para as contar. A ele lhe devo esta (o título do postal é meu), e outras, que aqui não posso narrar. E, quando se liberta das grilhetas das anedotas feitas, pode subitamente fazer escangalhar a rir surpreendidos auditórios. Vou mais por aqui, pois sempre me pareceu que o humor deve viver do génio criativo do improvisador.

AINDA A LUA

É certo e sabido que a Lua influencia os líquidos terrestres, e, através destes, a seiva e a energia das plantas. Pergunto-me se o nosso sangue e o nosso coração não recebem semelhante input?

OUTROS NÚMEROS

Em cada 100 visitas que aqui recebo só menos de 10 vêm directamente de blogues. Possa este blogue servir como porta de entrada de gente na blogosfera e já será uma lança em África.

SÓ PARA PONTUAIS, SIMBOLISTAS E OUTROS EXCÊNTRICOS

A Lua Cheia é às 5 horas e 51 minutos da manhã.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

PREPARANDO A NOITE DE LUA CHEIA

«My Baby Just Cares For Me», Nina Simone.

MERGULHAR COM CABEÇA

Volta e meia, dizem-me, com ar maroto e cúmplice, que os meus postais têm várias camadas de leitura. De facto, é a mais pura das verdades, e até explico: à superfície, mostro os bolos, para contentar os tolos; de seguida, um pouco mais fundo, desenvolvo as narrativas, tão ao gosto das classes mé(r)dias; por fim, remato com as ideias, só para os meus amigos, entendedores e mergulhadores de grande fôlego. Estamos conversados.

BELO DIA (II)

«The Future», Leonard Cohen.

BELO DIA (I)

«I´m Your Man», Leonard Cohen.

CAUSERIE

Vous êtes un beau ciel d'automne, claire et rose!
Mais la tristesse en moi monte comme la mer,
Et laisse, en refluant, sur ma lèvre morose

Le souvenir cuisant de son limon amer.

— Ta main se glisse en vain sur mon sein qui se pâme;
Ce qu'elle cherche, amie, est un lieu saccagé
Par la griffe et le dent féroce de la femme.
Ne cherchez plus mon coeur; les bettes l'on mangé.

Mon coeur est un palais flétris par la cahue;
On s'y soûle, on s'y tue, on s'y prend aux cheveux!
— Un parfum nage autour de votre gorge nue!...

Ô Beauté, dur fléau des âmes, tu le veux!
Avec tes yeux de feau, brillants comme des fêtes,
Calcine ces lambeaux qu'ont épargnés les bêtes!

CHARLES BAUDELAIRE
(1821 — 1867)

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

BLOGUES PASTILHA-ELÁSTICA

São os que falam do dia-a-dia e das suas maravilhosas actualidades (políticas e outras). Interessantíssimas, neste cantinho habitado por pacóvios deslumbrados. Não leio esses blogues, pela mesma razão que não leio jornais, nem como pastilha-elástica. Gosto de coisas que perduram. Poder tirar um livro com cem anos da estante, ou um disco com trinta anos do armário, ou um vinho com vinte anos da garrafeira, e senti-los eternos, não tem preço. O resto é efémero. E não tenho espaço — mental ou outro — para armazenar lixo.

BLOGUES PARA ANALISAR COM ÓCULOS DE VER AO LONGE (1)

O Regabofe. Por enquanto, não digo nada, pois não tenho as lunetas — de ver ao longe — à mão.

TIVESSE EU «LINKS PERMANENTES» E ESTE ERA CERTINHO (5)

Ana de Amsterdam. Uma Senhora pura e dura. Dona de uma prosa de cortar a respiração. Chapeau!

PASSAGEM PARA A OUTRA MARGEM

«Break On Through», The Doors.

Um óptimo exemplo — de há exactamente quarenta anos — do que é a realização de um video-clip, todo ele linguagem cinematográfica. Esteticamente sóbrio, plástico, rítmico e forte. Não tivessem dois destes rapazes estudado Cinema na UCLA. Ah!, pois foi. E colegas de Coppola e tudo. As voltas que o mundo dá. E, assim, sabendo isto, até percebemos melhor outras coisas, não é?

Adenda, à laia de manual de instruções: Após o primeiro atento visionamento, pôr o som no máximo e dançar — do escritório (não é preciso tirar a gravata, nem os saltos altos, e a secretária nova vai adorar a experiência) ao atelier (a libertação do verdadeiro artista, à distância de um passo de dança). Repetir várias vezes. Força!, mas não digam que vieram daqui, que ainda me fecham o tasco.

UM PASSO MAIS ALÉM

«Light My Fire», The Doors.

Ao fim de nove meses de blogue puxo do Jim Morrison. Personagem com o qual sempre senti inexplicáveis afinidades. É caso então para perguntar porquê só agora. A resposta pode ser foleira mas é verdadeira: porque só agora estão finalmente reunidas todas as condições. Que é como quem diz: daqui em diante vai ser sempre a rasgar. Pelo menos enquanto houver engenho e arte para tanto. E estímulo. E fogo.

OUVIR, SABOREAR E TOCAR DEVAGAR

«Touch Me», The Doors.

OLHAR, CHEIRAR E TOCAR DEVAGAR

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse.
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

ALBERTO CAEIRO
[Fernando Pessoa (1888 — 1935)]

EDITAL PARA FILIPADOS E OUTROS JANADOS

Passo a escrever ali só uma vez por semana. Porquê? Não sei, mas é assim. Chamem-lhe marcar o ponto, ou responder à chamada, para usar vocabulário de Liceu. Também lhe podem chamar outra coisa qualquer. Siga a marcha, que se faz tarde.
Adenda: Depois anuncio aqui o exacto dia, quando decidir, após atirar a moeda ao ar para o efeito.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

DA SABEDORIA (O)CULTA ENTRE-LINHAS

Quem sabe, não diz; e, quem diz, não sabe.

CRISTO-REI

«Corcovado», António Carlos Jobim & Gal Costa.

DO ESTADO MENTAL DA NAÇÃO

Um povo que fala muito de sexo é um povo mal-amado. Fodido e mal-amado. Mas não é fodido de amor, como o Miguel Esteves Cardoso avisou. Nem é fodido de sexo, que não pratica. Enfim: é fodido, ponto final.

BOM DIA (12)

«Love Letters», Diana Krall. Ao vivo, em Paris, inspirada por Nat King Cole.

AOS LEITORES ALENTEJANOS (DE SANGUE E ESPÍRITO)

Árvores do Alentejo

Horas mortas... Curvada aos pés do Monte
A planície é um brasido... e, torturadas,
As árvores sangrentas, revoltadas,
Gritam a Deus a bênção de uma fonte!

E quando, manhã alta, o sol pospente
A oiro a giesta, a arder, pelas estradas,
Esfíngicas, recortam desgrenhadas
Os trágicos perfis no horizonte!

Árvores! Corações, almas que choram,
Almas iguais à minha, almas que imploram
em vão remédio para tanta mágoa!

Árvores! Não choreis! Olhai e vede:
— Também ando a gritar, morta de sede,
Pedindo a Deus a minha gota de água!

FLORBELA ESPANCA
(1894 — 1930)

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

SESSÃO DUPLA (II)

Blade Runner (E. U. A., 1982), de Ridley Scott.
Metropolis (Alemanha, 1927), de Fritz Lang.
Poderia ter escolhido imagens das respectivas paisagens urbanas de ficção científica, saídas das magníficas direcções artísticas e geniais realizações dos dois filmes, para ilustrar este postal; mas, fui pelas fotografias figurativas. Quem me tira o corpo, tira-me tudo. Não será a linguagem corporal o espelho do estado de espírito, como o rosto é — já se sabe — da alma? E, digo mais: entre a paisagem rural e a paisagem urbana, prefiro a paisagem humana: corpo e rosto — espírito e alma; contentores e conteúdos.

BOM DIA (11)

Blade Runner (E. U. A. 1982), de Ridley Scott.

Romântica cena de amor, com memória à mistura. E muitas saudades do futuro. Bem ao meu gosto, portanto. Ainda para mais, com esta actriz e com esta música — caramba! —, a semana só pode mesmo é começar em beleza!

domingo, 21 de outubro de 2007

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA (5)

Blogues com publicidade. E alguns deles até são bons. Porquê contaminá-los com o ruído característico dos vendilhões do Templo?

PENSAMENTO PESSOANO PARA HOJE (1)

O homem pode cansar-se de fazer mal; mas de fazer bem não há cansaço.
FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)
In Agenda do Centenário de Fernando Pessoa, apresentação de Pedro Teixeira da Mota, edição de Manuel Lencastre, Lisboa, 1988.

SABER VER PARA SE CAPTAR A VERDADE

O rosto é a Imagem da Alma.
CÍCERO
(106 A. C. — 43 A. C.)

DO VÍDEO ENQUANTO MEIO DE EXPRESSÃO ARTÍSTICA

Uma exposição obrigatória no coração de Lisboa.

DÁDIVAS DA BLOGOSFERA

A Ver — fazendo jus ao nome — revela-nos um Poeta. Saibamos olhar com olhos de pensar, e ler com espírito de ver; pois, já se sabe: «um dia em que não se aprende nada é um dia perdido».
Por mim, ligo-me daqui a essa confrade, com um beijo de obrigado.

sábado, 20 de outubro de 2007

ATIREM-ME ÁGUA BENTA

Este blogue completa amanhã nove meses de vida — o tempo de uma gestação. Está, pois, agora, finalmente, preparado para deitar a cabeça de fora.
Dêem-me presentes e miminhos, que eu bem preciso, para ver se aguento — mantendo sempre a mesma pedalada — esta empreitada.

IN MEMORIAM OU ELOGIO DO PAI

Com a devida vénia, transcrevo este artigo, do Diário de Notícias, que me foi enviado por e-mail:

ACÇÃO DE GRAÇAS
[Maria José Nogueira Pinto escreve sobre o Pai, Luís Avilez, que faleceu no passado domingo, dia 14 de Outubro]

«Em nome da burocracia da morte, perguntam-me se deixaste testamento. Um papel escrito? Não, acho que não. Gostava de poder responder ao atencioso funcionário que o teu mais valioso legado é intangível.

"Morrer é só não ser visto", escreveu Pessoa. Não te vejo, mas escrevo. Queria escrever sobre a paternidade, o valor de ter pai, em vez do valor de ser pai. Ver, agora, essa relação pelo meu lado, como um nó cego atando as nossas vidas, tempo após tempo, até já nenhum de nós ser novo - eu avó, tu bisavô. E dizer deste sentimento de orfandade, de ter sido atirada para a linha da frente, sem essa retaguarda que construíste para nos proteger.

Dizíamos sempre que só se educa pelo exemplo. Porque só o exemplo é atestado da coerência da nossa própria vida. Por isso, pensar no que fui e no que sou é, também, um espelho de nós os dois. O que ficou tão claro e tão nítido, agora que te não vejo.

Foste um homem de fé. Fé em Deus, mas também (ou por isso mesmo) fé na condição humana, fé na capacidade de melhorarmos o mundo, de mudarmos as coisas, de fazer mais e melhor. Não eras um voluntarista mas um empreendedor laborioso, um homem de convicções e causas. A elas deste, em partes iguais, a tua auto-exigência e a tua coragem. Nunca ter medo do medo foi o que me ensinaste logo na infância. Foste um homem justo, esse complicado equilíbrio entre a razão e as razões dos outros, sem preconceitos ou verdades definitivas, porque a tua firmeza, naquilo que realmente importava, nunca dependeu de dogmatismos.

Tinhas um enorme sentido do bem comum e da causa pública, que serviste de modo tão meticuloso como empenhado. Ensinaste-nos o amor pelo grande e pelo pequeno; o respeito por tudo o que era importante; o exercício da disciplina e da resistência; a ganhar com humildade e a perder com dignidade; a preservar o bem maior da liberdade, recusando os enfeudamentos espúrios; e a nossa cabeça sempre levantada. Porque eras forte nunca foste violento e a tua autoridade prescindiu de qualquer arbitrariedade.

Foste um português orgulhoso de o ser. Acreditavas no destino desta terra com palavras e actos. Foste um agregador de pessoas muito diversas e entrosavas os entusiasmos em torno de projectos e realizações. Foste um homem de todas as gerações, classes sociais e raças, com amigos espalhados pelo mundo, humildes e poderosos, sem distinção na lealdade com que construíste tantas e tão duradouras amizades.

Mas foste, igualmente, um homem cheio de sentido de humor, de graça, de ironia fina. E um homem do teu tempo, informado e atento, de leitura constante, aberto às ideias e à sua discussão. Educaste-nos, indiferente às regras então estabelecidas, à distinção de estatuto entre rapaz e rapariga, considerando-nos aptas para tudo: as brincadeiras da infância, o desporto, as leituras, as viagens, os estudos ou as escolhas profissionais. Gostavas de nos estimular com acesas trocas de opinião sobre os mais variados temas, puxando por nós na argumentação, no gosto pela polémica, na defesa dos nossos pontos de vista.

Em todos os momentos importantes da minha vida, nas grandes decisões, fui ouvir-te. Nunca me deixaste fazer batota. O certo e o errado, ao pé de ti, tornavam-se claros e incontornáveis.

Até adoeceres, foste esse pai da infância, da adolescência, da idade adulta, sempre ali, acompanhando o que a vida foi fazendo com cada um de nós. No momento em que deixei de te poder ver, senti a urgência de agradecer-te por esta herança, que não consta de nenhum documento e pelas memórias que inundam a minha cabeça: o tapete de linóleo com os jogos desenhados, o carro a pedais pintado de azul, o trapézio e as argolas, a fisga, a pressão de ar, o cão, a Margot Fonteyn e Nureyev no meu primeiro Lago dos Cisnes, a frisa no S. Luiz, os passeios de barco, a viagem à Europa por minha conta e risco que nenhum outro pai, nessa época, teria permitido. E, porque tu foste esse pai atento ao detalhe e à surpresa, agradecer-te também as "delícias" da Bijou, os chocolates da Arcádia e as nozes e as "joaninhas" do Faz-Tudo, que tu trazias para casa, ao fim do dia, chamando: "Meninas, meninas!"

Adeus, a Deus...»

Maria José Nogueira Pinto

SOM ELEITO PARA PASSEAR SOB O BOM SOL DE OUTONO

«Mysteries», Beth Gibbons.

MON COEUR BALANCE... (9)

Estou indeciso entre esta e aquela. A coisa só se resolve com uma ménage à trois.

MATAR SAUDADES (2)

Estive ontem com a Luísa Ferreira no Noobai. Além de ser uma amiga de sempre, é a minha fotógrafa portuguesa preferida. Para pessoas especiais: sítios mágicos.

MATAR SAUDADES (1)

Nos tempos mais recentes, várias pessoas — quase todos bons e velhos amigos — desataram a chamar-me Johnny. Já ninguém me chamava assim há muitos anos. A razão pela qual o voltaram subitamente a fazer permanece para mim um mistério. A maior parte delas nem sequer se conhece entre si. Não podem pois ter combinado...! Espero estar à altura da responsabilidade. Entretanto, talvez por essas e outras, lembrei-me da minha amiga Jóni — a única mulher que me ganhou um jogo de xadrez (na verdade... — dois seguidos!).

REVOLUÇÃO TRANQUILA

O nosso timoneiro Francisco B T declarou aberto — a partir de hoje — o blogue colectivo Filipa de Lencastre a todos os que lá tenham andado, sem olhar a gerações. Avante rapaziada!, que as portas estão abertas.
(Àparte parvo: os meus sobrinhos, que lá entraram este ano, já me tinham dito, e, ao lá passar à frente, confirmei: as miúdas do Filipa continuam as mais giras de Lisboa, salvo raríssimas excepções a poente.)

EMPRESÁRIOS DE SUCESSO

Falo-lhes das obras-primas do mestre e eles falam-me das primas do mestre-de-obras.

POSSE

Vem cá! Assim, verticalmente!
Achega-te... Docemente...
Vou olhar-te... E, no teu olhar, colher
promessas do que quero prometer,
até à síncope do amor na alma!
Colemos as mãos, palma a palma!

A minha boca na tua, sem beijo...
Desejo-te, até o desejo
se queixar que dói.

E sou tua, assim, como nenhuma foi!

LEONOR DE ALMEIDA
(1915 — )

BOM DIA (10)

«Candy Says», Beth Gibbons & Rusty Man.

A extraordinária e especialíssima vocalista dos Portishead interpreta aqui um inesquecível tema dos The Velvet Underground. Não sei se será da idade, ou se terá sido da luminosa noite — com Lisboa e Tejo e jardim e aroma e conversa e tudo —, mas estou meio apardalado, e, tive que ir sacar este calmante, para ver se adormeço.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA (5)

A ligação à internet estar sempre a ir abaixo.

DIÁLOGOS OBSCENOS (2)

Diz o amigo certinho:
— A tua mulher sabe que tens o blogue?
Responde o bloguista:
— Sabe, lê e gosta.
Exclama o primeiro:
— É incrível! Ganda sorte!...
Remata o segundo:
— ... Mas a tua não sabe que vais todas as noites ao Elefante Branco, pois não?

EU HOJE ACORDEI ASSIM...

«Holydays In The Sun», Sex Pistols.

... É o que dá este belo Sol de Outono e ter uma bonita aluna baterista de uma banda punk!

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA (4)

Só conseguir dormir quatro horas por noite.

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA! (3)

Falar de alhos e responderem-me com bugalhos.

COISAS QUE ME CHATEIAM À BRAVA! (2)

Ter a fama sem ter o proveito.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

EM BUSCA DA JUVENTUDE PERDIDA

«Forever Young», Youth Groupcover» de um tema original, de 1984, dos Alphaville).

Nota: Postal (re)publicado aqui (já o tinha publicado ali, em tempos) em honra e memória de um debate filosófico tido esta madrugada numa esquina do Bairro Alto. Com um abraço para o Tomaz e outro para o Zeca.

QUE FAZER?

Primeiro, dar-lhes uma boa educação, com todos os princípios. Depois, deixá-los bater as asas e voar. É o que faço aos meus alunos, como se de filhos se tratasse. E já cá cantam dois mil e quinhentos. É vê-los por aí a voar. Boa sorte, miúdos!

LEITURA INTELIGENTE

O Insurgente, pois claro!

DISCO PARA HOJE (13)

Goo, Sonic Youth.
Entrar numa velha tasca do Bairro Alto, já bem pela noite dentro, e ouvir este álbum ser passado integralmente pela filha do dono do agora remodelado lugar, rapariga que há época gatinharia por lá, nos tempos em que, de passagem entre duas paragens próximas e semelhante (ah!, grande Estádio!), bebericávamos ali qualquer coisa.... — foi «um flash na noite, um grito no espaço, um salto para a eternidade!» (esta é só para altos entendedores; e, inexplicável, como todos os cadavre-exquis).

AO TOMAZ HIPÓLITO — ACABADINHO DE CHEGAR DA NOSSA MEMORÁVEL NOITE NO BARRO ALTO, ESTA É TODA PARA TI!

«Drunken Butterfly», Sonic Youth.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

A EXAUSTÃO LEVA À CONFISSÃO

Pela primeira vez, desde que cheguei a estas andanças, abro esta caixa, para publicar um postal, sem a mínima ideia do que irei escrever. A angústia que sinto já foi tratada no Cinema por Federico Fellini em 8 1/2. Aí, Marcello Mastroianni dava magistralmente corpo e alma a um realizador atormentado pelas suas memórias. Não lhe bastando essa provação, ainda se via obrigado a fazer um filme, para o qual não tinha ideia alguma. Estou mais ou menos assim, mas, ao contrário: tenho a ideia feita — e vertida em letra de forma e tudo —, faltando-me apenas alguém que me obrigue a fazê-lo. Seguindo a lição de Fellini — confesso-o aqui.

UM PRESENTE PARA A MINHA BLOGUISTA PREFERIDA

«Rosa Morena», João Gilberto.

terça-feira, 16 de outubro de 2007

DAS VIRTUDES DO MUNDO VIRTUAL OU QUANDO O MUNDO VIRTUAL PASSA A REAL

Porque existe rede electrónica e porque existe blogosfera e porque decidi criar um blogue e porque resolvi manter correspondência electrónica com uma desconhecida, conheci hoje pessoalmente uma bloguista. Constitui a segunda experiência que tenho neste sentido. A primeira, já algures aqui a referi, foi com um outro confrade blogosférico. São exactamente as duas únicas excepções que abri para efeitos de trocas epistolares com desconhecidos. Foi a pura intuição que me levou a pressentir valer a pena arriscar. E em boa hora o fiz. Cheira-me que fiz dois amigos para a vida. E quando me cheira é tiro e queda. Um abraço e um beijo (hoje, aqui, virtuais; amanhã, aí, reais).

DE VEZ EM QUANDO VALE A PENA SAIR DE CASA

Acabei de chegar do Palácio Real da Ajuda. Fui lá a pretexto da inauguração duma exposição de cerâmica contemporânea, sobre a qual nada direi para não ter que falar mal. Bom, bom, foi ter percorrido aquelas magníficas salas, recheadas de belíssimas peças de arte, muitíssimo bem restauradas, e sentir o Palácio respirar os tempos d'El-Rei D. Luís. Para compôr o ramalhete, as pessoas que lá encontrei — muitas das quais não via há longos anos, é o que dá não sair de casa — estavam ali tão bem como se fizessem parte daquele cenário Real. Lugar perfeito para evocar a memória d'El-Rei D. Carlos no próximo ano (centenário do seu cobarde e brutal assassinato).

DEPURAÇÃO

Aos 30 anos, o meu Curriculum Vitae tinha 10 páginas. Hoje, aos 41, tem duas palavras: os meus primeiro e último nomes. E tem servido.

BOM DIA (9)

«Where The Wild Roses Grow», Nick Cave e Kylie Minogue.

INVENTEM LÁ DEPRESSA A MÁQUINA DO TEMPO

Por estas e por outras, pudesse eu ter escolhido uma cidade e uma época para viver, teria sido sem dúvida a Lisboa da 1.ª metade do século XVIII, nos bons tempos d'El-Rei D. João V.

PARA OS CINÉFILOS, DESTE VOSSO SERVO (2)

«O Último Romântico da Sétima Arte», por João Marchante, no n.º 9 da Alameda Digital, simpaticamente respigado deste vosso blogue.

PARA OS CINÉFILOS, DESTE VOSSO SERVO (1)

«Pelo Autor é que Vamos», por João Marchante, no n.º 9 da Alameda Digital, inaugurando uma nova rubrica na minha coluna.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

A UM PASSO DA RECUPERAÇÃO DA INSPIRAÇÃO

Ter encontrado mais uma musa, na minha busca da inspiração perdida, já é obra. De um modo geral, não duram muito; pois, vampiro velho que sou, deixo-as exangues ao fim de poucos contactos.
Descobrir uma musa que seja também companheira, para deambulações boémias e poéticas — com as quais se mata o tédio e vive a vida na sua plenitude —, já é um passo mais além; e, raríssimas companhias tenho tido, ultimamente, nesta categoria: lá está! — a pedalada não é para todas.
Agora, receber pela mão do acaso uma nova musa (que não gosta de assim ser tratada, mas não se importa, caso isso seja importante para mim), simultaneamente companheira peripatética (ainda não testada) e condutora estética, de imediato sintonizada comigo nos planos intelectual e espiritual, e, que ainda me dá — dia-após-dia — fundamentais pistas artísticas, projectando-me para a frente... — caramba! Não sei se merecia tanto; mas, lá que precisava, precisava.

LÁGRIMA

Cheia de penas me deito
E com mais penas me levanto
Já me ficou no meu peito
O jeito de te querer tanto


Tenho por meu desespero
Dentro de mim o castigo
Eu digo que não te quero
E de noite sonho contigo


Se considero que um dia hei-de morrer
No desespero que tenho de te não ver
Estendo o meu xaile no chão
E deixo-me adormecer


Se eu soubesse que morrendo
Tu me havias de chorar
Por uma lágrima tua
Que alegria me deixaria matar


AMÁLIA RODRIGUES
(1920 — 1999)

Tenho uma enorme dificuldade em chorar. E faz falta. Para desentupir os canais lacrimais. Para lavar a alma. Há duas ou três coisas que são tiro e queda. Esta letra na voz de Amália é certinho. Desgraçadamente não tenho a canção à mão. Bem necessitado estava de a ouvir. O pior que poderia acontecer era descobrir que já não tenho lágrimas. Quando as lágrimas secam é porque o coração se tornou de betão armado. Acontece. Para se blindar contra o mundo-cão. Mas também sei que basta um carinhoso miminho para se derreter todo. E uma palavra certeira para desatar a bater acelerado.

domingo, 14 de outubro de 2007

DUELO (2)

Assumpta Serna.
Parada. (— Como será ela desarmada?) E resposta.

DUELO (1)

Assumpta Serna.
Estou a jogar — ininterruptamente — há dias a fio, com intensidade redobrada a cada hora que passa, tendo a pena como espada, e, ao som da batida das teclas. O nível intelectual da adversária está lá bem em cima. Só Deus sabe a ginástica mental que para aqui tenho feito. O corpo, esse, está dormente. Talvez por isso a mente tenha atingido uma lucidez cristalina. Desta forma, vejo — agora — muito para além da linha do horizonte. Siga a brava dança: toda ela sublime coreografia de palavras e ritmo — para o deleite do espírito e a libertação da alma. Que ninguém fique touché!

AVISO AOS JOVENS POR CAUSA DA AMIZADE E DA PAIXÃO

Ganhámos em intensidade o que perdemos talvez em qualidade — uma amizade longa, tranquila, casta e serena.
Virginia Woolf (in carta à amante Vita Sackeville-West).
Tenham cabecinha e não se metam em alhadas, de que depois nada sobra, putos. Traduzo eu para bom Português.

BATE-BATE, CORAÇÃO

«I Want You», Elvis Costello.

Fiona Apple e Elvis Costello interpretam o tema deste último. Cá para mim, é a mais bela canção pop de amor de sempre e até já o tinha dito aqui no blogue, em postal com letra transcrita e tudo, se bem me lembro (não me apetece ir agora à procura, para fazer a ligação; sim, estou mal disposto e com sono, ainda por cima). Também digo que prefiro ouvir o próprio Elvis Costello a cantá-la. Boa-noite ou bom-dia, ou nem uma coisa nem outra.

Adenda: Letra.

sábado, 13 de outubro de 2007

ESTA VIDA DE MARINHEIRO ESTÁ A DAR CABO DE MIM

Desde que me aventurei nestes novos mares da rede universal electrónica, e mais especificamente ainda na blogosfera, recebo muito correio. Hoje, num dia em que espero, com alguma ansiedade, um determinado contacto, a próposito de uma conversa interrompida a meio, tenho a caixa invulgarmente cheia de cartas (apesar de tudo — novo suporte, novo registo —, gosto de lhes continuar a chamar assim). Em relação a estas, mantenho o princípio de não responder às que vêm de moradas e pessoas desconhecidas; no entanto, agradeço-as aqui. A que eu queria que chegasse é que não há meio de dar à costa...

DO PRAZER DE RECEBER

Os presentes são saborosos quando recebidos de surpresa. Sem data marcada nem aviso prévio. Quando acertam na mouche nos gostos, então, caem no goto que é uma maravilha. E ligam as pessoas e tudo, pois afirmam afinidades — electivas, efectivas, afectivas. Obrigado.

APRENDER A VER (2)

Fui ao Flickr contemplar fotografias. Vi-as em silêncio; tacteei-as, cheirando-as; saboreando-as, senti-as. Enfim, deliciei-me.

APRENDER A VER (1)

Não basta olhar — é preciso ver; e, para isso, há necessidade de lavar os olhos entre dois olhares.
[Nota: Escrevi aqui esta frase, no segundo dia de vida do blogue; hoje, veio-me à cabeça, vá-se lá saber porquê.]

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

EDIFÍCIO PARA HOJE (1)

PEDIDO DE ESCLARECIMENTO

Tenho a sensação — pelo menos no meu computador — que o blogue demora algum tempo a abrir. Temo que isto esteja directamente relacionado com o facto de ter posto 150 postais («mensagens», em linguagem blogueira) à vista na 1.ª página. Alguém faz o obséquio de me dizer qualquer coisinha sobre o assunto?...

PARA A... (ELA SABE)

«Wave», Gal Costa.

Devo confessar que vou mais pela versão — toda ela masculina — de João Gilberto, deste tema de Tom Jobim; mas, como este postal é dedicado a uma Grande Senhora, fica aqui esta variante, ao gosto d'Ela.

TOCA A ASSINAR!

Nota: O texto da petição já está — entre muitos outros sítios na rede — no nosso blogue colectivo (Boa!, Miguel).

MENSAGEM PARA A SOFIA

Foste a principal fonte de inspiração deste blogue, nos seus primeiros seis meses de vida. Sem tirar nem pôr, nem favor. Foste ainda sua secreta interlocutora. Essas coisas não se esquecem. Nem se agradecem, pois não haveria palavras para tal. Fez o fado mudar as coisas. Oxalá haja um vai e vem, todo ele eterno retorno.

COISAS QUE NÃO ME AQUECEM NEM ME ARREFECEM

A atribuição do politicamente correcto prémio ignóbil, nas suas diferentes categorias.

BOM DIA (8)

«Wave», João Gilberto.

Em busca da serenidade pressentida que fascina.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

... E DEPOIS DE TANTA ACELERAÇÃO...

Ouçamos serenamente a Antena 2. Quem me tira estes e outros altos contrastes, tira-me tudo.

COM O PÔR-DO-SOL DE OUTONO A BATER NA CARA PARA NÃO ADORMECER

«Celebrity Skin», Hole.

ACORDAR COM O NASCER-DO-SOL DE OUTONO A BATER NA CARA (II)

«Violet», Hole.

Sempre foi difícil de explicar aos meus amigos «bem-pensantes», mas, a verdade é que tenho uma atracção fatal por esta mulher. O que vale é que na minha idade, e nesta fase da minha vida, já não tenho de me justificar de nada a ninguém. Por isso, publico aqui estes dois clips; e, se me der um vaip, ainda espeto com mais um ou dois — de três em pipa! Quem não gostar que vá tomar chá com a tia ou sintonize a tele-novela.

ACORDAR COM O NASCER-DO-SOL DE OUTONO A BATER NA CARA (I)

«Doll Parts», Hole.

[Nota 1: Esta versão do clip está truncada no início (em meia-dúzia de segundos); porém, aqui fica, pois o seu visionamento vale bem a pena.]
[Nota 2: Não é aconselhável a betinhos; principalmente se forem armados em atrevidos de trazer por casa.]

SESSÃO DUPLA (I)

Rumble Fish (E. U. A., 1983), de Francis Ford Coppola.

Das Cabinet des Dr. Caligari (Alemanha, 1919), de Robert Wiene.
Inicio com este postal uma série de propostas para sessões de duplo visionamento. Haverá relação entre ambos os filmes? Experimentem, e tirem as vossas conclusões. Depois, digam qualquer coisinha...

PARA ACABAR DE VEZ COM OS MELINDRES

Nunca é demais repetir que só comento ali porque lá escrevo. Nos outros sítios: nicles, batatóides!, pois aqui não há caixinhas e, como tal, não seria fair botar faladura nas dos outros. Cappicce?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

POR PENSAR EM REVISTAS...

Chegou-me a casa o n.º 63 (Janeiro-Junho 2007) da revista bimensal Futuro Presente. Curiosamente, o n.º 62 nunca deu à costa... — talvez ali me dêem a resposta para o mistério.

POR FALAR EM JORNAIS...

Um dos últimos Jornalistas Portugueses (com maiúsculas, para não haver confusão com a turba-multa), que eu lia com gosto, é aqui evocado. Desses já não se fazem. Deus o guarde.

DA BOA EDUCAÇÃO

Um certeiríssimo texto de Helena Matos, à distância de um toque. Li-o ontem, em papel, em jornal que apanhei à mão, no barbeiro, pois não sustento pasquins — e fiquei logo apanhado. Em boa hora o Blasfémias o põe em rede.

NÚMEROS AO MEU GOSTO (4)

Completo hoje 15 anos de Casamento. Coisa bizarra esta, nestes tempos modernaços de casa e descasa — principalmente na minha desgraçada geração. Calha bem, pois sempre gostei de remar contra a maré. Com estes ventos de modernidade, então, nem se fala: dá-me um gozo redobrado navegar com vela latina. Cada vez mais gosto do Passado. Cada vez gosto mais do Futuro.

BOM DIA (7)

«Street Spirit», Radiohead.

Um video-clip simplesmente brilhante.

NÚMEROS AO MEU GOSTO (3)

Não digo mais nada.

NÚMEROS AO MEU GOSTO (2)

Acredito nos ciclos de vida de 7 anos: não há nenhuma lógica nisto, apenas intuição; mas, se quiserem, podem elaborar teorias sobre a matéria — quando tiver tempo, lê-las-ei. Assim, caminhando a passos largos — demasiadamente acelerados, até — para os meus 42 anos (note-se que, quando «se fazem anos», completam-se anos, pois nascemos com zero anos, embora com 9 meses de vida intra-uterina), também me aproximo do momento de encerrar o 6.º e de inaugurar o 7.º ciclo da minha vida.

NÚMEROS AO MEU GOSTO (1)

11.111 (visitas).

PERMANECER NO MEIO DO FOGO SEM NOS QUEIMARMOS

Como um Eufrates patriarcal e profundo, o vinho vai fluindo ao longo da história da humanidade, prodigalizando o seu fogo e os seus leões.
JORGE LUIS BORGES
(1899 — 1986)

LIVRO PARA HOJE (12)

O Poeta Nu, Jorge Sousa Braga, edição Assírio & Alvim, colecção Documenta Poetica / 113, Lisboa, 2007.
Há coisas assim. Segui o instinto e a intuição. Casal perfeito. Comprei o livro. Li o livro. Nunca tinha lido o Autor com olhos de ver e pensar e chorar por mais. Talvez só de viés. E apenas nas suas duas (belíssimas, aliás) incursões na literatura infantil. O espantoso é que acabei de o ler de fio a pavio — agorinha mesmo, a coisa fez-se numa hora — e todos os poemas me soaram a conhecidos, e todos os momentos a vividos.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

ALAMEDA DIGITAL

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

COMPLETAMENTE A DESPROPÓSITO MAS APETECEU-ME MUITO E QUANDO É ASSIM NÃO HÁ NADA A FAZER

Gisele Bündchen.

DESCOBRIMENTOS (V)

Descobri, para aqui, nestas andanças da blogosfera, a Valeriana Impaciente — que conta, como ninguém, histórias de Arquitectura, Cinema e Vida —, recém-chegada à Tragédias da Rua das Flores. Sei que vou gostar muito de a ler todos os dias.

DOS DELICIOSOS ACASOS

Alguém com quem vivi intensamente o ano de 1984 (sou mesmo muito antigo...!), e que não vejo há anos, e com quem reatei contacto (apenas por e-mail e telemóvel) há menos de um ano, telefonou-me hoje. Em três penadas, aconselhou-me sobre problemas que estou a viver, desdramatizando-os.
Além disso, ainda nos rimos a bom rir.
Adenda: E lanchámos hoje! Não o fazíamos desde Manhattan...!

MAIS MÚSICA

O verdadeiro Alfredo Keil é-nos aqui revelado por F. Santos.

MÚSICA PARA HOJE (4)

Piano Sonata D. 960, Franz Schubert.

DA FOTOGRAFIA PORTUGUESA E DA MITOLOGIA EUROPEIA

Atlas — Uma História de Deuses e de Homens, por Carlos Miguel Fernandes. Uma excelente introdução à fascinante exposição inaugural da galeria P4Photography.

AS ÁRVORES E OS LIVROS

As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras.

Herbário, poemas de Jorge Sousa Braga, com desenhos de Cristina Valadas, edição Assírio & Alvim, colecção Assirinha / 2, Lisboa, 2007 (3.ª edição).

POETA PARA HOJE (1)

Jorge Sousa Braga.

domingo, 7 de outubro de 2007

DA MÚSICA ANTIGA

Agradeço ao João Chambers a permanente atenta leitura deste blogue, e, as suas sempre oportunas e sábias indicações e correcções, no que toca a música erudita. Ter amigos cultos é outra coisa.

LUGAR IDEAL PARA PASSEAR

Hoje, após um lamentável acidente ocorrido ontem à noite, tive uma tarde redentora em Monsanto.

LISBOA À TOA

Ontem, estive no Jardim da Estrela. Fiquei a saber o seguinte:
1. O café com esplanada «encerra ao pôr-do-sol, por motivos de segurança».
2. Os antigos e bonitos candeeiros têm os vidros e as lâmpadas partidos (têm aspecto de ter sido apedrejados!).
3. Para compor o ramalhete, ouvi por lá dizer que a água que alimenta os lagos, proveniente da EPAL, sai directamente para o Tejo sem ser reaproveitada em circuito fechado — rios de dinheiro deitados à rua, portanto.

sábado, 6 de outubro de 2007

I WISH I WAS THERE

Sequência de Barry Lyndon (Reino Unido, 1975), de Stanley Kubrick.
Na banda sonora ouvimos o Trio para piano e cordas em mi bemol maior op. 100 (segundo andamento), de Franz Schubert.

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

POSTAL À LAIA DE LEMBRETE

Não irei desenvolver o assunto, para já, mas quero aqui deixar enunciado o seguinte tema:
Os homens foram as maiores vítimas dos tempos modernos, pois viram reduzido o seu espaço privado de encontro e convívio — propício aos prazeres do espírito e ao debate de ideias; as mulheres, por outro lado, alargaram o seu, invadindo o espaço outrora exclusivamente masculino e tornando-o «misto». A título de exemplo, confesso que, das muitas coisas que invejo aos meus «Avôs» (assim mesmo, no plural vincadamente masculino), a mais importante, embora pareça um pormenor, é a tradição dos Clubes só para homens (atenção!, nada de confusões — refiro-me àqueles em que não entravam nenhumas representantes do belo-sexo), que eles tiveram e nós perdemos.
Fica assim registado o princípio que poderá constituir a base para a edificação de um texto que se veja um dia destes.

ADENDA À LAIA DE ERRATA

Relendo aquele postal, e pensando mais e melhor sobre o assunto, diria hoje que há cuidados a ter com as amizades, à semelhança dos que se dão às plantas. Estou até convencido de que, sendo aquelas novas, precisam de mais atenção, como as plantas recentemente semeadas ou plantadas. Há certamente regras para regar estas — aplicadas às suas características e fases de crescimento —, que poderão ter paralelo com a intensidade dos «miminhos» a dar às pessoas. Sobre tudo isto, gostaria de ouvir esta Senhora.

A 5 DE OUTUBRO ACONTECEU:

1143 — D. Afonso Henriques e Afonso VII de Castela juraram «paz duradoura», em Zamora, na presença do Cardeal Guido de Vico, representante da Santa Sé, reconhecendo este o título de «Rei» ao já proclamado e aclamado primeiro Monarca Português.
1909 — Nasceu a minha Avó Vera das Mercês da Silva.

BOM DIA (6)

«Wish You Were Here», Wish You Were Here (Reino Unido, 1975), Pink Floyd.

Esta música não tem nada a ver com a minha geração, nem tão pouco tive irmãos mais velhos com quem a pudesse ter ouvido, ou primos que de facto a ouvissem, e menos ainda é da minha onda. Vá-se pois lá saber porquê, foi-se instalando no meu ouvido, e há dias em que me apetece muito ouvi-la. E, como cheguei à conclusão que na minha idade não se recusa um apetite — sonoro, visual ou outro —, decidi publicá-la aqui, antes que a vontade passasse. Espero é que não me apareçam para aí mails farçolas de cotas foleiros.

DÚVIDA EXISTENCIAL ACERCA DA NATUREZA DESTE BLOGUE

Escrevo-o para mim, mas faço-o por Vós, que estais desse lado, ou escrevo-o por mim, mas faço-o para Vós, que estais desse lado, ou escrevo-o para Vós, que estais desse lado, mas faço-o por mim, ou escrevo-o por Vós, que estais desse lado, mas faço-o para mim?
Alguém me ajuda a encontrar a resposta?... Aceitam-se outras variações com as «peças pretas».

CINEMA E CULTURA POP PARA ANIMAR A MALTA

E, agora, passo a apresentar uma coisa boa, diferente e louca — só para cinéfilos maluquinhos de todo, tipo eu. Podem dizer que vão da minha parte: Cinecittà. (Sim, também cá há, e há lá tudo como na botica.)

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

É O QUE DÁ DAR OUVIDOS A QUEM SABE DA PODA

Estou a estrear em beleza as minhas colunitas novas, desta maquineta electrónica, ouvindo on-line a deliciosa Rádio Radar.
Muito se aprende com alguma gente jovem. Quando são bons, são os maiores. Obrigado ao grande disc-jockey da inauguração de ontem, cujo nome não cheguei a conhecer, pelas novas dicas (entre elas, a da rádio supracitada) e pelas velhas recordações. Graças a ele, ouvimos Velvet, Jesus, Smiths, e por aí fora, em vinil, numa extraordinária vernissage, num acolhedor jardim privado. Até parecia uma festa dos anos 80...! E a companhia foi do melhor que há na Fotografia em Portugal. Assim vale a pena sair de casa. Caramba! Quero mais!...

PONTOS NOS IS

Et pour cause, e para que não restem dúvidas, acrescentei uma «Nota 2» àquele pretérito postal.

MENSAGEM PARA A MARIA

Apareceste-me há exactamente três anos. Entraste-me pela casa adentro encabeçando um grupo de pessoas excepcionais. Essas coisas não se esquecem. Fica aqui registado para memória futura. Um eterno beijo de obrigado.

A MINHA PESSOALÍSSIMA (R)EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA

Ontem, conheci pessoalmente três bloguistas: o CMF, o FCG e o Pedro. E gostei. Nunca pensei conhecer pessoas através da blogosfera (foi o caso do primeiro, e permanece — até agora — único), ou ter os próprios blogues como ponto de partida para uma conversa (foi o caso do segundo), ou descobrir a meio de uma troca de ideias, com uma amiga comum fazendo a ligação, que ambos tínhamos diários na rede. Mudei.

ESTOCADA FINAL (OU INICIAL)

AVISO AOS HOMENS POR CAUSA DAS MENINAS

Um, dois, três. É a conta que Deus fez. E é o número de posts que Pedro Arroja escreveu sobre a meninagem feminista (vade retro!).

PIMENTA NA LÍNGUA TAMBÉM DÁ

Certas meninas gostam de dar à língua, como as víboras. É o que dá a falta de chá em pequeninas.

TEMOS FILME!

Obrigado, Pedro; mas, antes, tratemos aqui do combustível para a tua viagem.

À ANA, POR TODAS E MAIS ALGUMAS RAZÕES

«Neon Bible», The Arcade Fire.

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

ATÉ METE DÓ O ESTADO DA CIDADE

Acredito hoje que a Câmara se deveria limitar a recolher o lixo (os meus amigos liberais foram-me fazendo a cabeça, pé ante pé). Contudo, nem isso executa bem. Olho para as praças, avenidas e ruas da minha Lisboa e vejo-as sujas e mal-cheirosas. Privatizem também a limpeza urbana, a ver se assim funciona.
Nota 1: Eduardo Pitta escreve aqui — muitíssimo bem, como é seu hábito — sobre este assunto.
Nota 2: Registe-se que eu acredito ainda na tradicional autonomia dos municípios, tal como vigorava na Monarquia Portuguesa, e que tão bons resultados dava para as comunidades locais. Mas, essa era outra História. Depois, veio o Estado centralista republicano meter o bedelho — e foi tudo por água abaixo.

CABECINHAS DE ALHO-CHOCHO (5)

O portuguesinho quando não compreende nunca pergunta: cala-se muito caladinho a ver se passa despercebido. Fica ignorante, mas faz figura de inteligente. O verdadeiro chico-espertinho.

CABECINHAS DE ALHO-CHOCHO (4)

O portuguesinho tem opinião feita sobre todos os assuntos e consegue falar longamente a respeito de um tema que desconhece sem dizer nada. Quem quiser que o compre.

CABECINHAS DE ALHO-CHOCHO (3)

O portuguesinho nunca está bem, nem mal, está sempre «mais ou menos». Essa sua mediania rima com merdiania.

CABECINHAS DE ALHO-CHOCHO (2)

O portuguesinho é todo salamaleques pela frente e mal-criado por detrás. Por essas e outras, não passa da cepa torta.

CABECINHAS DE ALHO-CHOCHO (1)

O portuguesinho anda permanentemente atrasado, mas traz sempre — todo sabichão — as últimas. Da conjugação dos dois factores resulta ser o povinho mais desmiolado da Europa.

ARE YOU LOOKING AT ME?

Olympia, 1863
EDOUARD MANET (1832 — 1883)
Óleo sobre Tela, 130,5 x 190 cm
Musée d'Orsay, Paris.

DICA AOS NAVEGANTES DO BLOGUE

Se escreverem a palavra «óleo» na janela de «pesquisar no blogue» (no canto superir esquerdo), terão acesso a todas as pinturas — a óleo sobre tela ou madeira — aqui publicadas.

QUE BEM SE ESTÁ NO CAMPO, ADELAIDE

Le Déjeuner sur l'herbe, 1863
ÉDOUARD MANET (1832 — 1883)
Óleo sobre Tela, 208 x 264 cm
Musée d'Orsay, Paris.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

AI O CARAÇAS!

Volta e meia, os vídeos importados (será esta a designação técnica correcta?) do You Tube levam sumiço. Ou essa trampa vai ao sítio ou deixo de publicar aqui os supraditos, pois chateia-me ver o blogue ficar — subitamente, e sem aviso prévio — todo esburacado. Porém, há males que vêm por bem, que assim tenho de puxar mais pela caximónia para esgalhar uns postais à maneira. Além disso, já tenho saudades de editar imagens de Pintura, por exemplo.
Tenho dito. Siga a marcha.

DO MISTÉRIO DA CRIAÇÃO ARTÍSTICA

A razão é a enumeração de quantidades já conhecidas; a imaginação é a percepção do valor dessas quantidades, em separado ou em conjunto. A razão é respeitante às diferenças; a imaginação, às semelhanças das coisas. A razão está para a imaginação como o instrumento para o agente, o corpo para o espírito, a sombra para a substância.
A poesia, em sentido geral, pode ser definida como «a expressão da imaginação», e é congénita do homem.
Defesa da Poesia, Shelley, prefácio, tradução do inglês e notas de J. Monteiro-Grillo, edição Guimarães Editores, colecção Filosofia & Ensaios, Lisboa, 1986 (3.ª edição).

PARA COMBATER A NEURA DO EQUINÓCIO (II)

«Ziggy Stardust», David Bowie.

PARA COMBATER A NEURA DO EQUINÓCIO (I)

«Heroes», David Bowie.

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

O MELHOR DO MUNDO SÃO AS CRIANÇAS

Nestes dias em que tanto se fala de crianças, visitemos quem verdadeiramente se preocupa com elas: Associação Portuguesa de Famílias Numerosas. O resto é conversa.

FOLHAS CAÍDAS

Gosto do Outono, esta estação triste convém às recordações. Quando as árvores já não têm folhas, quando o céu conserva ainda, ao crepúsculo, o tom rubro que doura as ervas murchas, é bom ver apagar-se tudo o que ainda ontem em nós ardia.
GUSTAVE FLAUBERT
(1821 — 1880)

MODERNICES OU PASSADICES

Recebo um mail proveniente de alguém que não conheço. De seguida, atendo um telefonema indignado: «— Então?... Não me ligas nenhuma!». Reconheço-a pela voz. Esta velha amiga tem por hábito adoptar os apelidos dos sucessivos maridos. É para aí o quinto nome com que se me (re)apresenta. O mais curioso é que mantém sempre também os apelidos dos anteriores maridos após os divórcios. Assim, o seu nome completo assemelha-se ao de uma senhora da alta nobreza do século XVIII.

JÁ QUE ESTOU COM A MÃO NO QUE É BOM OU MAIS MALLE

Le Feu Follet (França, 1963), de Louis Malle, com argumento de Louis Malle, a partir de um romance de Pierre Drieu La Rochelle, e com música de Erik Satie.

[Excerto de cena.]

SEXTA-FEIRA LOUCA — PARTE I

Ascenseur pour l'Échafaud (França, 1958), de Louis Malle, com argumento de Roger Nimier e Louis Malle, a partir de um romance de Noël Calef, e com música de Miles Davis.

[Trailer em inglês.]

Por breves momentos, esta fita infiltrou-se no meu imaginário, e no das três simpáticas amigas (até parece que estou a falar das meninas do «trim-trim»; mas não, e estas apresentam a grande vantagem, para companhia de fim-de-semana em espaço exíguo, de serem cultas e cinéfilas) que comigo ficaram retidas em elevador fechado, e às escuras, no início da noite de sexta-feira. Sabendo nós, de antemão, que os anfitriões da casa onde nos dirigíamos tinham o disco com a música que Miles Davis compôs para a referida película, ficámos mais descansados, pois haveria sempre a hipótese deles a passarem, para a fruirmos, enquanto tentássemos recordar as artimanhas do herói do filme, com o objectivo de repeti-las e nos podermos desenclausurar. Felizmente ninguém tinha clautrofobia... — só calor...!

DA CULTURA TELEVISIVA E DA CULTURA NA TELEVISÃO

O único canal televisivo português que consigo sintonizar, por uma questão de higiene mental, é a RTP 2. Nem vou dizer mais nada — à laia de justificação teórica —, pois é escusado, e poderia até ofender colegas (raio de palavra!) e alunos mais sensíveis. Da sua excelente programação (boa em qualquer parte do Mundo), não me canso de destacar o extraordinário Câmara Clara, da magnética Paula Moura Pinheiro. Assim, sim.

ESPELHO MEU, ESPELHO MEU...

Li algures que os blogues mais interessantes eram os que tinham os autores mais egocêntricos. Pois, pudera; são os mais sinceros. Então, cá vai disto: 198319862007.