quinta-feira, 27 de agosto de 2020

ENCONTROS DE VERÃO

Artistas e desportistas vão aos mesmos secretos sítios  nos mesmos especiais momentos, porque os primeiros gostam de contemplar a Natureza e os segundos têm necessidade de observá-la. 

ESTAÇÕES DO ANO E ESTADOS DE ALMA

Veraneio num lugar onde se sucedem as quatro estações do ano num só dia. Um sítio assim faz com que se vivam quatro estados de alma em vinte e quatro horas. Experiência só aconselhável a espíritos fortes.

sexta-feira, 21 de agosto de 2020

MORTE EM PLENO VERÃO

Conheci-o no sítio onde ambos veraneamos. Ele desde sempre, eu desde 2007. Logo descobri com ele imensas afinidades. Amigos comuns, em primeiro lugar. Depois, uma afinidade clubística que nos levava a vermos os jogos do nosso clube numa velha e castiça taberna desta terra de pescadores. Finalmente, gentleman (assim mesmo, em inglês, porque muito à inglesa) que era, era um conversador; e, assim sendo, eu sabia que tinha sempre alguém aqui com quem poderia divagar em conjunto. Para acompanhar essas longas conversas, que tocavam quase todos os pontos da chamada cultura geral (na verdade, composta por temas acessíveis hoje apenas a um escol culto em vias de extinção), tínhamos a aguardente velha e as cigarrilhas, outras duas afinidades de peso, além da cerveja. Tudo isto se passava em lugares (cafés e bares) que ele descobria antes de todos mas que na sua generosidade logo divulgava e indicava. Partiu, súbita e definitivamente, ontem. Agora, fica o desgosto e a certeza de um Agosto (este e os próximos) mais vazio.

DA ARRANCADA IMPERIAL

Aos 21 de Agosto de 1415, conquistámos Ceuta aos islâmicos, iniciando a nossa Expansão.

domingo, 16 de agosto de 2020

IMPÉRIO DAS NAÇÕES

Agora, que até o assustado sistema mundialista já fala em internacional nacionalista, dá-me gozo recordar que sempre disse e escrevi, aqui e em toda a parte, há décadas, que este século seria o do triunfo definitivo dos nacionalismos. E também sempre acreditei que os ventos de mudança viriam das nações do leste da Europa. De facto, Rússia, Polónia, Hungria, República Checa, Eslováquia, e etc. e tal, não me deixaram ficar mal, reencontrando-se com as suas diferentes mas semelhantes identidades culturais e provando que é possível criar uma sinergia comum em prol da verdadeira Europa. Confesso contudo que não esperava que a primeira nação ocidental a despertar e a dar o sinal fosse Portugal; mas, afinal, bem vistas as coisas, essa é a tradição, ou não tivéssemos tido nós Sidónio, para abrir e indicar o caminho, antes de tudo e todos.

DO SAGRADO E DO PROFANO EM PLENO VERÃO

Em Portugal, o Verão tem, em paralelo, festas sagradas e festas profanas. Existe assim a possibilidade de os crentes se divertirem, depois de cumpridos os seus deveres religiosos, e de os ateus sentirem o apelo da espiritualidade católica.
O sítio onde veraneio é paradigmático disto, porque rico em ambos os tipos de celebrações, exemplar no respeito mútuo e fértil em saudáveis sinergias e sínteses. Ficamos todos a ganhar.

FESTA DO DIA DE ONTEM

Solenidade da Assunção da Bem-Aventurada Virgem Maria; ou, popularmente, Dia de Nossa Senhora da Assunção.

AINDA A PROPÓSITO DE ALJUBARROTA

S. Jorge
(m. c. 303)
Mártir. Padroeiro Protector de Portugal desde D. Afonso Henriques.
O auxílio prestado pelo Duque de Lencastre, filho do Rei Eduardo III de Inglaterra, ao nosso Rei D. Fernando I, na luta contra Castela, trouxe-nos daquele País aliado um incremento de devoção a S. Jorge. O grito de «S. Jorge» substituiu para os Portuguese na guerra o de «S. Tiago», até então usado em toda a Península Ibérica. No lugar onde esteve içada a Bandeira Portuguesa por ocasião da Batalha de Aljubarrota (1385) fundou-se em 1388 uma ermida dedicada a S. Jorge. Em 1387 começou a incorporar-se na Procissão do Corpo de Deus, por ordem de D. João I, a Imagem do mesmo Santo a cavalo.

Nota: O Rei Eduardo III de Inglaterra tinha fundado em 1330 a célebre Ordem dos Cavaleiros de S. Jorge. Estes são conhecidos também pelo nome de Cavaleiros da Jarreteira.

DA MEMÓRIA HISTÓRICA QUE INTERESSA

14 de Agosto:
1318 — Fundação da Ordem de Cristo.
1385 — Batalha de Aljubarrota.
1433 — Morte de D. João I.

sábado, 8 de agosto de 2020

FAÇA-SE LUZ

Uma casa sem livros é como uma praia sem sol. 

DEVERES DA VIDA DE SOCIEDADE EM PLENO VERÃO

Na silly season deve-se lançar um sound bite novo por dia, na praia.

DA EVOLUÇÃO ESTIVAL DA BLOGOSFERA

Quando os blogues apareceram, no início deste século, o Verão correspondia a um deserto de leitores. Agora, na era dos smartphones com acesso à net, estes meses são, por estranho que possa parecer, os que trazem mais visitantes.

LITERATURA À BEIRA-MAR

Passo férias — curiosamente desde o ano em que iniciei este blogue — numa velha vila piscatória onde se cultiva a leitura. Dos característicos habitantes locais aos tradicionais banhistas lusitanos, passando pelos mais recentes turistas nórdicos, todos têm este nobre hábito. Aliás, já Ramalho Ortigão escrevia, surpreendido, na sua deliciosa obra As Praias de Portugal que nesta terra, inesperadamente, espreitando para o interior das casas se vislumbravam livros em estantes.  

GOSTO E DESGOSTO EM AGOSTO

Princípio e fim da ínclita Dinastia de Avis: gloriosa Batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385) e trágica Batalha de Alcácer-Quibir (4 de Agosto de 1578).

HISTÓRIA DE PORTUGAL DE VERÍSSIMO SERRÃO

Neste ano de 2020 tomei a decisão de contrariar a tendência de usar os livros de História apenas para consulta. Dito e feito. Aproveitei o confinamento imposto pela pandemia chinesa e lancei-me na leitura da monumental História de Portugal de Veríssimo Serrão. São 18 volumes. Ia eu no 7.º quando recebi a triste notícia da morte do Autor. Há coisas assim, e nunca mais se esquecem.