sábado, 17 de agosto de 2024

DOS LIVROS QUE VÊM TER CONNOSCO A TEMPO E HORAS

Sabem bem os meus leitores, começando pelos da primeira hora, que optei há muito por vir para férias sem livros. Conhecem também a razão: neste lugar, onde, segundo Ramalho Ortigão escreveu com espanto, no seu maravilhoso livro As Praias de Portugal, «olhando-se para dentro das casas, até para as do povo, avistavam-se livros em estantes» (citei de cor), existem vários sítios, mais ou menos secretos, onde se podem adquirir livros de qualidade, em segunda-mão, por módico pecúnio. Calhou pois este Verão saltar-me à vista e vir ao meu encontro o tão sensual quão existencial romance Mulheres, de Charles Bukowski, num simpático volume. Nunca tendo eu lido a referida obra, nem nesta edição nem noutra qualquer, senti um misterioso déjà vu ao devorá-la, quase de um só fôlego, na barraca da praia durante o dia e depois em casa pela noite dentro. E bem me lembro que mesmo em plenos acelerados anos 80 e 90 do século  passado, onde se liam muitos livros e viam muitos filmes, num ritmo en passant, com muitas e desvairadas gentes, fiquei-me pelo livro A Sul de Nenhum Norte, do referido autor, e pelo filme Barfly, sobre o mesmo escritor. Recordo-me até que à época senti claramente que não era chegada a hora de mergulhar na sua obra toda. Há, de facto, um tempo para tudo. É agora.

FAÇA-SE LUZ

Uma casa sem livros é como uma praia sem sol. 

ERICEIRA E LITERATURA

Já se sabe que a Ericeira é uma vila com especial ligação às belas-letras (e às belas-artes também). Porém, há apenas um grande romance português - de um dos maiores escritores portugueses, por sinal - cuja acção decorre integralmente nesta mística terra: Tristezas à Beira-Mar, de Manuel Pinheiro Chagas. Leia-se, pois.


AINDA E SEMPRE A PROPÓSITO DO LUGAR ONDE VERANEIO

Já aqui atrás em tempos referi a sábia observação de cariz sociológico do grande escritor e dandy Ramalho Ortigão a propósito do lugar onde veraneio; e, na sequência disso, não posso deixar de recordar, e de confessar até, que é a seguinte certeira frase (a qual pode ser lida na badana da capa do livro Ericeira - uma fotobiografia, de José Constantino Costa, com esquissos de Rui Pinheiro, Mar de Letras Editora, Ericeira, 2004) que melhor traduz o meu mais íntimo sentimento em relação a esta mística terra: «A Ericeira não tem banhistas, tem devotos». O grande historiador e comunicador José Hermano Saraiva dixit.

ESTAÇÕES DO ANO E ESTADOS DE ALMA

Veraneio num lugar onde se sucedem as quatro Estações do ano num só dia. Um sítio assim faz com que se vivam quatro estados de Alma em vinte e quatro horas. Experiência só aconselhável a pessoas com Espírito forte.

NO VERÃO MAIS PEIXES VÊM À REDE

Quando os blogues apareceram, no início do Século XXI, o Verão correspondia a um deserto de leitores. Agora, na era dos smartphones com acesso à net, estes meses de estio afirmam-se, por estranho que possa parecer, como os que nos trazem mais visitantes.

AGOSTO COM ESPECIAL GOSTO NACIONAL

14 de Agosto de 1385  — Derrotámos os Castelhanos em Aljubarrota, reafirmando a Independência Nacional.

21 de Agosto de 1415  — Conquistámos Ceuta aos Muçulmanos, iniciando a Expansão Nacional.

Portugal sempre!