segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Um Povo é a Música que compõe e ouve, a Gastronomia que confecciona e saboreia, a Literatura que cria e lê, a Pintura que faz e aprecia, a Arquitectura que edifica e admira, os Espectáculos que concebe e a que assiste.
domingo, 28 de agosto de 2011
GASTRONOMIA E CONTEMPLAÇÃO EM PLENO ESTIO
Jantei hoje uns deliciosos mexilhões e um saboroso arroz de tamboril, com vista para o púrpuro poente no azul mar nosso.
sábado, 27 de agosto de 2011
DO VÍDEO AO YOU TUBE
Chegada a era do You Tube é a hora de relembrar os pontos que na minha opinião constituem os princípios fundadores e permanentes do vídeo como meio de expressão artística e que enumerei rematando o meu artigo «Vide o Vídeo em Portugal» publicado na revista Arte Ibérica n.º 38 de Agosto de 2000:
1. — O uso alternativo à televisão, embora usando os mesmos meios tecnológicos.
2. — Uma vinculação explícita às vanguardas e às suas posições de ruptura e experimentalismo.
3. — A incursão em territórios multidisciplinares.
4. — A auto-produção independente e marginal, com recurso pontual às instituições culturais.
5. — A procura de novas formas de distribuição e exibição.
6. — A liberdade e a poesia; a denúncia e a agitação.
7. — O império do olhar e o último reduto da memória, através da imagem e da montagem.
1. — O uso alternativo à televisão, embora usando os mesmos meios tecnológicos.
2. — Uma vinculação explícita às vanguardas e às suas posições de ruptura e experimentalismo.
3. — A incursão em territórios multidisciplinares.
4. — A auto-produção independente e marginal, com recurso pontual às instituições culturais.
5. — A procura de novas formas de distribuição e exibição.
6. — A liberdade e a poesia; a denúncia e a agitação.
7. — O império do olhar e o último reduto da memória, através da imagem e da montagem.
AINDA SOBRE AS FÉRIAS DE VERÃO
Existem dois tipos de bloguistas: os que revelam o lugar de férias e os que não o fazem; e, depois, há ainda os que — subliminarmente — o deixam pressentir. Estes últimos são para mim os primeiros.
DA SEDUÇÃO EM PLENO VERÃO
Depois de flirtar com gosto durante cinco meses de Agosto seguidos com uma terra toda ela mar, sinto-me definitivamente conquistado por ela.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
CAUSA DUMA COISA MUITO CÁ DE CASA
A expressão «Sétima Arte» anda na boca de toda a gente. Falemos, então, sobre a origem dessa — feliz — designação para o Cinema.
Foi o escritor, jornalista, crítico e dramaturgo italiano Ricciotto Canudo (Bari, 1879 — Paris, 1923) quem baptizou o Cinema de Sétima Arte. Canudo fundou a revista Montjoie! (1913-1914), sedeada em Paris, e manteve uma tertúlia com — entre outros — Léger, Apollinaire e D’Annunzio. Em 1920, cria o «Clube dos Amigos da 7.ª Arte», que é, assim, precursor do movimento do cine-clubismo. Edita, finalmente, em 1923, a Gazette des sept arts, revista fundamental como suporte teórico das vanguardas estéticas da época.
Se, por esta altura, os meus leitores já perceberam que estamos perante um teórico da Arte, não estranharão saber que Canudo lança, em 1923, o Manifeste des Sept Arts, após uma série de outros textos preparatórios, o primeiro dos quais data de 1908; e, num deles, em 1912, cunhou a nossa expressão. Esta publicação definitiva das suas inovadoras ideias, surge como legitimação estética do Cinema, elevando-o à categoria das restantes Artes.
Em primeiro lugar, chama a atenção, no seu Manifesto, para o facto de o Cinema ser muito mais do que apenas indústria e comércio, resgatando-o à mera tentação material e convocando-o para as fileiras da espiritualidade criadora. De facto, o Cinema é — antes de tudo — Arte.
Depois, Canudo diz-nos, do seu ponto-de-vista, quais são as seis Artes que antecedem cronologicamente o Cinema. Desde a Antiga Grécia que as Artes têm andado numa roda-viva, no que diz respeito à sua catalogação (convém nunca perder de vista as nove musas inspiradoras). Ainda bem que se trata de uma conversa (ou debate, como agora se diz) em aberto, pois isso representa um sinal da vitalidade dos pensadores e artistas da Cultura Ocidental. Para este escritor italiano do século XX, as Sete Artes são: Arquitectura, Escultura, Pintura, Música, Dança, Poesia e Cinema. Se as três primeiras — artes plásticas, porque do espaço — aparecem, segundo Canudo, por necessidades materiais (abrigo, no caso da Arquitectura, com as suas complementares Pintura e Escultura), para, no entanto, logo depois se afirmarem artisticamente, já a Música é fruto duma vontade espiritual de elevação e vai irmanar-se com os fundamentos rítmicos da Dança e da Poesia. Curiosamente, no pensamento do teórico italiano, a Dança e a Poesia antecedem a Música, que só se autonomizará destas quando se liberta e chega à sinfonia, como forma de música pura.
É óbvio que a génese das Artes aqui descrita tem de ser contextualizada na época em que foi criada — início do século XX, em toda a sua pujança Futurista (Graças a Deus!) — e entendida como visão pessoal do seu autor. No entanto, se aqui a trago, é porque sem ela não poderemos compreender a expressão «Sétima Arte».
Por fim, entramos naquilo que me parece ter resistido ao crivo do tempo (esse destruidor de mitos de vão de escada) e manter, ainda hoje, enorme actualidade.
Canudo apresenta o Cinema como síntese de todas as Artes e como Arte Total — ao que não é alheio o pensamento de Wagner; assim, na plenitude da sua linguagem estética, a Sétima Arte integra elementos plásticos da Arquitectura, da Pintura e da Escultura e elementos rítmicos da Música, da Dança e da Poesia, que se vão todos revelar nos filmes nas seguintes áreas técnicas (podendo nós tentar fazer um jogo de concordâncias): imagem ou fotografia (ainda a preto-e-branco, em vida de Ricciotto Canudo); som ou, mais tarde, banda sonora (note-se que, quando o italiano teorizou, o Cinema era Mudo e os filmes eram acompanhados, apenas, pela interpretação ao vivo de uma partitura musical durante a sua projecção nas salas); montagem, que confere um sentido às imagens; cenografia, que entretanto evolui para direccção artística, alargando o seu campo de intervenção; realização, que tem como missão a planificação do filme, a orquestração dos vários elementos aqui referidos, assegurados por outras tantas equipas técnicas, e a direcção dos actores; e, por último, sendo no entanto o princípio de tudo, argumento.
Mais ainda: como grande síntese criadora — para além de fusão —, o Cinema une Ciência e Arte, num casamento feliz, e produz uma novíssima Linguagem, para a qual as outras Artes tenderam desde sempre, de imagens em movimento e som — formas e ritmos à velocidade da luz!
É, pois, a última das Artes, fechando o ciclo da Estética; mas, essencialmente, a que, incorporando todas as outras, transporta o património histórico e estético da Civilização Ocidental e o projecta no tempo e no espaço através da permanente reformulação das suas ancestrais e intemporais narrativas.
Haja novos realizadores portugueses à altura desta missão universal.
sábado, 20 de agosto de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
NA HORA DA MORTE DE UM AMIGO
Morreu o meu mais antigo e maior amigo do Liceu.
Conhecemo-nos aos 12 anos e logo fundámos uma amizade baseada no Eça, no Woody Allen, no Rock, em mais dois ou três pilares essenciais, e outras tantas coisas boas desta vida. Além disso, partilhava com ele — como com mais ninguém — um sentido de humor muito nosso. Temos também em comum extraordinárias histórias que vivemos em conjunto. Aliás, contadas ninguém acredita. O Duarte Nunes de Almeida era daquelas especialíssimas pessoas a quem ninguém conseguia ficar indiferente. Possuía uma inteligência brilhante, uma sensibilidade apurada e um requintado bom-gosto. Amava as mulheres e tudo o que de bom havia neste mundo. Era, ainda, uma força da Natureza. Por estas e por outras, viverá para sempre na memória de quem teve o privilégio de com ele conviver.
Por mim, agradeço-te todos os inesquecíveis momentos que tivemos, Duarte. Até sempre. Deus te guarde.
Conhecemo-nos aos 12 anos e logo fundámos uma amizade baseada no Eça, no Woody Allen, no Rock, em mais dois ou três pilares essenciais, e outras tantas coisas boas desta vida. Além disso, partilhava com ele — como com mais ninguém — um sentido de humor muito nosso. Temos também em comum extraordinárias histórias que vivemos em conjunto. Aliás, contadas ninguém acredita. O Duarte Nunes de Almeida era daquelas especialíssimas pessoas a quem ninguém conseguia ficar indiferente. Possuía uma inteligência brilhante, uma sensibilidade apurada e um requintado bom-gosto. Amava as mulheres e tudo o que de bom havia neste mundo. Era, ainda, uma força da Natureza. Por estas e por outras, viverá para sempre na memória de quem teve o privilégio de com ele conviver.
Por mim, agradeço-te todos os inesquecíveis momentos que tivemos, Duarte. Até sempre. Deus te guarde.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
ATÉ SEMPRE (PARA O DUARTE NUNES DE ALMEIDA)
CAMINHADA EM ABERTO OU ESTRADA SEM FIM À VISTA
Este postal ilustrado aqui publicado com uma morena e uma loira deve ser visto e revisto com ajuda de um manual de instruções para abertura de caixas azuis que podem tornar-se de pandora sem mais nem menos nem demora e à mesma velocidade da troca de identidades ou de cores de cabelos na roda que roda da vida aparentemente tranquila mas que subitamente dispara e já não pára enquanto dura a música planante que vem de outro planeta à velocidade da luz que ilumina esta bela cena e projecta sombras lá para onde se escondem terríveis seres lunares ou só a continuação do nosso inacessível lado obscuro habitado por um inconfessável objecto de desejo e antes que se gaste a tinta ou que rebentem as teclas sob o meu violento martelar cadenciado vou parar se conseguir pois o balanço é muito e a memória que foi quase toda gasta na recordação desta história já não dá sinal do local dos travões para abrandar esta nave lançada em alta aceleração rasgando as trevas nocturnas com clarões sensuais próprios das melhores tempestades da cidade dos sonhos e por isso isto quedar-se-á apenas por falta de gás não sem antes dizer que esta conversa toda vai direitinha para quem a conseguir apanhar mas aviso já previamente que é recomendada principalmente a jogadores e reconstrutores de puzzles e conhecedores e manipuladores do subconsciente e assim sendo dirige-se muito especialmente de mim para o Duarte Nunes de Almeida.
Nota: Porque me faltam as palavras, republico este postal que escrevi aqui no Eternas Saudades do Futuro em 30.03.07.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
ENCONTROS DE VERÃO
Artistas e desportistas vão aos mesmos lugares nos mesmos momentos porque uns gostam de contemplar e outros de observar a Natureza.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
O MEU PAI NASCEU HÁ 80 ANOS
Artur Costa Pinto Marchante
(10.08.1931 — 15.11.2009)
(10.08.1931 — 15.11.2009)
Defensor de Deus, da Pátria e da Família.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
EM DESACORDO ORTOGRÁFICO
Neste blogue continuar-se-á a escrever da mesma maneira que o autor em 1972 aprendeu a fazê-lo.
PRINCÍPIO E FIM DA DINASTIA DE AVIZ
Da gloriosa Batalha de Aljubarrota (14 de Agosto de 1385) à trágica Batalha de Alcácer-Quibir (4 de Agosto de 1578).
SER PORTUGUÊS NA INTERNET
— O que é que se pode fazer por Portugal na Internet?
— Começar por escrever em boa Língua Portuguesa é um bom princípio.
— Começar por escrever em boa Língua Portuguesa é um bom princípio.
sábado, 6 de agosto de 2011
CRISE DE IDENTIDADE EM PORTUGAL
Andando pelas ruas dum tradicional lugar de veraneio, vejo jovens portugueses envergando t-shirts com figuras de indivíduos que nada têm a ver com a cultura portuguesa, europeia, ou, sequer, ocidental. Daria vontade de rir, pelo paradoxo e ridículo, caso não fosse um triste sinal da ignorância e da falta de referências de toda uma juventude. Dupla ignorância, pois nem lhes passa pela cabeça quem são os vultos que transportam ao peito, e porque, também por desconhecimento, não conseguem encontrar, na nossa riquíssima e apaixonante História, personagens para ostentar orgulhosamente junto ao coração. Sendo certo e sabido que um Povo que não tem memória não tem futuro, esta falta de referências — iconográficas e conceptuais —, por parte dos nossos mais novos, conduzirá, a curto prazo, à total e completa falta de identidade de Portugal. Resta-me pensar que esta situação se deve a uma nova forma de crise de crescimento; dos jovens, que não do País, porquanto os 900 anos de Portugal lhe conferem antes a elevação da sabedoria e não a insegurança da adolescência. Assim, quero crer que, se alguém tiver a iniciativa de produzir t-shirts com as imagens de D. Afonso Henriques, Nun'Álvares, Camões, Pessoa — e tantos outros santos, sábios e heróis —, haverá ainda portugueses prontos a vestir a camisola. Façam-se.