domingo, 28 de janeiro de 2018
Carlos Magno (Ingelheim, 2.4.747 — Aachen/Aix-la-Chapelle, 28.1.814), 1.º Imperador do Sacro Império Romano-Germânico.
sexta-feira, 26 de janeiro de 2018
OBSERVATÓRIO DO IMPÉRIO PORTUGUÊS [2]
Império à Deriva — a Corte Portuguesa no Rio de Janeiro (1808-1821), de Patrick Wilcken, tradução de António Costa, Civilização Editora, Porto, 2005.
VIDA E OBRA DOS AUTORES DA SÉTIMA ARTE
O autor dos filmes é o realizador.
Para que meio-mundo acreditasse nisto, foi necessário os jovens turcos dos Cahiers du Cinéma produzirem vasta teoria sobre a matéria, vertida em letra de forma em artigos da sua referida revista.
Cá para mim, no entanto, quem tivesse olhos de pensar já teria percebido, ao ver os grandes filmes da «golden age» de Hollywood, que, embora agrupados em géneros — categorias de produção industrial, mas também estéticas —, as ditas fitas tinham uma assinatura, toda ela marca d’água autoral, por parte do realizador.
Faça-se o teste: entremos numa qualquer sala de cinema, a meio da exibição de um filme, vendados (sem saber ao que vamos, olhos e ouvidos tapados); depois, libertados, recuperados os dois sentidos, e após dois minutos em contacto audiovisual com a película projectada na tela, tentemos adivinhar quem é o seu realizador. Arriscado e divertido jogo voyeur este...
Porém, parece-me que quem for verdadeiramente cinéfilo — amigo do Cinema —, e tiver uma cultura filmográfica à altura, logo acertará na mouche: Antonioni, Fellini, Dreyer, Bergman, Ford, Hawks, Bresson, Truffaut, Kurosawa, Ozu — nomes saídos automaticamente, ao correr da pena —, e muitos outros, que poderíamos acrescentar por aí fora, têm linguagens estéticas de tal forma fortes que ninguém que ame verdadeiramente a Sétima Arte poderá confundi-los entre si.
Esta conversa toda tem por objectivo servir de introdução à defesa de uma abordagem — infelizmente pouco canónica para os padrões académicos culturalmente correctos — da História do Cinema através da Vida e Obra dos Autores.
Bem sei que não podemos ignorar as três grandes épocas: mudo, sonoro e moderno; nem as principais correntes: expressionismo alemão, impressionismo francês, mudo russo, neo-realismo italiano, nouvelle-vague francesa, etc. e tal; nem tão pouco os géneros clássicos, que atingem o paradigma nos EUA, com os seus genres indígenas: western, gangsters, musical, aos quais eu gosto de acrescentar o film-noir.
Contudo, olhando noutra direcção, proponho que revisitemos esta Arte, que já atingiu a bela e matura idade de cem anos, tendo os realizadores — grandes mestres técnicos e criadores estéticos — como fios-condutores da sua História.
segunda-feira, 22 de janeiro de 2018
QUANDO DADO O SINAL...
Quando, dado o Sinal, o Império for
e quando o Ocidente ressurgir,
no momento marcado hão-de tinir
pelos ares as trombetas do Senhor.
E haverá, pelos céus, só paz e amor.
Um só cálix de oiro há-de fulgir,
Uma só Cruz na terra há-de existir
Sem inspirar receio nem temor...
Será a hora estranha da verdade
E morta a pompa do pagão sentido
Surgirá, então, a outra idade.
Acabará este viver incerto.
Será o Império, único e unido,
Quando der o Sinal o Encoberto.
AUGUSTO FERREIRA GOMES
(1892 — 1953)
e quando o Ocidente ressurgir,
no momento marcado hão-de tinir
pelos ares as trombetas do Senhor.
E haverá, pelos céus, só paz e amor.
Um só cálix de oiro há-de fulgir,
Uma só Cruz na terra há-de existir
Sem inspirar receio nem temor...
Será a hora estranha da verdade
E morta a pompa do pagão sentido
Surgirá, então, a outra idade.
Acabará este viver incerto.
Será o Império, único e unido,
Quando der o Sinal o Encoberto.
AUGUSTO FERREIRA GOMES
(1892 — 1953)
NEVOEIRO
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!
Valete, Frates.
FERNANDO PESSOA
(1888 — 1935)
(1888 — 1935)
DA ELIPSE
A elipse enquanto figura de estilo literária é o mais mágico recurso estilístico da narrativa porquanto leva quem lê a construir uma ponte imaginária entre os dois pontos que vê e a decifrar assim a partir daí a invisível zona intermédia onde se encontra a síntese reveladora do pleno significado da mensagem que o autor quer transmitir.
domingo, 21 de janeiro de 2018
FILOSOFIA DA NAÇÃO PORTUGUESA
A Nação Portuguesa tem uma Filosofia chamada Sebastianismo (que nasceu antes de Dom Sebastião e que vive para além dele). Identitária e universal, é uma Filosofia de Pensamento e Acção, porque só tem Saudades do Futuro. Levou-nos a descobrir e conquistar o encoberto Mundo, em nome de Deus, da Pátria e do Rei, criando assim a Cultura Lusíada — verdadeiro Império do Espírito e da Palavra. Permitiu-nos ainda, várias vezes, resistir e vencer, como, por exemplo, nos trágicos tempos da ocupação espanhola e das invasões francesas. Saibam agora os Portugueses de hoje em dia senti-la e estudá-la. É — de novo — a Hora?
sábado, 20 de janeiro de 2018
TROVAS
(...)
Forte nome é Portugal,
Um nome tão excelente,
É Rei do cabo poente,
Sobre todos principal.
Não se acha vosso igual
Rei de tal merecimento:
Não se acha, segundo, sento,
Do Poente ao Oriental.
Portugal é nome inteiro,
Nome de macho, se queres:
Os outros Reinos mulheres,
Com ferro sem azeiro;
E, senão olha primeiro,
Portugal tem a fronteira,
Todos mudam a carreira
Com medo do seu rafeiro.
Forte nome é Portugal,
Um nome tão excelente,
É Rei do cabo poente,
Sobre todos principal.
Não se acha vosso igual
Rei de tal merecimento:
Não se acha, segundo, sento,
Do Poente ao Oriental.
Portugal é nome inteiro,
Nome de macho, se queres:
Os outros Reinos mulheres,
Com ferro sem azeiro;
E, senão olha primeiro,
Portugal tem a fronteira,
Todos mudam a carreira
Com medo do seu rafeiro.
Portugal tem a bandeira
Com cinco Quinas no meio,
E segundo vejo, e creio,
Este é a cabeceira,
E porá sua cimeira,
Que em Calvário lhe foi dada,
E será Rei de manada
Que vem de longa carreira.
Este Rei tem tal nobreza,
Qual eu nunca vi em Rei:
Este guarda bem a lei
Da justiça, e da sua grandeza.
Senhoreia Sua Alteza
Todos os portos, e viagens,
Porque é Rei das passagens
Do Mar, e sua riqueza.
(...)
GONÇALO ANES BANDARRA
(Trancoso, 1500 — Trancoso, 1556)
DUPLAMENTE SEBASTIANISTA ME CONFESSO COM ETERNAS SAUDADES DO FUTURO
Santo do dia e dia do Rei:
20 de Janeiro de 288 — Morre São Sebastião, Defensor da Igreja, Mártir.
20 de Janeiro de 1554 — Nasce Dom Sebastião, O Desejado, Rei de Portugal.
20 de Janeiro de 288 — Morre São Sebastião, Defensor da Igreja, Mártir.
20 de Janeiro de 1554 — Nasce Dom Sebastião, O Desejado, Rei de Portugal.
sexta-feira, 19 de janeiro de 2018
quinta-feira, 18 de janeiro de 2018
FRANCE VERSUS USA
Quem quiser perceber a visceral diferença cultural entre franceses e americanos, tem agora uma óptima oportunidade; basta visionar duas excelentes séries televisivas contemporâneas em exibição na nossa televisão, com temáticas semelhantes mas narradas de distintos pontos-de-vista e com estilos e ritmos diametralmente opostos: Le Bureau des Légendes e Homeland. E as diferenças não são só estéticas, são sobretudo éticas. Descubra-as.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
terça-feira, 16 de janeiro de 2018
POEMAS DE ASSÉDIO
Leio alguns deliciosos motes que as damas da corte davam aos poetas e as sublimes glosas que estes produziam de volta e concluo perante o que se vai vendo e ouvindo hoje em dia que elas e eles seriam agora acusados de imediato de assédio e do diabo a sete.
CAMÕES E A IDADE DE OURO DA LITERATURA PORTUGUESA
A Idade de Ouro da Literatura Portuguesa foi o século XVI. De tal forma que Portugal deu ao mundo inteiro, nessa centúria de Quinhentos, um dos maiores escritores universais de sempre.
E, porém, Luís Vaz de Camões é apenas o primus inter pares de uma extraordinária e irrepetível plêiade de autores portugueses constituída por Garcia de Resende, Diogo Brandão, Francisco de Sousa, Luís Henriques, João Roiz de Sá, João Rodrigues de Castel-Branco, D. João Manuel, condestável D. Pedro, Diogo Lopes de Azevedo, Jorge de Resende, Duarte da Gama, João Afonso de Aveiro, Gil Vicente, Francisco Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Afonso de Albuquerque (o próprio!), Cristóvão Falcão, António Ferreira, João de Barros, Fernão Mendes Pinto, Diogo do Couto, Diogo Bernardes, Pedro de Andrade Caminha, Frei Agostinho da Cruz, Francisco de Morais, Jorge de Montemor, Jorge Ferreira de Vasconcelos, António Ribeiro Chiado, Baltasar Dias, Simão Machado, António Prestes, Frei Heitor Pinto, Frei Tomé de Jesus, D. Frei Amador Arrais, Damião de Góis, D. Jerónimo Osório, et alii.
Mas foi também a partir deste altíssimo ponto, em que a Cultura Lusíada atingiu o seu luminoso auge, que se iniciou a decadência intelectual de Portugal. E assim continuou, salvo refulgentes intermitências, até hoje.
E, porém, Luís Vaz de Camões é apenas o primus inter pares de uma extraordinária e irrepetível plêiade de autores portugueses constituída por Garcia de Resende, Diogo Brandão, Francisco de Sousa, Luís Henriques, João Roiz de Sá, João Rodrigues de Castel-Branco, D. João Manuel, condestável D. Pedro, Diogo Lopes de Azevedo, Jorge de Resende, Duarte da Gama, João Afonso de Aveiro, Gil Vicente, Francisco Sá de Miranda, Bernardim Ribeiro, Afonso de Albuquerque (o próprio!), Cristóvão Falcão, António Ferreira, João de Barros, Fernão Mendes Pinto, Diogo do Couto, Diogo Bernardes, Pedro de Andrade Caminha, Frei Agostinho da Cruz, Francisco de Morais, Jorge de Montemor, Jorge Ferreira de Vasconcelos, António Ribeiro Chiado, Baltasar Dias, Simão Machado, António Prestes, Frei Heitor Pinto, Frei Tomé de Jesus, D. Frei Amador Arrais, Damião de Góis, D. Jerónimo Osório, et alii.
Mas foi também a partir deste altíssimo ponto, em que a Cultura Lusíada atingiu o seu luminoso auge, que se iniciou a decadência intelectual de Portugal. E assim continuou, salvo refulgentes intermitências, até hoje.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2018
DA CAMONIANA
Luís de Camões, de Henrique Barrilaro Ruas, Grifo — Editores e Livreiros, Lda., Lisboa, 1999.
segunda-feira, 8 de janeiro de 2018
A LÍNGUA COMO ARMA POLÍTICA
Tenho cá para mim como certo e sabido que as línguas nacionais voltarão a ser, neste século de ressurreição dos nacionalismos, importantes instrumentos nas estratégias geopolíticas das nações: sejam elas, por um lado, já Estados, querendo fortalecer-se, defender-se ou expandir-se; ou, por outro, visando ainda a independência.
Portugal sabe bem o que isso significa, pois sofreu na pele, durante seis penosas décadas, o domínio político espanhol, o qual foi longamente preparado pelos castelhanos, ao infiltrarem o nosso País, logo desde o início do século XVI, com a sua cultura e a sua língua, perante o deslumbramento de muitos idiotas úteis que julgavam ser de bom tom falar e escrever nesse idioma vizinho. Assim, quando fomos política e militarmente anexados, o caldo cultural já estava feito e a resistência nacional foi quase inexistente. Desta forma se planeiam as conquistas e as revoluções: antes dos exércitos, avançam as artes e as letras.
Portugal sabe bem o que isso significa, pois sofreu na pele, durante seis penosas décadas, o domínio político espanhol, o qual foi longamente preparado pelos castelhanos, ao infiltrarem o nosso País, logo desde o início do século XVI, com a sua cultura e a sua língua, perante o deslumbramento de muitos idiotas úteis que julgavam ser de bom tom falar e escrever nesse idioma vizinho. Assim, quando fomos política e militarmente anexados, o caldo cultural já estava feito e a resistência nacional foi quase inexistente. Desta forma se planeiam as conquistas e as revoluções: antes dos exércitos, avançam as artes e as letras.
DA CAMONIANA
Camões, a sua vida e a sua época, de Mário Domingues, Série Lusíada, Edição Romano Torres, Lisboa, 1968.
sábado, 6 de janeiro de 2018
DIA DE REIS E DA EPIFANIA DO SENHOR
Para celebrarmos enquanto os republicanos, laicos e socialistas que nos desgovernam deixarem, pois eles detestam Reis, não podem ver o Menino Jesus nem pintado e fogem como o diabo da Cruz.
quinta-feira, 4 de janeiro de 2018
DE KUNDERA A HOUELLEBECQ
Para além dos «clássicos», que já atingiram a eternidade, consagrados pelo facto de passados cem anos sobre a sua morte continuarem a ser lidos, há os escritores do nosso tempo. Destes, é sempre um tiro no escuro apontar para os que pensamos se irão juntar àqueles. Não gasto muito tempo com esse exercício, mas cheira-me que o meu faro não me engana. Assim, considero ter sorte por alguns dos meus escritores contemporâneos preferidos, dos quais fui lendo os livros à medida que iam sendo publicados, darem sinais de virem pelas suas obras a tornar-se imortais.
Dito isto, confesso que o prazer que tenho retirado, no início deste milénio, da leitura de Houellebecq só é comparável ao que tive, nos anos 80 do século passado, com Kundera. São romancistas de mão cheia, bom gosto e fino — mas mui cortante — humor; enfim, senhores de um estilo próprio, inconfundível e incomparável.
Mas há mais: Se Kundera foi premonitório na implosão do totalitarismo comunista a leste, Houellebecq perfila-se como visionário da queda do mundialismo demo-liberal a ocidente. Ambos escritores do espírito, vivem, testemunham e, inteligentemente criticando, aceleram — à sua maneira, e de que maneira!— o fim do materialismo na Europa.
Dito isto, confesso que o prazer que tenho retirado, no início deste milénio, da leitura de Houellebecq só é comparável ao que tive, nos anos 80 do século passado, com Kundera. São romancistas de mão cheia, bom gosto e fino — mas mui cortante — humor; enfim, senhores de um estilo próprio, inconfundível e incomparável.
Mas há mais: Se Kundera foi premonitório na implosão do totalitarismo comunista a leste, Houellebecq perfila-se como visionário da queda do mundialismo demo-liberal a ocidente. Ambos escritores do espírito, vivem, testemunham e, inteligentemente criticando, aceleram — à sua maneira, e de que maneira!— o fim do materialismo na Europa.
terça-feira, 2 de janeiro de 2018
OBSERVATÓRIO DO IMPÉRIO PORTUGUÊS [1]
O Mundo É Pequeno, de W. Somerset Maugham, tradução portuguesa de Maria Tereza Amado Neves (título do original inglês: The Narrow Corner), Editorial Minerva, Lisboa, 1946.
segunda-feira, 1 de janeiro de 2018
SANTIAGO
Santiago Apóstolo, cujo dia se celebra a 25 de Julho, é o Padroeiro da Guerra Santa contra o Islão. Daí ser igualmente conhecido por Santiago Mata-Mouros. «Santiago!» era portanto o grito de guerra que os exércitos Cristãos usavam contra os muçulmanos durante as batalhas da Reconquista.
Terão os Portugueses que fizeram deste nome o mais registado nos nascimentos de 2017 — como já acontecera em 2016 — consciência desta conotação tão politicamente incorrecta?...
Terão os Portugueses que fizeram deste nome o mais registado nos nascimentos de 2017 — como já acontecera em 2016 — consciência desta conotação tão politicamente incorrecta?...